Newsletter Nº400

Newsletter Nº400
News­let­ter Nº400

Faz hoje anos que nas­cia, em 1800, o inven­tor nor­te-ame­ri­ca­no [Char­les Goodyear](https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Goodyear). Ele cozeu bor­ra­cha mis­tu­ra­da com enxo­fre e des­co­briu o pro­ces­so de vul­ca­ni­za­ção que tor­nou a bor­ra­cha prá­ti­ca como um pro­du­to comer­ci­al. Ante­ri­or­men­te, a bor­ra­cha tinha uma uti­li­za­ção limi­ta­da, uma vez que con­ge­la­va com for­ça no Inver­no e gru­da­va no Verão. Após anos de expe­ri­men­ta­ção per­sis­ten­te, Goodye­ar tinha cri­a­do um com­pos­to duro, cura­do, capaz de resis­tir ao calor e ao stress. Infe­liz­men­te, era um pobre homem de negó­ci­os, inca­paz de lucrar com a sua inven­ção ou de a paten­te­ar efec­ti­va­men­te no estran­gei­ro. O nome “vul­ca­ni­za­do” foi apli­ca­do pelo pio­nei­ro inglês da bor­ra­cha Tho­mas Han­cock, usan­do a suges­tão de um ami­go para dar ao pro­ces­so o nome de Vul­can, o deus roma­no do fogo. A Goodye­ar tam­bém nun­ca foi liga­da à Goodye­ar Tire & Rub­ber Co. que foi nome­a­da em sua honra.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1813, o quí­mi­co indus­tri­al bri­tâ­ni­co [Ale­xan­der Parkes](https://en.wikipedia.org/wiki/Alexander_Parkes). Ele era um peri­to em gal­va­no­plas­tia, capaz de plas­ti­fi­car objec­tos tão diver­sos como uma teia de ara­nha e flo­res. Paten­te­ou um méto­do de reves­ti­men­to de teci­dos de bor­ra­cha para os imper­me­a­bi­li­zar (1841), um pro­ces­so de gal­va­no­plas­tia (1843), e um méto­do de extrac­ção de pra­ta do miné­rio de chum­bo por adi­ção de zin­co (1850). Pro­du­ziu o pri­mei­ro plás­ti­co (1855), a que cha­mou Par­ke­si­ne, dis­sol­ven­do o nitra­to de celu­lo­se em álco­ol e cân­fo­ra con­ten­do éter. O resul­ta­do sóli­do duro podia ser mol­da­do quan­do aque­ci­do, mas ele não encon­trou mer­ca­do para o mate­ri­al. (Isto foi redes­co­ber­to na déca­da de 1860 por John Wes­ley Hyatt, um quí­mi­co ame­ri­ca­no, que lhe deu o nome de celu­lói­de e o comer­ci­a­li­zou com suces­so como um subs­ti­tu­to do marfim).

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1856, o mate­má­ti­co holan­dês [Tho­mas Joan­nes Stieltjes](https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Joannes_Stieltjes). Ele foi um pio­nei­ro no cam­po dos pro­ble­mas do momen­to e con­tri­buiu para o estu­do das frac­ções con­tí­nu­as. O Ins­ti­tu­to Tho­mas Sti­elt­jes de Mate­má­ti­ca da Uni­ver­si­da­de de Lei­den, dis­sol­vi­do em 2011, rece­beu o seu nome, assim como a inte­gral Riemann-Stieltjes.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1905, o enge­nhei­ro elec­tro­téc­ni­co fran­co-ame­ri­ca­no [Hen­ri-Gas­ton Busignies](https://en.wikipedia.org/wiki/Henri_G._Busignies). Ele é res­pon­sá­vel pela inven­ção de loca­li­za­do­res de direc­ção de alta frequên­cia (HF/DF, ou “Huff Duff”) que per­mi­ti­ram à Mari­nha dos EUA duran­te a Segun­da Guer­ra Mun­di­al detec­tar trans­mis­sões ini­mi­gas e loca­li­zar rapi­da­men­te a direc­ção de onde vinha uma trans­mis­são rádio. Busig­ni­es inven­ta­ram a bús­so­la radio-eléc­tri­ca (1926) quan­do ain­da era estu­dan­te no Colé­gio Jules Fer­ry, em Ver­sa­lhes, Fran­ça. Em 1934, come­çou a desen­vol­ver o loca­li­za­dor de direc­ção com base na sua ante­ri­or bús­so­la radio. Busig­ni­es desen­vol­veu o indi­ca­dor de alvo móvel para radar em tem­po de guer­ra. Ele apa­gou do ecrã do radar todos os ecos de objec­tos esta­ci­o­ná­ri­os e dei­xou ape­nas ecos de objec­tos em movi­men­to, tais como aviões.

