Newsletter Nº402

Newsletter Nº402
News­let­ter Nº402

Faz hoje anos que nas­cia, em 1580, o Filó­so­fo, quí­mi­co, e médi­co bel­ga Jan Bap­tis­ta van Hel­mont. Ele cunhou a pala­vra “gás” (via kha­os gre­go, espa­ço vazio), do qual encon­trou vári­os exem­plos, a mai­o­ria dos quais é de dió­xi­do de car­bo­no natu­ral. Como homem da sua ida­de, ele foi par­te medi­e­va­lis­ta e par­te cien­tis­ta. Hel­mont foi o pri­mei­ro a reco­nhe­cer gases dis­tin­tos do ar atmos­fé­ri­co. Ele deter­mi­nou que o gás emi­ti­do pela quei­ma do car­vão vege­tal é o mes­mo que o emi­ti­do pela fer­men­ta­ção do sumo de uva. A isto deu o nome de spi­ri­tus sil­ves­tre (“espí­ri­to sel­va­gem”); cha­ma­mos-lhe dió­xi­do de car­bo­no. Ele tam­bém iden­ti­fi­cou o sul­fu­re­to de hidro­gé­nio pro­ve­ni­en­te do homem, e fez gás acis hidro­clo­rí­dri­co. Como médi­co e fisi­o­lo­gis­ta, Hel­mont foi um dos pri­mei­ros a apli­car prin­cí­pi­os quí­mi­cos na saú­de huma­na e na doen­ça. Alguns cha­mam-lhe o “pai dabi­o­chequí­mi­ca”. Ele foi inter­ro­ga­do pela Inqui­si­ção, e pas­sou algum tem­po em pri­são domiciliária.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1716, o cien­tis­ta e ofi­ci­al naval espa­nhol Anto­nio de Ulloa. Ele des­co­briu o ele­men­to pla­ti­na (núme­ro ató­mi­co 78). Em 1735, os gover­nos fran­cês e espa­nhol envi­a­ram uma expe­di­ção cien­tí­fi­ca ao Peru e Equa­dor para medir um grau de meri­di­a­no em Quin­to, per­to da linha do equa­dor. Ulloa foi um dos ofi­ci­ais nome­a­dos para assu­mir o encar­go da expe­di­ção. Em 1744, o navio em que regres­sou foi cap­tu­ra­do pelos bri­tâ­ni­cos, e foi fei­to pri­si­o­nei­ro, embo­ra tra­ta­do com res­pei­to pelos ofi­ci­ais navais ingle­ses, pois eles “não esta­vam em guer­ra com as artes e as ciên­ci­as”. O diá­rio de bor­do da sua via­gem ao Peru, publi­ca­do em 1748, con­tém uma des­cri­ção da pla­ti­na. Cri­ou o pri­mei­ro museu de his­tó­ria natu­ral e o pri­mei­ro labo­ra­tó­rio meta­lúr­gi­co em Espa­nha, assim como o obser­va­tó­rio de Cádis.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1792, o quí­mi­co sue­co Johan August Arfwed­son. Ele des­co­briu lítio (rela­ta­do em 1818) num com­pos­to obti­do a par­tir de peta­li­te. Este mine­ral foi encon­tra­do na mina de fer­ro de Uto, na Sué­cia. O com­po­nen­te alca­li­no, deno­mi­na­do lítio, era óxi­do de lítio. Arfwed­son não con­se­guiu iso­lar o lítio como metal por­que isso exi­gia elec­tró­li­se com bate­ri­as mais for­tes do que as que tinha dis­po­ní­veis. (A sepa­ra­ção aca­bou por ser fei­ta por Humphry Davy.) Peta­li­te é ago­ra conhe­ci­da por ser sili­ca­to de lítio e alu­mí­nio. Pos­te­ri­or­men­te, des­co­briu tam­bém lítio em dois outros mine­rais, spo­du­me­ne e lepi­do­li­te. Arfwed­son aban­do­nou o esfor­ço cien­tí­fi­co para pas­sar o seu tem­po a gerir as fábri­cas e minas da sua famí­lia que ele herdou.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1822, o inven­tor bel­go-fran­cês Éti­en­ne Lenoir. Ele con­ce­beu o pri­mei­ro motor de com­bus­tão inter­na do mun­do com suces­so comer­ci­al. Mudou-se para Paris, onde o seu tra­ba­lho com gal­va­ni­za­ção o levou a outras inven­ções eléc­tri­cas, entre as quais um telé­gra­fo fer­ro­viá­rio. Lenoir paten­te­ou o seu pri­mei­ro motor em 1860. Pare­cen­do-se mui­to com um motor a vapor de dupla acção, dis­pa­rou uma car­ga de ar não com­pri­mi­do e gás ilu­mi­nan­te com um sis­te­ma de igni­ção da sua pró­pria con­cep­ção. Um des­tes moto­res ali­men­ta­va um veí­cu­lo rodo­viá­rio em 1863; outro diri­gia um bar­co. Devi­do a dese­nhos melho­ra­dos por Niko­laus Otto e outros inven­to­res, o motor Lenoir tor­nou-se obso­le­to e ape­nas cer­ca de 500 moto­res Lenoir foram cons­truí­dos. O motor Lenoir não era sufi­ci­en­te­men­te efi­ci­en­te, e o inven­tor mor­reu pobre.