Newsletter Nº402

Newsletter Nº402
News­let­ter Nº402

Faz hoje anos que nas­cia, em 1580, o Filó­so­fo, quí­mi­co, e médi­co bel­ga Jan Bap­tis­ta van Hel­mont. Ele cunhou a pala­vra “gás” (via kha­os gre­go, espa­ço vazio), do qual encon­trou vári­os exem­plos, a mai­o­ria dos quais é de dió­xi­do de car­bo­no natu­ral. Como homem da sua ida­de, ele foi par­te medi­e­va­lis­ta e par­te cien­tis­ta. Hel­mont foi o pri­mei­ro a reco­nhe­cer gases dis­tin­tos do ar atmos­fé­ri­co. Ele deter­mi­nou que o gás emi­ti­do pela quei­ma do car­vão vege­tal é o mes­mo que o emi­ti­do pela fer­men­ta­ção do sumo de uva. A isto deu o nome de spi­ri­tus sil­ves­tre (“espí­ri­to sel­va­gem”); cha­ma­mos-lhe dió­xi­do de car­bo­no. Ele tam­bém iden­ti­fi­cou o sul­fu­re­to de hidro­gé­nio pro­ve­ni­en­te do homem, e fez gás acis hidro­clo­rí­dri­co. Como médi­co e fisi­o­lo­gis­ta, Hel­mont foi um dos pri­mei­ros a apli­car prin­cí­pi­os quí­mi­cos na saú­de huma­na e na doen­ça. Alguns cha­mam-lhe o “pai dabi­o­chequí­mi­ca”. Ele foi inter­ro­ga­do pela Inqui­si­ção, e pas­sou algum tem­po em pri­são domiciliária.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1716, o cien­tis­ta e ofi­ci­al naval espa­nhol Anto­nio de Ulloa. Ele des­co­briu o ele­men­to pla­ti­na (núme­ro ató­mi­co 78). Em 1735, os gover­nos fran­cês e espa­nhol envi­a­ram uma expe­di­ção cien­tí­fi­ca ao Peru e Equa­dor para medir um grau de meri­di­a­no em Quin­to, per­to da linha do equa­dor. Ulloa foi um dos ofi­ci­ais nome­a­dos para assu­mir o encar­go da expe­di­ção. Em 1744, o navio em que regres­sou foi cap­tu­ra­do pelos bri­tâ­ni­cos, e foi fei­to pri­si­o­nei­ro, embo­ra tra­ta­do com res­pei­to pelos ofi­ci­ais navais ingle­ses, pois eles “não esta­vam em guer­ra com as artes e as ciên­ci­as”. O diá­rio de bor­do da sua via­gem ao Peru, publi­ca­do em 1748, con­tém uma des­cri­ção da pla­ti­na. Cri­ou o pri­mei­ro museu de his­tó­ria natu­ral e o pri­mei­ro labo­ra­tó­rio meta­lúr­gi­co em Espa­nha, assim como o obser­va­tó­rio de Cádis.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1792, o quí­mi­co sue­co Johan August Arfwed­son. Ele des­co­briu lítio (rela­ta­do em 1818) num com­pos­to obti­do a par­tir de peta­li­te. Este mine­ral foi encon­tra­do na mina de fer­ro de Uto, na Sué­cia. O com­po­nen­te alca­li­no, deno­mi­na­do lítio, era óxi­do de lítio. Arfwed­son não con­se­guiu iso­lar o lítio como metal por­que isso exi­gia elec­tró­li­se com bate­ri­as mais for­tes do que as que tinha dis­po­ní­veis. (A sepa­ra­ção aca­bou por ser fei­ta por Humphry Davy.) Peta­li­te é ago­ra conhe­ci­da por ser sili­ca­to de lítio e alu­mí­nio. Pos­te­ri­or­men­te, des­co­briu tam­bém lítio em dois outros mine­rais, spo­du­me­ne e lepi­do­li­te. Arfwed­son aban­do­nou o esfor­ço cien­tí­fi­co para pas­sar o seu tem­po a gerir as fábri­cas e minas da sua famí­lia que ele herdou.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1822, o inven­tor bel­go-fran­cês Éti­en­ne Lenoir. Ele con­ce­beu o pri­mei­ro motor de com­bus­tão inter­na do mun­do com suces­so comer­ci­al. Mudou-se para Paris, onde o seu tra­ba­lho com gal­va­ni­za­ção o levou a outras inven­ções eléc­tri­cas, entre as quais um telé­gra­fo fer­ro­viá­rio. Lenoir paten­te­ou o seu pri­mei­ro motor em 1860. Pare­cen­do-se mui­to com um motor a vapor de dupla acção, dis­pa­rou uma car­ga de ar não com­pri­mi­do e gás ilu­mi­nan­te com um sis­te­ma de igni­ção da sua pró­pria con­cep­ção. Um des­tes moto­res ali­men­ta­va um veí­cu­lo rodo­viá­rio em 1863; outro diri­gia um bar­co. Devi­do a dese­nhos melho­ra­dos por Niko­laus Otto e outros inven­to­res, o motor Lenoir tor­nou-se obso­le­to e ape­nas cer­ca de 500 moto­res Lenoir foram cons­truí­dos. O motor Lenoir não era sufi­ci­en­te­men­te efi­ci­en­te, e o inven­tor mor­reu pobre.