Em 1987, o cos­mo­nau­ta Yuri Roma­nen­ko regres­sa à Ter­ra, ter­mi­nan­do o seu recor­de de 326 dias de voo espa­ci­al em órbi­ta da Ter­ra na esta­ção espa­ci­al de Mir. A nave espa­ci­al Soyuz ater­rou num local cober­to de neve no Caza­quis­tão. A sua esta­dia no espa­ço bateu o ante­ri­or recor­de sovié­ti­co de 237 dias. Roma­nen­ko entrou em órbi­ta em 6 de Feve­rei­ro de 1987 com o enge­nhei­ro de voo Ale­xan­der Lavei­kin que sofreu pro­ble­mas car­día­cos cin­co meses mais tar­de e foi subs­ti­tuí­do por Ale­xan­der Ale­xan­drov. Eles con­du­zi­ram 1.000 expe­ri­ên­ci­as em bio­lo­gia, medi­ci­na, pro­ces­sa­men­to de mate­ri­ais e geo­lo­gia. Roma­nen­ko e Ale­xan­drov uti­li­za­ram o labo­ra­tó­rio gigan­te de astro­fí­si­ca Kvant (Quan­tum) liga­do à Mir para reco­lher dados de par­tes remo­tas do sis­te­ma solar. Num total de 3 mis­sões espa­ci­ais, acu­mu­lou 430,76 dias no espaço.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker assim como alguns vide­os inte­res­san­tes. São apre­sen­ta­dos os livros “The Linux Com­mand Line” e “Adven­tu­res with the Linux Com­mand Line”. Esta é a news­let­ter Nº400. Duran­te 400 sema­nas pre­pa­rei esta news­let­ter com os arti­gos que fui reco­lhen­do que seri­am úteis. Este pro­je­to, se é que assim se pode cha­mar, foi lan­ça­do a 5 de Maio de 2015 e ao lon­go des­tes qua­se sete anos foram inde­xa­dos aqui na news­let­ter mais de vin­te e dois mil arti­gos das mais diver­sas ori­gens e assun­tos. Sen­do esta a ulti­ma news­let­ter do ano, res­ta-me dese­jar um exce­len­te ano de 2023 a todos e espe­rar que este novo ano seja melhor que o atual.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.

Newsletter Nº399

Newsletter Nº399
News­let­ter Nº399

Faz hoje anos que nas­cia, em 1732, o indus­tri­a­lis­ta e inven­tor inglês Richard Ark­wright. Ele ficou conhe­ci­do por ter intro­du­zi­do méto­dos de pro­du­ção de fábri­cas têx­teis meca­ni­za­dos e moto­ri­za­dos que foi enor­me­men­te bem suce­di­da. A máqui­na Spin­ning-Fra­me que ele inven­tou (1769, paten­te bri­tâ­ni­ca nº 931) para fiar fio de algo­dão uti­li­za­va múl­ti­plos con­jun­tos de rolos empa­re­lha­dos que gira­vam a dife­ren­tes velo­ci­da­des capa­zes de extrair fio com a espes­su­ra cor­rec­ta, e um con­jun­to de fusos para tor­cer as fibras fir­me­men­te jun­tas. Pro­du­ziu um fio mui­to mais for­te do que o fio fei­to pela Spin­ning-Jenny de James Har­gre­a­ves. A máqui­na de Ark­wright era dema­si­a­do gran­de para ser acci­o­na­da manu­al­men­te, por isso ele alimentou‑a com uma roda de água (1771) quan­do ficou conhe­ci­da como a Mol­du­ra de Água. O negó­cio têx­til de Ark­wright expan­diu-se, ele cons­truiu mais fábri­cas, e mais tar­de adop­tou a for­ça do vapor.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1765, o mate­má­ti­co ale­mão Johann Fri­e­dri­ch Pfaff. Ele propôs o pri­mei­ro méto­do geral de inte­gra­ção de equa­ções dife­ren­ci­ais par­ci­ais da pri­mei­ra ordem. Pfaff fez um tra­ba­lho impor­tan­te sobre fun­ções espe­ci­ais e a teo­ria das séri­es. Ele desen­vol­veu o Teo­re­ma de Tay­lor uti­li­zan­do a for­ma com o res­tan­te como dado por Lagran­ge. Em 1810 con­tri­buiu para a solu­ção de um pro­ble­ma devi­do a Gauss rela­ti­vo à elip­se da mai­or área que podia ser dese­nha­da den­tro de um deter­mi­na­do qua­dri­lá­te­ro. O seu tra­ba­lho mais impor­tan­te sobre as for­mas de Pfaff foi publi­ca­do em 1815, quan­do tinha qua­se 50 anos, mas a sua impor­tân­cia só foi reco­nhe­ci­da em 1827, quan­do Jaco­bi publi­cou um arti­go sobre o méto­do de Pfaff.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1799, o físi­co irlan­dês Nicho­las Cal­lan. Ele foi pio­nei­ro na ciên­cia eléc­tri­ca. Ele inven­tou a bobi­na de indu­ção (1836) antes da do mais conhe­ci­do Hein­ri­ch Ruhm­korff. A bobi­na de Cal­lan foi cons­truí­da uti­li­zan­do uma bobi­na de fer­ro em for­ma de fer­ra­du­ra com uma bobi­na secun­dá­ria de fio iso­la­do fino sob um enro­la­men­to sepa­ra­do de fio iso­la­do gros­so como bobi­na “pri­má­ria”. Cada vez que a cor­ren­te de uma bate­ria atra­vés da bobi­na “pri­má­ria” era inter­rom­pi­da, uma cor­ren­te de alta ten­são era pro­du­zi­da na bobi­na “secun­dá­ria” sepa­ra­da elec­tri­ca­men­te. Em 1837, Cal­lan uti­li­zou um meca­nis­mo de reló­gio para aba­nar um fio den­tro e fora de um peque­no copo de mer­cú­rio para inter­rom­per o cir­cui­to 20 vezes/segundo numa máqui­na de indu­ção gigan­te, pro­du­zin­do faís­cas de 15 pole­ga­das (esti­ma­das em 600.000 volts).