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1853, o mate­má­ti­co ita­li­a­no Gre­go­rio Ric­ci-Cur­bas­tro. Ele foi ins­tru­men­tal no desen­vol­vi­men­to do cál­cu­lo dife­ren­ci­al abso­lu­to (tam­bém cha­ma­do cál­cu­lo Ric­ci), ago­ra conhe­ci­do como aná­li­se ten­so­ri­al. O tra­ba­lho ini­ci­al de Ric­ci-Cur­bas­tro foi em físi­ca mate­má­ti­ca, par­ti­cu­lar­men­te sobre as leis dos cir­cui­tos eléc­tri­cos e equa­ções dife­ren­ci­ais. Ele mudou um pou­co de área para empre­en­der inves­ti­ga­ção em geo­me­tria dife­ren­ci­al e foi o inven­tor do cál­cu­lo dife­ren­ci­al abso­lu­to entre 1884 e 1894. O cál­cu­lo dife­ren­ci­al abso­lu­to de Ric­ci-Cur­bas­tro tor­nou-se o fun­da­men­to da aná­li­se ten­so­ri­al e foi uti­li­za­do por Eins­tein na sua teo­ria da rela­ti­vi­da­de geral.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1903, o físi­co nucle­ar sovié­ti­co Igor Kur­cha­tov. Ele con­du­ziu inves­ti­ga­ção cien­tí­fi­ca nucle­ar na União Sovié­ti­ca, duran­te a qual a sua equi­pa cons­truiu um ciclo­trão, um ace­le­ra­dor de pró­tons e estu­dou a radi­o­ac­ti­vi­da­de arti­fi­ci­al e as inte­rac­ções neu­trões-pro­tões. Duran­te a II Guer­ra Mun­di­al, foi esco­lhi­do como direc­tor para o desen­vol­vi­men­to da pri­mei­ra bom­ba ató­mi­ca do seu país, deto­na­da a 29 de Agos­to de 1949. Entre­tan­to, em Dezem­bro de 1946, Kur­cha­tov demons­trou um reac­tor pro­tó­ti­po em fun­ci­o­na­men­to, embo­ra limi­ta­do a pro­du­zir ape­nas alguns watts e, em Junho de 1948, um reac­tor de pro­du­ção de plu­tó­nio. Em pou­cos anos, ele pro­du­ziu a pri­mei­ra bom­ba ter­mo­nu­cle­ar prá­ti­ca do mun­do (1952). Antes de 1978, o nome sovié­ti­co para o ele­men­to-104 era kur­cha­to­vium (Ku), embo­ra pos­te­ri­or­men­te o ruther­for­dium (Rf) se tenha tor­na­do o nome aceite.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1907, o enge­nhei­ro de fogue­tes sovié­ti­co Ser­gei Koro­lev. Ele con­ce­beu mís­seis gui­a­dos, fogue­tes e naves espa­ci­ais. Foi um dos fun­da­do­res do Gru­po de Mos­co­vo para o Estu­do do Movi­men­to Reac­ti­vo. Em 1933, par­ti­ci­pou no pri­mei­ro lan­ça­men­to de um fogue­tão pro­pul­sor líqui­do da União Sovié­ti­ca. Como não era mem­bro do Par­ti­do Comu­nis­ta, pas­sou gran­de par­te da sua vida sob pri­são domi­ci­liá­ria. Após demons­trar a sua perí­cia na modi­fi­ca­ção dos fogue­tes V2 cap­tu­ra­dos, Koro­lev diri­giu o pro­jec­to, tes­tes, cons­tru­ção e lan­ça­men­to da nave espa­ci­al Vos­tok, e a mai­o­ria dos outros pro­jec­tos da R.E.U. Por vol­ta de 1958, Koro­lev defen­deu a per­se­gui­ção de voos espa­ci­ais tri­pu­la­dos em vez de saté­li­tes de reco­nhe­ci­men­to mili­tar. Após mui­to deba­te, o pro­jec­to Vos­tok foi apro­va­do des­de que o veí­cu­lo de lan­ça­men­to tam­bém pudes­se ser útil para os militares.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1934, o inven­tor e empre­sá­rio nor­te-ame­ri­ca­no James Fer­ga­son. Ele é mais conhe­ci­do pelo seu tra­ba­lho sobre um ecrã de cris­tais líqui­dos melho­ra­do, ou LCD. Deti­nha mais de uma cen­te­na de paten­tes ame­ri­ca­nas na altu­ra da sua morte.

E nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­da a nova famí­lia de câma­ras para o Rasp­ber­ry PI. São qua­tro as vari­an­tes dife­ren­tes do Módu­lo 3 da Câma­ra, a come­çar pelo pre­ço de 25 dóla­res. Os Módu­los de Câma­ra têm opções sen­sí­veis à luz visí­vel e infra­ver­me­lhos, e com um cam­po de visão padrão ou lar­go (FoV). E em vez da ópti­ca de foca­gem fixa dos seus ante­ces­so­res, o Módu­lo de Câma­ra 3 for­ne­ce foca­gem auto­má­ti­ca moto­ri­za­da — per­mi­tin­do tirar ima­gens níti­das de objec­tos des­de cer­ca de 5cm até ao infinito.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­do o livro “Com­pu­ta­ti­o­nal Ima­ging Book”.

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Newsletter Nº401

Newsletter Nº401
News­let­ter Nº401

Faz hoje anos que nas­cia, em 1771, o inven­tor e fabri­can­te nor­te-ame­ri­ca­no David Wil­kin­son. Ele paten­te­ou uma máqui­na de cor­te de ros­cas de para­fu­so que incor­po­rou o supor­te da lâmi­na (14 Dez 1798). Tinha um supor­te pesa­do apoi­a­do em três rolos. Com o seu pai e irmão, Wil­kin­son for­ne­ceu a indús­tria do algo­dão, maqui­nan­do, fun­din­do e for­jan­do peças de fer­ro para cons­truir equi­pa­men­to de fabri­co têx­til para fábri­cas como Sla­ter Mill, Paw­tuc­ket, Rho­de Island. Com este negó­cio para o man­ter ocu­pa­do, Wil­kin­son não desen­vol­veu mais a sua máqui­na de para­fu­sos. O seu negó­cio falhou no pâni­co finan­cei­ro de 1829. No entan­to, a inven­ção do sli­de-rest foi ampla­men­te apli­ca­da por outros, espe­ci­al­men­te no fabri­co de armas de fogo para o gover­no dos Esta­dos Uni­dos. Em 1848, pediu ao Con­gres­so uma recom­pen­sa finan­cei­ra pela sua inven­ção e rece­beu 10.000 dólares.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1838, o mate­má­ti­co e enge­nhei­ro fran­cês Camil­le Jor­dan. Ele pre­pa­rou uma base para a teo­ria de gru­po e cons­truiu sobre o tra­ba­lho ante­ri­or de Éva­ris­te Galois. Como mate­má­ti­co, os inte­res­ses de Jor­dan eram diver­sos, cobrin­do tópi­cos ao lon­go dos aspec­tos da mate­má­ti­ca em estu­do na sua épo­ca. Os tópi­cos dos seus tra­ba­lhos publi­ca­dos inclu­em gru­pos fini­tos, álge­bra line­ar e mul­ti­li­ne­ar, teo­ria dos núme­ros, topo­lo­gia dos poli­e­dros, equa­ções dife­ren­ci­ais, e mecânica.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1855, o inven­tor e fabri­can­te nor­te-ame­ri­ca­no King C. Gil­let­te. Ele inven­tou e fabri­cou a lâmi­na de bar­be­ar de segu­ran­ça com lâmi­nas des­car­tá­veis. Após esfor­ços per­sis­ten­tes para inven­tar algo que todos usa­ri­am, em 1895 pro­du­ziu uma ver­são em bru­to de uma lâmi­na de bar­be­ar des­car­tá­vel. levou mais seis anos para refi­nar a sua inven­ção. A 15 de Novem­bro de 1904 foi-lhe con­ce­di­da a paten­te nor­te-ame­ri­ca­na nº 775.134 pela sua ideia e fun­dou a Gil­let­te Safety Razor Com­pany em Bos­ton, Mass., para fabri­car a sua lâmi­na de bar­be­ar e as suas lâmi­nas. Em 1903, ven­deu 168 lâmi­nas, mas no ano seguin­te ven­deu 90.000 lâmi­nas de bar­be­ar e mais de 12 milhões de lâmi­nas. Embo­ra tenha per­ma­ne­ci­do pre­si­den­te da empre­sa até 1931, reti­rou-se para Los Ange­les em 1913, ten­do-se tor­na­do um mili­o­ná­rio. Utó­pi­co, escre­veu qua­tro livros que tra­du­zem a sua expe­ri­ên­cia empre­sa­ri­al em teo­ri­as soci­ais, cul­mi­nan­do com The Peo­ple’s Cor­po­ra­ti­on (1924).

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1909, o mate­má­ti­co e lógi­co nor­te-ame­ri­ca­no Stephen Cole Kle­e­ne. Ele dedi­cou-se à pes­qui­sa sobre a teo­ria dos algo­rit­mos e fun­ções recur­si­vas. Desen­vol­veu o cam­po da teo­ria da recur­si­vi­da­de com Chur­ch, Gödel, Turing e outros. Con­tri­buiu para o Intui­ci­o­nis­mo mate­má­ti­co que tinha sido fun­da­do por Brouwer. O seu tra­ba­lho sobre a teo­ria da recur­si­vi­da­de aju­dou a for­ne­cer os fun­da­men­tos da infor­má­ti­ca teó­ri­ca. Ao for­ne­cer méto­dos para deter­mi­nar que pro­ble­mas são solú­veis, o tra­ba­lho de Kle­e­ne levou ao estu­do de que fun­ções podem ser computadas.

E come­çou hoje em Las Vegas a CES 2023, esta fei­ra de novi­da­des tec­no­ló­gi­cas dá o pon­ta­pé de saí­da para as novi­da­des que vão ser intro­du­zi­das ao lon­go des­te ano. Jun­tan­do mais de 3200 expo­si­to­res e mais de 4700 jor­na­lis­tas nela estão já a ser apre­sen­ta­das as prin­ci­pais novi­da­des por par­te dos gran­des players tec­no­ló­gi­cos actu­ais. Des­tes des­ta­ca-se a mate­ri­a­li­za­ção de um pro­jec­to lan­ça­do na CES 2020 por par­te da Sony com o seu pro­to­ti­po Afe­e­la, um vei­cu­lo eléc­tri­co fru­to de uma par­cei­ra com a Hon­da. É tam­bém de des­ta­car a pre­sen­ça de diver­sos cons­tru­to­res auto­mó­veis que qui­se­ram mos­trar as suas prin­ci­pais novi­da­des. Des­tes des­ta­cam-se a BMW e a Stel­lan­tis. No mun­do mais tec­no­ló­gi­co, a Qual­comm, a Sam­sung, a AMD e a Intel, apre­sen­tam novos pro­du­tos em diver­sas áre­as. A Fei­ra decor­re entre hoje e o dia 9 de Janei­ro em for­ma­to pre­sen­ci­al e híbrido.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­do o livro “PCB Design Tutorial”.