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1853, o mate­má­ti­co ita­li­a­no Gre­go­rio Ric­ci-Cur­bas­tro. Ele foi ins­tru­men­tal no desen­vol­vi­men­to do cál­cu­lo dife­ren­ci­al abso­lu­to (tam­bém cha­ma­do cál­cu­lo Ric­ci), ago­ra conhe­ci­do como aná­li­se ten­so­ri­al. O tra­ba­lho ini­ci­al de Ric­ci-Cur­bas­tro foi em físi­ca mate­má­ti­ca, par­ti­cu­lar­men­te sobre as leis dos cir­cui­tos eléc­tri­cos e equa­ções dife­ren­ci­ais. Ele mudou um pou­co de área para empre­en­der inves­ti­ga­ção em geo­me­tria dife­ren­ci­al e foi o inven­tor do cál­cu­lo dife­ren­ci­al abso­lu­to entre 1884 e 1894. O cál­cu­lo dife­ren­ci­al abso­lu­to de Ric­ci-Cur­bas­tro tor­nou-se o fun­da­men­to da aná­li­se ten­so­ri­al e foi uti­li­za­do por Eins­tein na sua teo­ria da rela­ti­vi­da­de geral.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1903, o físi­co nucle­ar sovié­ti­co Igor Kur­cha­tov. Ele con­du­ziu inves­ti­ga­ção cien­tí­fi­ca nucle­ar na União Sovié­ti­ca, duran­te a qual a sua equi­pa cons­truiu um ciclo­trão, um ace­le­ra­dor de pró­tons e estu­dou a radi­o­ac­ti­vi­da­de arti­fi­ci­al e as inte­rac­ções neu­trões-pro­tões. Duran­te a II Guer­ra Mun­di­al, foi esco­lhi­do como direc­tor para o desen­vol­vi­men­to da pri­mei­ra bom­ba ató­mi­ca do seu país, deto­na­da a 29 de Agos­to de 1949. Entre­tan­to, em Dezem­bro de 1946, Kur­cha­tov demons­trou um reac­tor pro­tó­ti­po em fun­ci­o­na­men­to, embo­ra limi­ta­do a pro­du­zir ape­nas alguns watts e, em Junho de 1948, um reac­tor de pro­du­ção de plu­tó­nio. Em pou­cos anos, ele pro­du­ziu a pri­mei­ra bom­ba ter­mo­nu­cle­ar prá­ti­ca do mun­do (1952). Antes de 1978, o nome sovié­ti­co para o ele­men­to-104 era kur­cha­to­vium (Ku), embo­ra pos­te­ri­or­men­te o ruther­for­dium (Rf) se tenha tor­na­do o nome aceite.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1907, o enge­nhei­ro de fogue­tes sovié­ti­co Ser­gei Koro­lev. Ele con­ce­beu mís­seis gui­a­dos, fogue­tes e naves espa­ci­ais. Foi um dos fun­da­do­res do Gru­po de Mos­co­vo para o Estu­do do Movi­men­to Reac­ti­vo. Em 1933, par­ti­ci­pou no pri­mei­ro lan­ça­men­to de um fogue­tão pro­pul­sor líqui­do da União Sovié­ti­ca. Como não era mem­bro do Par­ti­do Comu­nis­ta, pas­sou gran­de par­te da sua vida sob pri­são domi­ci­liá­ria. Após demons­trar a sua perí­cia na modi­fi­ca­ção dos fogue­tes V2 cap­tu­ra­dos, Koro­lev diri­giu o pro­jec­to, tes­tes, cons­tru­ção e lan­ça­men­to da nave espa­ci­al Vos­tok, e a mai­o­ria dos outros pro­jec­tos da R.E.U. Por vol­ta de 1958, Koro­lev defen­deu a per­se­gui­ção de voos espa­ci­ais tri­pu­la­dos em vez de saté­li­tes de reco­nhe­ci­men­to mili­tar. Após mui­to deba­te, o pro­jec­to Vos­tok foi apro­va­do des­de que o veí­cu­lo de lan­ça­men­to tam­bém pudes­se ser útil para os militares.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1934, o inven­tor e empre­sá­rio nor­te-ame­ri­ca­no James Fer­ga­son. Ele é mais conhe­ci­do pelo seu tra­ba­lho sobre um ecrã de cris­tais líqui­dos melho­ra­do, ou LCD. Deti­nha mais de uma cen­te­na de paten­tes ame­ri­ca­nas na altu­ra da sua morte.

E nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­da a nova famí­lia de câma­ras para o Rasp­ber­ry PI. São qua­tro as vari­an­tes dife­ren­tes do Módu­lo 3 da Câma­ra, a come­çar pelo pre­ço de 25 dóla­res. Os Módu­los de Câma­ra têm opções sen­sí­veis à luz visí­vel e infra­ver­me­lhos, e com um cam­po de visão padrão ou lar­go (FoV). E em vez da ópti­ca de foca­gem fixa dos seus ante­ces­so­res, o Módu­lo de Câma­ra 3 for­ne­ce foca­gem auto­má­ti­ca moto­ri­za­da — per­mi­tin­do tirar ima­gens níti­das de objec­tos des­de cer­ca de 5cm até ao infinito.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­do o livro “Com­pu­ta­ti­o­nal Ima­ging Book”.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.