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1876, o enge­nhei­ro e meta­lúr­gi­co sue­co-ame­ri­ca­no Gus­tav Wal­de­mar Elmen. Ele cri­ou a Per­mal­loy (1916) e ligas cone­xas com alta per­me­a­bi­li­da­de mag­né­ti­ca uti­li­za­das em equi­pa­men­to de comu­ni­ca­ções. Uma liga com esta pro­pri­e­da­de pode ser facil­men­te mag­ne­ti­za­da e des­mag­ne­ti­za­da, espe­ci­al­men­te útil para apli­ca­ções em equi­pa­men­to eléc­tri­co, tele­fo­nes e outros sis­te­mas de comu­ni­ca­ções. Desen­vol­veu a Per­mal­loy de níquel-fer­ro em 1916, para a Wes­tern Elec­tric Com­pany (mais tar­de Bell Telepho­ne Labo­ra­to­ri­es). Mais tar­de, em 1923, Elmen des­co­briu que a per­me­a­bi­li­da­de mag­né­ti­ca pode­ria ser dra­ma­ti­ca­men­te aumen­ta­da se Per­mal­loy fos­se tra­ta­da com calor. A sua per­me­a­bi­li­da­de mag­né­ti­ca exce­deu a do aço de silí­cio. A sua des­co­ber­ta tor­nou pos­sí­vel cabos tele­grá­fi­cos de gran­de capa­ci­da­de de trans­por­te de men­sa­gens em alto mar.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1887, o mate­má­ti­co indi­a­no Sri­ni­va­sa Rama­nu­jan. Ele fez um notá­vel tra­ba­lho sobre séri­es hiper­ge­o­mé­tri­cas e frac­ções con­tí­nu­as. Na teo­ria dos núme­ros, ele des­co­briu pro­pri­e­da­des da fun­ção de par­ti­ção. Embo­ra auto­di­dac­ta, ele foi um dos mai­o­res géni­os mate­má­ti­cos da Índia. Tra­ba­lhou em fun­ções elíp­ti­cas, frac­ções con­tí­nu­as, e séri­es infi­ni­tas. A sua notá­vel fami­li­a­ri­da­de com os núme­ros, foi demons­tra­da pelo inci­den­te seguin­te. Enquan­to Rama­nu­jan esta­va no hos­pi­tal em Ingla­ter­ra, o seu pro­fes­sor de Cam­brid­ge, G. H. Hardy, visi­tou e obser­vou que tinha apa­nha­do o táxi núme­ro 1729, um núme­ro sin­gu­lar­men­te inex­cep­ci­o­nal. Rama­nu­jan res­pon­deu ime­di­a­ta­men­te que este núme­ro era de fac­to bas­tan­te notá­vel: é o menor núme­ro intei­ro que pode ser repre­sen­ta­do de duas manei­ras pela soma de dois cubos: 1729=1^3+12^3=9^3+10^3.

Em 1882, o pri­mei­ro fio de luzes eléc­tri­cas a deco­rar uma árvo­re de Natal foi cri­a­do para a sua casa por Edward H. John­son, um asso­ci­a­do de Tho­mas Edi­son. Ante­ri­or­men­te, as árvo­res tinham sido deco­ra­das com velas de cera. A edi­ção de Dezem­bro de 1901 do Ladi­es’ Home Jour­nal anun­ci­a­va as lâm­pa­das da árvo­re de Natal, fei­tas pela pri­mei­ra vez comer­ci­al­men­te pela Edi­son Gene­ral Elec­tric Co. of Har­ri­son, N.J. em cor­das de nove toma­das, cada uma com uma mini­a­tu­ra de 2 velas, 32 volts, lâm­pa­da de fila­men­to de car­bo­no*. As luzes das árvo­res de Natal rapi­da­men­te se tor­na­ram a fúria entre os ame­ri­ca­nos ricos, mas o cida­dão médio só as uti­li­zou nos anos 20 ou mais tar­de. As lâm­pa­das de carac­te­res tor­na­ram-se popu­la­res nos anos 20, as lâm­pa­das de bolhas nos anos 40, as lâm­pa­das cin­ti­lan­tes nos anos 50 e as lâm­pa­das de plás­ti­co em 1955.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker assim como alguns vide­os inte­res­san­tes. São apre­sen­ta­das as revis­tas Mag­Pi nº 125 e Hacks­pa­ce Maga­zi­ne Nº 62 de Janei­ro de 2023, assim como o livro C & GUI Pro­gram­ming 2nd Edi­ti­on. Apro­vei­to para dese­jar a todos votos de Boas Festas.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.