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Newsletter Nº400

Newsletter Nº400
News­let­ter Nº400

Faz hoje anos que nas­cia, em 1800, o inven­tor nor­te-ame­ri­ca­no [Char­les Goodyear](https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Goodyear). Ele cozeu bor­ra­cha mis­tu­ra­da com enxo­fre e des­co­briu o pro­ces­so de vul­ca­ni­za­ção que tor­nou a bor­ra­cha prá­ti­ca como um pro­du­to comer­ci­al. Ante­ri­or­men­te, a bor­ra­cha tinha uma uti­li­za­ção limi­ta­da, uma vez que con­ge­la­va com for­ça no Inver­no e gru­da­va no Verão. Após anos de expe­ri­men­ta­ção per­sis­ten­te, Goodye­ar tinha cri­a­do um com­pos­to duro, cura­do, capaz de resis­tir ao calor e ao stress. Infe­liz­men­te, era um pobre homem de negó­ci­os, inca­paz de lucrar com a sua inven­ção ou de a paten­te­ar efec­ti­va­men­te no estran­gei­ro. O nome “vul­ca­ni­za­do” foi apli­ca­do pelo pio­nei­ro inglês da bor­ra­cha Tho­mas Han­cock, usan­do a suges­tão de um ami­go para dar ao pro­ces­so o nome de Vul­can, o deus roma­no do fogo. A Goodye­ar tam­bém nun­ca foi liga­da à Goodye­ar Tire & Rub­ber Co. que foi nome­a­da em sua honra.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1813, o quí­mi­co indus­tri­al bri­tâ­ni­co [Ale­xan­der Parkes](https://en.wikipedia.org/wiki/Alexander_Parkes). Ele era um peri­to em gal­va­no­plas­tia, capaz de plas­ti­fi­car objec­tos tão diver­sos como uma teia de ara­nha e flo­res. Paten­te­ou um méto­do de reves­ti­men­to de teci­dos de bor­ra­cha para os imper­me­a­bi­li­zar (1841), um pro­ces­so de gal­va­no­plas­tia (1843), e um méto­do de extrac­ção de pra­ta do miné­rio de chum­bo por adi­ção de zin­co (1850). Pro­du­ziu o pri­mei­ro plás­ti­co (1855), a que cha­mou Par­ke­si­ne, dis­sol­ven­do o nitra­to de celu­lo­se em álco­ol e cân­fo­ra con­ten­do éter. O resul­ta­do sóli­do duro podia ser mol­da­do quan­do aque­ci­do, mas ele não encon­trou mer­ca­do para o mate­ri­al. (Isto foi redes­co­ber­to na déca­da de 1860 por John Wes­ley Hyatt, um quí­mi­co ame­ri­ca­no, que lhe deu o nome de celu­lói­de e o comer­ci­a­li­zou com suces­so como um subs­ti­tu­to do marfim).

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1856, o mate­má­ti­co holan­dês [Tho­mas Joan­nes Stieltjes](https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Joannes_Stieltjes). Ele foi um pio­nei­ro no cam­po dos pro­ble­mas do momen­to e con­tri­buiu para o estu­do das frac­ções con­tí­nu­as. O Ins­ti­tu­to Tho­mas Sti­elt­jes de Mate­má­ti­ca da Uni­ver­si­da­de de Lei­den, dis­sol­vi­do em 2011, rece­beu o seu nome, assim como a inte­gral Riemann-Stieltjes.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1905, o enge­nhei­ro elec­tro­téc­ni­co fran­co-ame­ri­ca­no [Hen­ri-Gas­ton Busignies](https://en.wikipedia.org/wiki/Henri_G._Busignies). Ele é res­pon­sá­vel pela inven­ção de loca­li­za­do­res de direc­ção de alta frequên­cia (HF/DF, ou “Huff Duff”) que per­mi­ti­ram à Mari­nha dos EUA duran­te a Segun­da Guer­ra Mun­di­al detec­tar trans­mis­sões ini­mi­gas e loca­li­zar rapi­da­men­te a direc­ção de onde vinha uma trans­mis­são rádio. Busig­ni­es inven­ta­ram a bús­so­la radio-eléc­tri­ca (1926) quan­do ain­da era estu­dan­te no Colé­gio Jules Fer­ry, em Ver­sa­lhes, Fran­ça. Em 1934, come­çou a desen­vol­ver o loca­li­za­dor de direc­ção com base na sua ante­ri­or bús­so­la radio. Busig­ni­es desen­vol­veu o indi­ca­dor de alvo móvel para radar em tem­po de guer­ra. Ele apa­gou do ecrã do radar todos os ecos de objec­tos esta­ci­o­ná­ri­os e dei­xou ape­nas ecos de objec­tos em movi­men­to, tais como aviões.