Newsletter Nº398

Newsletter Nº398
News­let­ter Nº398

Faz hoje anos que nas­cia, em 1802, o mate­má­ti­co hún­ga­ro János Bolyai. Ele é um dos fun­da­do­res da geo­me­tria não eucli­di­a­na — geo­me­tria que não inclui o axi­o­ma de Eucli­des de que ape­nas uma linha pode ser tra­ça­da para­le­la­men­te a uma dada linha atra­vés de um pon­to que não se encon­tra na linha dada. O seu pai, Far­kas Bolyai, tinha dedi­ca­do a sua vida a ten­tar pro­var o famo­so pos­tu­la­do para­le­lo de Eucli­des. Ape­sar dos avi­sos do seu pai de que iria arrui­nar a sua saú­de e paz de espí­ri­to, János seguiu tra­ba­lhan­do nes­te axi­o­ma até que, por vol­ta de 1820, che­gou à con­clu­são de que não podia ser pro­va­do. Pros­se­guiu desen­vol­ven­do uma geo­me­tria con­sis­ten­te (publi­ca­da em 1882) na qual o pos­tu­la­do para­le­lo não é uti­li­za­do, esta­be­le­cen­do assim a inde­pen­dên­cia des­te axi­o­ma em rela­ção aos outros. Fez tam­bém um tra­ba­lho vali­o­so na teo­ria dos núme­ros complexos.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1832, o enge­nhei­ro civil fran­cês Gus­ta­ve Eif­fel. Ele era espe­ci­a­li­za­do em estru­tu­ras metá­li­cas, conhe­ci­do espe­ci­al­men­te pela Tor­re Eif­fel em Paris. Cons­truiu a sua pri­mei­ra das suas pon­tes de fer­ro em Bor­déus (1858) e este­ve entre os pri­mei­ros enge­nhei­ros a cons­truir fun­da­ções de pon­tes uti­li­zan­do cai­xo­tões de ar com­pri­mi­do. O seu tra­ba­lho inclui a con­cep­ção da cúpu­la gira­tó­ria para o Obser­va­tó­rio de Nice no cume do Mon­te Gros (1886), e o enqua­dra­men­to da Está­tua da Liber­da­de, ago­ra no por­to de Nova Ior­que. Depois de cons­truir a Tor­re Eif­fel (1887–9), que uti­li­zou para inves­ti­ga­ção cien­tí­fi­ca em mete­o­ro­lo­gia, aero­di­nâ­mi­ca e radi­o­te­le­gra­fia, cons­truiu tam­bém o pri­mei­ro labo­ra­tó­rio aero­di­nâ­mi­co em Auteuil, nos arre­do­res de Paris, onde pros­se­guiu o seu tra­ba­lho de inves­ti­ga­ção sem inter­rup­ção duran­te a I Guer­ra Mundial.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1852, o físi­co fran­cês Hen­ri Bec­que­rel. Ele des­co­briu a radi­o­ac­ti­vi­da­de em sais flu­o­res­cen­tes de urâ­nio. “Em reco­nhe­ci­men­to dos ser­vi­ços extra­or­di­ná­ri­os que pres­tou pela sua des­co­ber­ta da radi­o­ac­ti­vi­da­de espon­tâ­nea”, par­ti­lhou com Pier­re e Marie Curie o Pré­mio Nobel da Físi­ca de 1903. As suas pri­mei­ras pes­qui­sas foram em óti­ca. Em 1896, numa gave­ta, tinha guar­da­do duran­te alguns dias uma pla­ca foto­grá­fi­ca em papel pre­to, e alguns cris­tais mine­rais de urâ­nio dei­xa­dos sobre ela. Mais tar­de, des­co­briu que a pla­ca se encon­tra­va emba­ci­a­da. Os cris­tais, há mui­to tem­po fora da luz solar, não con­se­gui­am flu­o­res­cer, mas ele des­co­briu aci­den­tal­men­te que o sal era uma fon­te de radi­a­ção pene­tran­te: radi­o­ac­ti­vi­da­de. Três anos depois, mos­trou que os rai­os eram par­tí­cu­las car­re­ga­das pela sua defle­xão num cam­po mag­né­ti­co. Ini­ci­al­men­te, os rai­os emi­ti­dos pelas subs­tân­ci­as radi­o­ac­ti­vas rece­be­ram o seu nome.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1859, o médi­co e ocu­lis­ta pola­co L.L. Zame­nhof. Ele é res­pon­sá­vel pela cri­a­ção da mais impor­tan­te das lín­guas arti­fi­ci­ais inter­na­ci­o­nais — o espe­ran­to. Ele acre­di­ta­va que todos no mun­do deve­ri­am ser capa­zes de comu­ni­car uns com os outros atra­vés de uma úni­ca lín­gua inter­na­ci­o­nal, por isso desen­vol­veu o espe­ran­to, que sig­ni­fi­ca “aque­le que espe­ra”. Foi intro­du­zi­do num pan­fle­to que ele publi­cou em 1887. O voca­bu­lá­rio espe­ran­to é com­pos­to prin­ci­pal­men­te de pala­vras com raí­zes lati­nas e pala­vras comuns a vári­as lín­guas. O espe­ran­to é menos com­pli­ca­do do que uma ten­ta­ti­va ante­ri­or de lín­gua arti­fi­ci­al cha­ma­da Vola­puk. Enquan­to asso­ci­a­ções de espe­ran­to se for­ma­ram em todo o mun­do, nun­ca se tor­nou ampla­men­te aceite.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1861, o inven­tor nor­te-ame­ri­ca­no Char­les Duryea. Ele, com o seu irmão J. Frank Duryea cons­truiu o pri­mei­ro auto­mó­vel com múl­ti­plas cópi­as fabri­ca­do nos EUA. A 28 de Novem­bro de 1895, Frank con­du­ziu o seu car­ro para ganhar $2.000 na pri­mei­ra Cor­ri­da Auto­mó­vel Ame­ri­ca­na em Chi­ca­go, patro­ci­na­da pelo Chi­ca­go Times-Herald. Via­ja­ram 54 milhas de Chi­ca­go para Evans­ton, Illi­nois e de vol­ta, em pou­co mais de 10 horas. Em 1896, cri­a­ram a Duryea Motor Wagon Co. em Spring­fi­eld, Mass. para fabri­car vári­as uni­da­des de um veí­cu­lo a gaso­li­na. A sua pro­du­ção de 13 máqui­nas idên­ti­cas nes­se ano é con­si­de­ra­da como a pri­mei­ra pro­du­ção em série de auto­mó­veis ame­ri­ca­nos, ganhan­do-lhes o reco­nhe­ci­men­to como “Fathers of the Ame­ri­can Auto­mo­bi­le Industry”.