Em 1987, o cos­mo­nau­ta Yuri Roma­nen­ko regres­sa à Ter­ra, ter­mi­nan­do o seu recor­de de 326 dias de voo espa­ci­al em órbi­ta da Ter­ra na esta­ção espa­ci­al de Mir. A nave espa­ci­al Soyuz ater­rou num local cober­to de neve no Caza­quis­tão. A sua esta­dia no espa­ço bateu o ante­ri­or recor­de sovié­ti­co de 237 dias. Roma­nen­ko entrou em órbi­ta em 6 de Feve­rei­ro de 1987 com o enge­nhei­ro de voo Ale­xan­der Lavei­kin que sofreu pro­ble­mas car­día­cos cin­co meses mais tar­de e foi subs­ti­tuí­do por Ale­xan­der Ale­xan­drov. Eles con­du­zi­ram 1.000 expe­ri­ên­ci­as em bio­lo­gia, medi­ci­na, pro­ces­sa­men­to de mate­ri­ais e geo­lo­gia. Roma­nen­ko e Ale­xan­drov uti­li­za­ram o labo­ra­tó­rio gigan­te de astro­fí­si­ca Kvant (Quan­tum) liga­do à Mir para reco­lher dados de par­tes remo­tas do sis­te­ma solar. Num total de 3 mis­sões espa­ci­ais, acu­mu­lou 430,76 dias no espaço.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker assim como alguns vide­os inte­res­san­tes. São apre­sen­ta­dos os livros “The Linux Com­mand Line” e “Adven­tu­res with the Linux Com­mand Line”. Esta é a news­let­ter Nº400. Duran­te 400 sema­nas pre­pa­rei esta news­let­ter com os arti­gos que fui reco­lhen­do que seri­am úteis. Este pro­je­to, se é que assim se pode cha­mar, foi lan­ça­do a 5 de Maio de 2015 e ao lon­go des­tes qua­se sete anos foram inde­xa­dos aqui na news­let­ter mais de vin­te e dois mil arti­gos das mais diver­sas ori­gens e assun­tos. Sen­do esta a ulti­ma news­let­ter do ano, res­ta-me dese­jar um exce­len­te ano de 2023 a todos e espe­rar que este novo ano seja melhor que o atual.

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Newsletter Nº399

Newsletter Nº399
News­let­ter Nº399

Faz hoje anos que nas­cia, em 1732, o indus­tri­a­lis­ta e inven­tor inglês Richard Ark­wright. Ele ficou conhe­ci­do por ter intro­du­zi­do méto­dos de pro­du­ção de fábri­cas têx­teis meca­ni­za­dos e moto­ri­za­dos que foi enor­me­men­te bem suce­di­da. A máqui­na Spin­ning-Fra­me que ele inven­tou (1769, paten­te bri­tâ­ni­ca nº 931) para fiar fio de algo­dão uti­li­za­va múl­ti­plos con­jun­tos de rolos empa­re­lha­dos que gira­vam a dife­ren­tes velo­ci­da­des capa­zes de extrair fio com a espes­su­ra cor­rec­ta, e um con­jun­to de fusos para tor­cer as fibras fir­me­men­te jun­tas. Pro­du­ziu um fio mui­to mais for­te do que o fio fei­to pela Spin­ning-Jenny de James Har­gre­a­ves. A máqui­na de Ark­wright era dema­si­a­do gran­de para ser acci­o­na­da manu­al­men­te, por isso ele alimentou‑a com uma roda de água (1771) quan­do ficou conhe­ci­da como a Mol­du­ra de Água. O negó­cio têx­til de Ark­wright expan­diu-se, ele cons­truiu mais fábri­cas, e mais tar­de adop­tou a for­ça do vapor.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1765, o mate­má­ti­co ale­mão Johann Fri­e­dri­ch Pfaff. Ele propôs o pri­mei­ro méto­do geral de inte­gra­ção de equa­ções dife­ren­ci­ais par­ci­ais da pri­mei­ra ordem. Pfaff fez um tra­ba­lho impor­tan­te sobre fun­ções espe­ci­ais e a teo­ria das séri­es. Ele desen­vol­veu o Teo­re­ma de Tay­lor uti­li­zan­do a for­ma com o res­tan­te como dado por Lagran­ge. Em 1810 con­tri­buiu para a solu­ção de um pro­ble­ma devi­do a Gauss rela­ti­vo à elip­se da mai­or área que podia ser dese­nha­da den­tro de um deter­mi­na­do qua­dri­lá­te­ro. O seu tra­ba­lho mais impor­tan­te sobre as for­mas de Pfaff foi publi­ca­do em 1815, quan­do tinha qua­se 50 anos, mas a sua impor­tân­cia só foi reco­nhe­ci­da em 1827, quan­do Jaco­bi publi­cou um arti­go sobre o méto­do de Pfaff.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1799, o físi­co irlan­dês Nicho­las Cal­lan. Ele foi pio­nei­ro na ciên­cia eléc­tri­ca. Ele inven­tou a bobi­na de indu­ção (1836) antes da do mais conhe­ci­do Hein­ri­ch Ruhm­korff. A bobi­na de Cal­lan foi cons­truí­da uti­li­zan­do uma bobi­na de fer­ro em for­ma de fer­ra­du­ra com uma bobi­na secun­dá­ria de fio iso­la­do fino sob um enro­la­men­to sepa­ra­do de fio iso­la­do gros­so como bobi­na “pri­má­ria”. Cada vez que a cor­ren­te de uma bate­ria atra­vés da bobi­na “pri­má­ria” era inter­rom­pi­da, uma cor­ren­te de alta ten­são era pro­du­zi­da na bobi­na “secun­dá­ria” sepa­ra­da elec­tri­ca­men­te. Em 1837, Cal­lan uti­li­zou um meca­nis­mo de reló­gio para aba­nar um fio den­tro e fora de um peque­no copo de mer­cú­rio para inter­rom­per o cir­cui­to 20 vezes/segundo numa máqui­na de indu­ção gigan­te, pro­du­zin­do faís­cas de 15 pole­ga­das (esti­ma­das em 600.000 volts).

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1876, o enge­nhei­ro e meta­lúr­gi­co sue­co-ame­ri­ca­no Gus­tav Wal­de­mar Elmen. Ele cri­ou a Per­mal­loy (1916) e ligas cone­xas com alta per­me­a­bi­li­da­de mag­né­ti­ca uti­li­za­das em equi­pa­men­to de comu­ni­ca­ções. Uma liga com esta pro­pri­e­da­de pode ser facil­men­te mag­ne­ti­za­da e des­mag­ne­ti­za­da, espe­ci­al­men­te útil para apli­ca­ções em equi­pa­men­to eléc­tri­co, tele­fo­nes e outros sis­te­mas de comu­ni­ca­ções. Desen­vol­veu a Per­mal­loy de níquel-fer­ro em 1916, para a Wes­tern Elec­tric Com­pany (mais tar­de Bell Telepho­ne Labo­ra­to­ri­es). Mais tar­de, em 1923, Elmen des­co­briu que a per­me­a­bi­li­da­de mag­né­ti­ca pode­ria ser dra­ma­ti­ca­men­te aumen­ta­da se Per­mal­loy fos­se tra­ta­da com calor. A sua per­me­a­bi­li­da­de mag­né­ti­ca exce­deu a do aço de silí­cio. A sua des­co­ber­ta tor­nou pos­sí­vel cabos tele­grá­fi­cos de gran­de capa­ci­da­de de trans­por­te de men­sa­gens em alto mar.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1887, o mate­má­ti­co indi­a­no Sri­ni­va­sa Rama­nu­jan. Ele fez um notá­vel tra­ba­lho sobre séri­es hiper­ge­o­mé­tri­cas e frac­ções con­tí­nu­as. Na teo­ria dos núme­ros, ele des­co­briu pro­pri­e­da­des da fun­ção de par­ti­ção. Embo­ra auto­di­dac­ta, ele foi um dos mai­o­res géni­os mate­má­ti­cos da Índia. Tra­ba­lhou em fun­ções elíp­ti­cas, frac­ções con­tí­nu­as, e séri­es infi­ni­tas. A sua notá­vel fami­li­a­ri­da­de com os núme­ros, foi demons­tra­da pelo inci­den­te seguin­te. Enquan­to Rama­nu­jan esta­va no hos­pi­tal em Ingla­ter­ra, o seu pro­fes­sor de Cam­brid­ge, G. H. Hardy, visi­tou e obser­vou que tinha apa­nha­do o táxi núme­ro 1729, um núme­ro sin­gu­lar­men­te inex­cep­ci­o­nal. Rama­nu­jan res­pon­deu ime­di­a­ta­men­te que este núme­ro era de fac­to bas­tan­te notá­vel: é o menor núme­ro intei­ro que pode ser repre­sen­ta­do de duas manei­ras pela soma de dois cubos: 1729=1^3+12^3=9^3+10^3.

Em 1882, o pri­mei­ro fio de luzes eléc­tri­cas a deco­rar uma árvo­re de Natal foi cri­a­do para a sua casa por Edward H. John­son, um asso­ci­a­do de Tho­mas Edi­son. Ante­ri­or­men­te, as árvo­res tinham sido deco­ra­das com velas de cera. A edi­ção de Dezem­bro de 1901 do Ladi­es’ Home Jour­nal anun­ci­a­va as lâm­pa­das da árvo­re de Natal, fei­tas pela pri­mei­ra vez comer­ci­al­men­te pela Edi­son Gene­ral Elec­tric Co. of Har­ri­son, N.J. em cor­das de nove toma­das, cada uma com uma mini­a­tu­ra de 2 velas, 32 volts, lâm­pa­da de fila­men­to de car­bo­no*. As luzes das árvo­res de Natal rapi­da­men­te se tor­na­ram a fúria entre os ame­ri­ca­nos ricos, mas o cida­dão médio só as uti­li­zou nos anos 20 ou mais tar­de. As lâm­pa­das de carac­te­res tor­na­ram-se popu­la­res nos anos 20, as lâm­pa­das de bolhas nos anos 40, as lâm­pa­das cin­ti­lan­tes nos anos 50 e as lâm­pa­das de plás­ti­co em 1955.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker assim como alguns vide­os inte­res­san­tes. São apre­sen­ta­das as revis­tas Mag­Pi nº 125 e Hacks­pa­ce Maga­zi­ne Nº 62 de Janei­ro de 2023, assim como o livro C & GUI Pro­gram­ming 2nd Edi­ti­on. Apro­vei­to para dese­jar a todos votos de Boas Festas.