E nes­ta sema­na que pas­sou a nave espa­ci­al Ori­on da NASA vol­tou à Ter­ra, ater­ran­do no Oce­a­no Pací­fi­co, a oes­te da Baja Cali­for­nia, às 9:40 da manhã de Domin­go PST, após uma mis­são recor­dis­ta, via­jan­do mais de 1,4 milhões de milhas num cami­nho à vol­ta da Lua e regres­san­do em segu­ran­ça à Ter­ra, com­ple­tan­do o tes­te de voo Arte­mis I. Este é o pas­so final da mis­são Arte­mis I que come­çou com um lan­ça­men­to bem suce­di­do do fogue­tão Spa­ce Laun­ch Sys­tem (SLS) da NASA a 16 de Novem­bro, da pla­ta­for­ma de lan­ça­men­to 39B no Ken­nedy Spa­ce Cen­ter da NASA, na Flo­ri­da. Ao lon­go de 25,5 dias, a NASA tes­tou o Ori­on no ambi­en­te hos­til do espa­ço pro­fun­do antes de voar como astro­nau­tas no Arte­mis II.

Tam­bém nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­do a ver­são 6.1 do Ker­nel de Linux. Ao anun­ci­ar a che­ga­da à Linux Ker­nel Mai­ling List, Linus Tor­valds diz: “Então aqui esta­mos nós, uma sema­na atra­sa­dos, mas a sema­na pas­sa­da foi agra­dá­vel e len­ta, e eu estou mui­to mais feliz com o esta­do da ver­são 6.1 do que esta­va há algu­mas sema­nas atrás”. Uma impor­tan­te adi­ção ao Linux 6.1 é o supor­te (expe­ri­men­tal) à Rust, a “lin­gua­gem de pro­gra­ma­ção mul­ti-para­dig­ma, de uso geral”, que está a ter um cres­ci­men­to tre­men­do nas solu­ções de códi­go aber­to. Ape­sar de peque­no, este pas­so ini­ci­al de cri­a­ção é bom para a ambi­ção de dei­xar os devs do ker­nel escre­ve­rem o códi­go do ker­nel em Rust. Outra adi­ção ao ker­nel Linux 6.1 é Mul­ti-Gene­ra­ti­o­nal Least-Recen­tly-Used (aka MG-LRU; embo­ra isto ain­da não este­ja acti­va­do por defei­to). Para citar a docu­men­ta­ção no ker­nel, esta carac­te­rís­ti­ca de memó­ria: “…opti­mi­za a recu­pe­ra­ção da pági­na e melho­ra o desem­pe­nho sob pres­são de memó­ria” — hey: um melhor desem­pe­nho é sem­pre bem-vin­do. O filesys­tem btrfs tam­bém rece­beu inú­me­ras melho­ri­as de desem­pe­nho, assim como o EXT4. O supor­te do Nin­ten­do HID foi mui­to melhorado.
Glo­bal­men­te, o ker­nel 6.1 do Linux ofe­re­ce uma gama de novas fun­ci­o­na­li­da­des e actu­a­li­za­ções que melho­ram o desem­pe­nho e a segu­ran­ça dos sis­te­mas base­a­dos em Linux. Estas melho­ri­as fazem do Linux um sis­te­ma ope­ra­ti­vo ain­da mais pode­ro­so e fle­xí­vel, capaz de satis­fa­zer as exi­gên­ci­as de uma vas­ta gama de apli­ca­ções e utilizadores.

Por fim, nes­ta sema­na que pas­sou, o Labo­ra­tó­rio Naci­o­nal Lawren­ce Liver­mo­re con­du­ziu a pri­mei­ra expe­ri­ên­cia de fusão con­tro­la­da na his­tó­ria a atin­gir este mar­co, tam­bém conhe­ci­do como bre­a­ke­ven de ener­gia cien­tí­fi­ca, o que sig­ni­fi­ca que pro­du­ziu mais ener­gia a par­tir da fusão do que a ener­gia laser uti­li­za­da para a impul­si­o­nar. “Este é um mar­co his­tó­ri­co para os inves­ti­ga­do­res e pes­so­al do Nati­o­nal Igni­ti­on Faci­lity que dedi­ca­ram as suas car­rei­ras a ver a igni­ção por fusão tor­nar-se uma rea­li­da­de, e este mar­co irá sem dúvi­da desen­ca­de­ar ain­da mais des­co­ber­tas”, dis­se a Secre­tá­ria da Ener­gia dos EUA Jen­ni­fer M. Gra­nholm. “A Admi­nis­tra­ção Biden-Har­ris está empe­nha­da em apoi­ar os nos­sos cien­tis­tas de clas­se mun­di­al — como a equi­pa da NIF — cujo tra­ba­lho nos aju­da­rá a resol­ver os pro­ble­mas mais com­ple­xos e pre­men­tes da huma­ni­da­de, como for­ne­cer ener­gia lim­pa para com­ba­ter as alte­ra­ções cli­má­ti­cas e man­ter um dis­su­a­sor nucle­ar sem tes­tes nucleares”.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os interessantes.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.