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Newsletter Nº398

Newsletter Nº398
News­let­ter Nº398

Faz hoje anos que nas­cia, em 1802, o mate­má­ti­co hún­ga­ro János Bolyai. Ele é um dos fun­da­do­res da geo­me­tria não eucli­di­a­na — geo­me­tria que não inclui o axi­o­ma de Eucli­des de que ape­nas uma linha pode ser tra­ça­da para­le­la­men­te a uma dada linha atra­vés de um pon­to que não se encon­tra na linha dada. O seu pai, Far­kas Bolyai, tinha dedi­ca­do a sua vida a ten­tar pro­var o famo­so pos­tu­la­do para­le­lo de Eucli­des. Ape­sar dos avi­sos do seu pai de que iria arrui­nar a sua saú­de e paz de espí­ri­to, János seguiu tra­ba­lhan­do nes­te axi­o­ma até que, por vol­ta de 1820, che­gou à con­clu­são de que não podia ser pro­va­do. Pros­se­guiu desen­vol­ven­do uma geo­me­tria con­sis­ten­te (publi­ca­da em 1882) na qual o pos­tu­la­do para­le­lo não é uti­li­za­do, esta­be­le­cen­do assim a inde­pen­dên­cia des­te axi­o­ma em rela­ção aos outros. Fez tam­bém um tra­ba­lho vali­o­so na teo­ria dos núme­ros complexos.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1832, o enge­nhei­ro civil fran­cês Gus­ta­ve Eif­fel. Ele era espe­ci­a­li­za­do em estru­tu­ras metá­li­cas, conhe­ci­do espe­ci­al­men­te pela Tor­re Eif­fel em Paris. Cons­truiu a sua pri­mei­ra das suas pon­tes de fer­ro em Bor­déus (1858) e este­ve entre os pri­mei­ros enge­nhei­ros a cons­truir fun­da­ções de pon­tes uti­li­zan­do cai­xo­tões de ar com­pri­mi­do. O seu tra­ba­lho inclui a con­cep­ção da cúpu­la gira­tó­ria para o Obser­va­tó­rio de Nice no cume do Mon­te Gros (1886), e o enqua­dra­men­to da Está­tua da Liber­da­de, ago­ra no por­to de Nova Ior­que. Depois de cons­truir a Tor­re Eif­fel (1887–9), que uti­li­zou para inves­ti­ga­ção cien­tí­fi­ca em mete­o­ro­lo­gia, aero­di­nâ­mi­ca e radi­o­te­le­gra­fia, cons­truiu tam­bém o pri­mei­ro labo­ra­tó­rio aero­di­nâ­mi­co em Auteuil, nos arre­do­res de Paris, onde pros­se­guiu o seu tra­ba­lho de inves­ti­ga­ção sem inter­rup­ção duran­te a I Guer­ra Mundial.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1852, o físi­co fran­cês Hen­ri Bec­que­rel. Ele des­co­briu a radi­o­ac­ti­vi­da­de em sais flu­o­res­cen­tes de urâ­nio. “Em reco­nhe­ci­men­to dos ser­vi­ços extra­or­di­ná­ri­os que pres­tou pela sua des­co­ber­ta da radi­o­ac­ti­vi­da­de espon­tâ­nea”, par­ti­lhou com Pier­re e Marie Curie o Pré­mio Nobel da Físi­ca de 1903. As suas pri­mei­ras pes­qui­sas foram em óti­ca. Em 1896, numa gave­ta, tinha guar­da­do duran­te alguns dias uma pla­ca foto­grá­fi­ca em papel pre­to, e alguns cris­tais mine­rais de urâ­nio dei­xa­dos sobre ela. Mais tar­de, des­co­briu que a pla­ca se encon­tra­va emba­ci­a­da. Os cris­tais, há mui­to tem­po fora da luz solar, não con­se­gui­am flu­o­res­cer, mas ele des­co­briu aci­den­tal­men­te que o sal era uma fon­te de radi­a­ção pene­tran­te: radi­o­ac­ti­vi­da­de. Três anos depois, mos­trou que os rai­os eram par­tí­cu­las car­re­ga­das pela sua defle­xão num cam­po mag­né­ti­co. Ini­ci­al­men­te, os rai­os emi­ti­dos pelas subs­tân­ci­as radi­o­ac­ti­vas rece­be­ram o seu nome.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1859, o médi­co e ocu­lis­ta pola­co L.L. Zame­nhof. Ele é res­pon­sá­vel pela cri­a­ção da mais impor­tan­te das lín­guas arti­fi­ci­ais inter­na­ci­o­nais — o espe­ran­to. Ele acre­di­ta­va que todos no mun­do deve­ri­am ser capa­zes de comu­ni­car uns com os outros atra­vés de uma úni­ca lín­gua inter­na­ci­o­nal, por isso desen­vol­veu o espe­ran­to, que sig­ni­fi­ca “aque­le que espe­ra”. Foi intro­du­zi­do num pan­fle­to que ele publi­cou em 1887. O voca­bu­lá­rio espe­ran­to é com­pos­to prin­ci­pal­men­te de pala­vras com raí­zes lati­nas e pala­vras comuns a vári­as lín­guas. O espe­ran­to é menos com­pli­ca­do do que uma ten­ta­ti­va ante­ri­or de lín­gua arti­fi­ci­al cha­ma­da Vola­puk. Enquan­to asso­ci­a­ções de espe­ran­to se for­ma­ram em todo o mun­do, nun­ca se tor­nou ampla­men­te aceite.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1861, o inven­tor nor­te-ame­ri­ca­no Char­les Duryea. Ele, com o seu irmão J. Frank Duryea cons­truiu o pri­mei­ro auto­mó­vel com múl­ti­plas cópi­as fabri­ca­do nos EUA. A 28 de Novem­bro de 1895, Frank con­du­ziu o seu car­ro para ganhar $2.000 na pri­mei­ra Cor­ri­da Auto­mó­vel Ame­ri­ca­na em Chi­ca­go, patro­ci­na­da pelo Chi­ca­go Times-Herald. Via­ja­ram 54 milhas de Chi­ca­go para Evans­ton, Illi­nois e de vol­ta, em pou­co mais de 10 horas. Em 1896, cri­a­ram a Duryea Motor Wagon Co. em Spring­fi­eld, Mass. para fabri­car vári­as uni­da­des de um veí­cu­lo a gaso­li­na. A sua pro­du­ção de 13 máqui­nas idên­ti­cas nes­se ano é con­si­de­ra­da como a pri­mei­ra pro­du­ção em série de auto­mó­veis ame­ri­ca­nos, ganhan­do-lhes o reco­nhe­ci­men­to como “Fathers of the Ame­ri­can Auto­mo­bi­le Industry”.