Newsletter Nº397

Newsletter Nº397
News­let­ter Nº397

Faz hoje anos que nas­cia, em 1765, o inven­tor, enge­nhei­ro mecâ­ni­co e fabri­can­te nor­te-ame­ri­ca­no Eli Whit­ney. Ele inven­tou o motor do algo­dão e desen­vol­veu a ideia e méto­dos para a pro­du­ção em mas­sa de peças inter­cam­biá­veis. O des­ca­ro­ça­dor de algo­dão é uma máqui­na que sepa­ra a fibra de algo­dão das semen­tes. O dis­po­si­ti­vo, paten­te­a­do em 1793, esti­mu­lou gran­de­men­te o cul­ti­vo do algo­dão no sul dos EUA. Whit­ney virou-se sub­se­quen­te­men­te para o fabri­co de armas de fogo, no qual intro­du­ziu a noção de peças per­mu­tá­veis. Isto ele apli­cou no cum­pri­men­to de um con­tra­to do gover­no dos EUA (1797) para o for­ne­ci­men­to de mos­que­tes. Whit­ney fabri­cou-os em peças padro­ni­za­das para remon­ta­gem, o que sig­ni­fi­ca que, pela pri­mei­ra vez, as peças des­gas­ta­das podi­am ser subs­ti­tuí­das por peças sobres­sa­len­tes, em vez de reque­re­rem subs­ti­tui­ções especiais.

Faz hoje anos que nas­cia, em 1865, o mate­má­ti­co fran­cês Jac­ques-Salo­mon Hada­mard. Ele pro­vou o teo­re­ma do núme­ro pri­mo (como n se apro­xi­ma do infi­ni­to, o limi­te do rácio de (n) e n/ln n é 1, onde (n) é o núme­ro de núme­ros pri­mos posi­ti­vos não supe­ri­or a n). Con­ju­ga­do no sécu­lo XVIII, este teo­re­ma não foi pro­va­do até 1896, quan­do Hada­mard e tam­bém Char­les de la Val­lée Pous­sin, uti­li­za­ram aná­li­ses com­ple­xas. O tra­ba­lho de Hada­mard inclui a teo­ria das fun­ções inte­grais e sin­gu­la­ri­da­des das fun­ções repre­sen­ta­das pela série Tay­lor. O seu tra­ba­lho sobre as equa­ções dife­ren­ci­ais par­ci­ais da físi­ca mate­má­ti­ca é impor­tan­te. Intro­du­ziu o con­cei­to de um valor ini­ci­al bem posi­ci­o­na­do e de um pro­ble­ma de valor limi­te. Ao con­si­de­rar pro­ble­mas de valor limi­te, intro­du­ziu uma gene­ra­li­za­ção das fun­ções de Gre­en (1932).

Faz hoje anos que nas­cia, em 1947, o bioquí­mi­co e bió­lo­go mole­cu­lar ame­ri­ca­no Tho­mas Cech. Ele, com Sid­ney Alt­man, rece­beu o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 1989 pelas suas des­co­ber­tas sobre o ARN (áci­do ribo­nu­clei­co). Antes da inves­ti­ga­ção de Cech sobre o ARN, a mai­o­ria dos cien­tis­tas acre­di­ta­va que as pro­teí­nas eram os úni­cos cata­li­za­do­res em célu­las vivas. As des­co­ber­tas de Cech e Alt­man der­ru­ba­ram a noção de que o ARN é mera­men­te um men­sa­gei­ro gené­ti­co — um inter­me­diá­rio na sín­te­se de pro­teí­nas a par­tir do ADN. Cech mos­trou que o RNA pode­ria ter uma fun­ção cata­lí­ti­ca inde­pen­den­te, uma “ribo­zi­ma”, aju­dan­do a uma reac­ção quí­mi­ca sem ser con­su­mi­do ou alte­ra­do. Esta des­co­ber­ta teve gran­des impli­ca­ções para a enge­nha­ria gené­ti­ca, bem como para a com­pre­en­são de como sur­giu a vida.

Faz hoje anos que nas­cia, em 1948, o físi­co teó­ri­co dina­marquês Per Bak. Ele cunhou o ter­mo “crí­ti­ca auto-orga­ni­za­da” num arti­go de que foi co-autor (1987). Como ilus­tra­ção, con­si­de­re a pilha de areia cóni­ca a cres­cer no fun­do de uma ampu­lhe­ta. Nume­ro­sas peque­nas per­tur­ba­ções de grãos de areia indi­vi­du­ais cau­sam pou­cas mudan­ças, mas são pon­tu­a­das por des­li­za­men­tos de ter­ra impre­vi­sí­veis. Mudan­ças crí­ti­cas são impos­sí­veis de pre­ver exac­ta­men­te no tem­po, ou para o grão explí­ci­to. Embo­ra desa­fi­an­tes, ten­tar cri­ar des­cri­ções mate­má­ti­cas esten­de-se a ter­ra­mo­tos, ou engar­ra­fa­men­tos, ou res­pon­der à for­ma como o uni­ver­so de par­tí­cu­las fun­da­men­tais sim­ples (tais como quarks e gluões) se reu­niu em estru­tu­ras com­ple­xas como animais.