E nes­ta sema­na que pas­sou a nave espa­ci­al Ori­on da NASA vol­tou à Ter­ra, ater­ran­do no Oce­a­no Pací­fi­co, a oes­te da Baja Cali­for­nia, às 9:40 da manhã de Domin­go PST, após uma mis­são recor­dis­ta, via­jan­do mais de 1,4 milhões de milhas num cami­nho à vol­ta da Lua e regres­san­do em segu­ran­ça à Ter­ra, com­ple­tan­do o tes­te de voo Arte­mis I. Este é o pas­so final da mis­são Arte­mis I que come­çou com um lan­ça­men­to bem suce­di­do do fogue­tão Spa­ce Laun­ch Sys­tem (SLS) da NASA a 16 de Novem­bro, da pla­ta­for­ma de lan­ça­men­to 39B no Ken­nedy Spa­ce Cen­ter da NASA, na Flo­ri­da. Ao lon­go de 25,5 dias, a NASA tes­tou o Ori­on no ambi­en­te hos­til do espa­ço pro­fun­do antes de voar como astro­nau­tas no Arte­mis II.

Tam­bém nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­do a ver­são 6.1 do Ker­nel de Linux. Ao anun­ci­ar a che­ga­da à Linux Ker­nel Mai­ling List, Linus Tor­valds diz: “Então aqui esta­mos nós, uma sema­na atra­sa­dos, mas a sema­na pas­sa­da foi agra­dá­vel e len­ta, e eu estou mui­to mais feliz com o esta­do da ver­são 6.1 do que esta­va há algu­mas sema­nas atrás”. Uma impor­tan­te adi­ção ao Linux 6.1 é o supor­te (expe­ri­men­tal) à Rust, a “lin­gua­gem de pro­gra­ma­ção mul­ti-para­dig­ma, de uso geral”, que está a ter um cres­ci­men­to tre­men­do nas solu­ções de códi­go aber­to. Ape­sar de peque­no, este pas­so ini­ci­al de cri­a­ção é bom para a ambi­ção de dei­xar os devs do ker­nel escre­ve­rem o códi­go do ker­nel em Rust. Outra adi­ção ao ker­nel Linux 6.1 é Mul­ti-Gene­ra­ti­o­nal Least-Recen­tly-Used (aka MG-LRU; embo­ra isto ain­da não este­ja acti­va­do por defei­to). Para citar a docu­men­ta­ção no ker­nel, esta carac­te­rís­ti­ca de memó­ria: “…opti­mi­za a recu­pe­ra­ção da pági­na e melho­ra o desem­pe­nho sob pres­são de memó­ria” — hey: um melhor desem­pe­nho é sem­pre bem-vin­do. O filesys­tem btrfs tam­bém rece­beu inú­me­ras melho­ri­as de desem­pe­nho, assim como o EXT4. O supor­te do Nin­ten­do HID foi mui­to melhorado.
Glo­bal­men­te, o ker­nel 6.1 do Linux ofe­re­ce uma gama de novas fun­ci­o­na­li­da­des e actu­a­li­za­ções que melho­ram o desem­pe­nho e a segu­ran­ça dos sis­te­mas base­a­dos em Linux. Estas melho­ri­as fazem do Linux um sis­te­ma ope­ra­ti­vo ain­da mais pode­ro­so e fle­xí­vel, capaz de satis­fa­zer as exi­gên­ci­as de uma vas­ta gama de apli­ca­ções e utilizadores.

Por fim, nes­ta sema­na que pas­sou, o Labo­ra­tó­rio Naci­o­nal Lawren­ce Liver­mo­re con­du­ziu a pri­mei­ra expe­ri­ên­cia de fusão con­tro­la­da na his­tó­ria a atin­gir este mar­co, tam­bém conhe­ci­do como bre­a­ke­ven de ener­gia cien­tí­fi­ca, o que sig­ni­fi­ca que pro­du­ziu mais ener­gia a par­tir da fusão do que a ener­gia laser uti­li­za­da para a impul­si­o­nar. “Este é um mar­co his­tó­ri­co para os inves­ti­ga­do­res e pes­so­al do Nati­o­nal Igni­ti­on Faci­lity que dedi­ca­ram as suas car­rei­ras a ver a igni­ção por fusão tor­nar-se uma rea­li­da­de, e este mar­co irá sem dúvi­da desen­ca­de­ar ain­da mais des­co­ber­tas”, dis­se a Secre­tá­ria da Ener­gia dos EUA Jen­ni­fer M. Gra­nholm. “A Admi­nis­tra­ção Biden-Har­ris está empe­nha­da em apoi­ar os nos­sos cien­tis­tas de clas­se mun­di­al — como a equi­pa da NIF — cujo tra­ba­lho nos aju­da­rá a resol­ver os pro­ble­mas mais com­ple­xos e pre­men­tes da huma­ni­da­de, como for­ne­cer ener­gia lim­pa para com­ba­ter as alte­ra­ções cli­má­ti­cas e man­ter um dis­su­a­sor nucle­ar sem tes­tes nucleares”.

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