Em 1931, foi emi­ti­da uma paten­te ame­ri­ca­na pela pri­mei­ra vez nos EUA para a inven­ção do cabo coa­xi­al, des­cri­ta como um “sis­te­ma de con­du­ção con­cên­tri­ca”. Os inven­to­res foram Lloyd Espens­chi­ed de Kew Gar­dens, N.Y. e Her­man A. Affel de Rid­gewo­od, N.J. A paten­te foi atri­buí­da ao Ame­ri­can Tele­graph and Telepho­ne Co. da cida­de de Nova Ior­que. (N.º 1.835.031). O pedi­do era de tele­vi­são, para a qual é neces­sá­ria uma vas­ta gama de frequên­ci­as de trans­mis­são. Enquan­to os requi­si­tos de canais indi­vi­du­ais para tele­gra­fia são da ordem de algu­mas cen­te­nas de ciclos no máxi­mo, e a tele­fo­nia tal­vez alguns milha­res de ciclos, a tele­vi­são requer fai­xas de cen­te­nas de milha­res de ciclos de lar­gu­ra para asse­gu­rar um grau razoá­vel de deta­lhe de ima­gem. É uti­li­za­do um úni­co par de con­du­to­res concêntricos.

Em 1994, apro­xi­ma­da­men­te um mês após ter anun­ci­a­do a cri­a­ção do ele­men­to 110, uma equi­pa de cien­tis­tas ale­mães lide­ra­da por Peter Arm­brus­ter na Gesells­chaft für schwe­ri­o­nen­fors­chung (GSI) em Darms­tadt, Ale­ma­nha, afir­mou ter cri­a­do o ele­men­to 111. O seu áto­mo tem 111 pro­tões e 161 neu­trões no seu núcleo, o que lhe dá um núme­ro de mas­sa de 272. Como novo ele­men­to, foi nome­a­do unu­nu­nium, sím­bo­lo Uuu, de acor­do com um sis­te­ma inter­na­ci­o­nal­men­te adop­ta­do para a nome­a­ção de novos ele­men­tos. Ape­nas três áto­mos do ele­men­to foram fei­tos ace­le­ran­do os áto­mos de níquel a alta velo­ci­da­de e bom­bar­de­an­do-os em bis­mu­to. Quan­do um áto­mo de cada um se fun­diu para fazer o novo núcleo, este durou cer­ca de qua­tro milé­si­mos de segun­do antes de se decom­por em núcle­os mais peque­nos. Mais tar­de este ele­men­to foi reno­me­a­do para Roent­ge­nium. O seu nome vem do físi­co Wilhelm Rönt­gen (tam­bém sole­tra­do Roent­gen), que des­co­briu os rai­os X.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os interessantes.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.

Newsletter Nº396

Newsletter Nº396
News­let­ter Nº396

Faz hoje anos que nas­cia, em 1743, o quí­mi­co ale­mão Mar­tin Hein­ri­ch Kla­proth. Ele é con­si­de­ra­do o fun­da­dor da quí­mi­ca ana­lí­ti­ca, ten­do des­co­ber­to o urâ­nio (1789), zir­có­nio (1789), cério (1803), e con­tri­buí­do para a iden­ti­fi­ca­ção de outros. Embo­ra não os tenha iso­la­do como amos­tras de puro metal, foi capaz de os reco­nhe­cer como novos ele­men­tos. Aos 16 anos, foi apren­diz de boti­cá­rio. Depois de ler quí­mi­ca em Hano­ver, ins­ta­lou-se em Ber­lim (1771) e come­çou a sua pró­pria loja de boti­cá­rio (1780). No final de 1780, era o prin­ci­pal quí­mi­co ana­lí­ti­co da Euro­pa. Kla­proth encon­trou for­mas de tra­tar com­pos­tos par­ti­cu­lar­men­te inso­lú­veis, teve o cui­da­do de evi­tar a con­ta­mi­na­ção pelo seu apa­re­lho, e insis­tiu sig­ni­fi­ca­ti­va­men­te em rela­tar “peque­nas” dis­cre­pân­ci­as de peso no tra­ba­lho ana­lí­ti­co como resul­ta­dos consistentes.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1792, o mate­má­ti­co rus­so Niko­lai Loba­chevsky. Ele, com János Bolyai da Hun­gria, é con­si­de­ra­do o fun­da­dor da geo­me­tria não-eucli­di­a­na. Loba­chevsky cons­truiu e estu­dou um tipo de geo­me­tria em que o pos­tu­la­do para­le­lo de Eucli­des é fal­so (o pos­tu­la­do afir­ma que atra­vés de um pon­to não numa deter­mi­na­da linha ape­nas uma linha pode ser dese­nha­da não encon­tran­do a pri­mei­ra linha). Isto não foi bem rece­bi­do no iní­cio, mas a sua mai­or jus­ti­fi­ca­ção veio com o adven­to da teo­ria da rela­ti­vi­da­de de Eins­tein quan­do foi demons­tra­do expe­ri­men­tal­men­te que a geo­me­tria do espa­ço não é des­cri­ta pela geo­me­tria de Eucli­des. Além da geo­me­tria, Loba­chevsky tam­bém fez um impor­tan­te tra­ba­lho na teo­ria das séri­es infi­ni­tas, equa­ções algé­bri­cas, cál­cu­lo inte­gral, e probabilidades.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1905, o físi­co nor­te-ame­ri­ca­no Cla­ren­ce Zener. Ele foi o pri­mei­ro a des­cre­ver a pro­pri­e­da­de rela­ti­va à inter­rup­ção dos iso­la­do­res eléc­tri­cos. Estas des­co­ber­tas foram pos­te­ri­or­men­te explo­ra­das pelos Labo­ra­tó­ri­os Bell no desen­vol­vi­men­to do dío­do Zener, que rece­beu o seu devi­do nome. Zener era um físi­co teó­ri­co com for­ma­ção em mate­má­ti­ca que con­du­ziu inves­ti­ga­ção numa vas­ta gama de assun­tos, incluin­do: super­con­du­ti­vi­da­de, meta­lur­gia, fer­ro­mag­ne­tis­mo, elas­ti­ci­da­de, mecâ­ni­ca da frac­tu­ra, difu­são, e pro­gra­ma­ção geométrica.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1925, o bioquí­mi­co nor­te-ame­ri­ca­no Mar­tin Rod­bell. Ele rece­beu o Pré­mio Nobel da Fisi­o­lo­gia ou Medi­ci­na de 1994 pela sua des­co­ber­ta nos anos 60 de trans­du­to­res de sinal natu­rais cha­ma­dos G‑proteínas que aju­dam as célu­las do cor­po a comu­ni­car entre si. Par­ti­lhou o pré­mio com Alfred G. Gil­man, que mais tar­de pro­vou a hipó­te­se de Rod­bell, iso­lan­do a pro­teí­na G, assim deno­mi­na­da por­que se liga a nucleó­ti­dos cha­ma­dos difos­fa­to de gua­no­si­na e tri­fos­fa­to de gua­no­si­na, ou PIB e GTP. Antes da inves­ti­ga­ção de Rod­bell, os cien­tis­tas acre­di­ta­vam que ape­nas duas subs­tân­ci­as — um recep­tor hor­mo­nal e uma enzi­ma celu­lar inte­ri­or — eram res­pon­sá­veis pela comu­ni­ca­ção celu­lar. Rod­bell, con­tu­do, des­co­briu que a pro­teí­na G actu­a­va como um trans­du­tor de sinal inter­mé­dio entre as duas.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1940, o enge­nhei­ro elec­tro­téc­ni­co nor­te-ame­ri­ca­no Jer­ry Law­son. Ele é conhe­ci­do pelo seu tra­ba­lho na con­cep­ção da con­so­la de vide­o­jo­gos Fair­child Chan­nel F, bem como por lide­rar a equi­pa que foi pio­nei­ra no car­tu­cho comer­ci­al de vide­o­jo­gos. Foi assim ape­li­da­do de “pai do car­tu­cho de vide­o­jo­gos”, segun­do a revis­ta Black Enter­pri­se em 1982. Aca­bou por sair da Fair­child e fun­dou a empre­sa de jogos Video-Soft.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1941, o físi­co nor­te-ame­ri­ca­no Stephen Ben­ton. Ele foi pio­nei­ro em ima­gem médi­ca e holo­gra­fia de belas artes. O seu fas­cí­nio pelos fenó­me­nos ópti­cos come­çou com os ócu­los 3‑D que usou quan­do tinha 11 anos para ver o fil­me Hou­se of Wax, de 1953. Em 1968, inven­tou os “holo­gra­mas arco-íris”, vis­tos em car­tões de cré­di­to enquan­to tra­ba­lha­va para a Pola­roid Cor­po­ra­ti­on. Vol­tou-se para a aca­de­mia como pro­fes­sor assis­ten­te em Har­vard (1968) e mais tar­de como pro­fes­sor no Mas­sa­chu­setts Ins­ti­tu­te of Tech­no­logy a par­tir de 1985, onde aju­dou a cri­ar o Spa­ti­al Ima­ging Group e diri­giu o pro­gra­ma de arte e ciên­ci­as dos media M.I.T. Ben­ton foi pio­nei­ro na holo­gra­fia da luz natu­ral como meio artís­ti­co, e foi cura­dor no Museu de Holo­gra­fia em Manhant­tan até ao seu encer­ra­men­to em 1992.

Em 1997, oito pla­ne­tas do nos­so Sis­te­ma Solar ali­nha­ram-se de Oes­te para Les­te, come­çan­do por Plu­tão, segui­do por Mer­cú­rio, Mar­te, Vénus, Nep­tu­no, Ura­no, Júpi­ter e Satur­no, com uma lua cres­cen­te ao lado, num raro ali­nha­men­to visí­vel da Ter­ra que durou até 8 de Dezem­bro. Mer­cú­rio, Mar­te, Vénus, Júpi­ter e Satur­no são visí­veis a olho nu, sen­do Vénus e Júpi­ter, de lon­ge, os mais bri­lhan­tes. É neces­sá­rio um bom par de binó­cu­los para ver os peque­nos pon­tos azuis que são Ura­no e Nep­tu­no. Plu­tão é visí­vel ape­nas por teles­có­pio. Os pla­ne­tas tam­bém se ali­nha­ram em Maio de 2000, mas dema­si­a­do per­to do sol para serem visí­veis da Ter­ra. Pas­sar-se-ão pelo menos mais 100 anos até que tan­tos pla­ne­tas este­jam tão per­to e tão visíveis.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os interessantes.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.