Newsletter Nº361

Newsletter Nº361
News­let­ter Nº361

Faz hoje anos que nas­cia, em 1596, o filó­so­fo e mate­má­ti­co fran­cês René Des­car­tes. Ele é conhe­ci­do como “o pai da filo­so­fia moder­na”. A sua obra, La géo­mé­trie, inclui a sua apli­ca­ção da álge­bra à geo­me­tria, da qual temos ago­ra a geo­me­tria car­te­si­a­na. Duran­te 1620–28, Des­car­tes via­jou pela Euro­pa, esta­be­le­cen­do-se depois na Holan­da. Pou­co depois, come­çou a tra­ba­lhar no seu pri­mei­ro gran­de tra­ta­do sobre físi­ca, Le Mon­de, ou Trai­té de la Lumiè­re. Este tra­ba­lho esta­va qua­se con­cluí­do quan­do lhe che­gou a notí­cia de que Gali­leu esta­va con­de­na­do a pri­são domi­ci­liá­ria. Ele deci­diu não publi­car essa obra duran­te a sua vida. Mais tar­de, recor­reu à filo­so­fia, uma das pri­mei­ras a opor-se ao aris­to­te­lis­mo esco­lás­ti­co, come­çou por duvi­dar meto­di­ca­men­te dos conhe­ci­men­tos base­a­dos na auto­ri­da­de, nos sen­ti­dos e na razão. A sua cita­ção mais famo­sa é “Pen­so, logo existo”.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1831, o quí­mi­co esco­cês Archi­bald Scott Cou­per. Ele, inde­pen­den­te­men­te de August Keku­lé, propôs a tetra­va­lên­cia do car­bo­no e a capa­ci­da­de dos áto­mos de car­bo­no de se liga­rem uns aos outros para for­mar lon­gas cadei­as, con­cei­tos fun­da­men­tais para com­pre­en­der as molé­cu­las encon­tra­das nos orga­nis­mos vivos. Tam­bém cri­ou a uti­li­za­ção de uma linha entre sím­bo­los de ele­men­tos para indi­car uma liga­ção quí­mi­ca. Escre­veu estas idei­as mar­can­tes num arti­go a ser sub­me­ti­do à Aca­de­mia Fran­ce­sa de Ciên­ci­as atra­vés do seu supe­ri­or, Adolphe Wurtz. Infe­liz­men­te para Cou­per, esse tra­ba­lho não foi envi­a­do do labo­ra­tó­rio em tem­po útil, e entre­tan­to outro quí­mi­co, August Keku­lé tinha publi­ca­do a mes­ma ideia, embo­ra inde­pen­den­te, de tetra­va­lên­cia, pri­van­do Cou­per da sua devi­da fama.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1854, o inven­tor esco­cês Dugald Clerk. Ele cri­ou o motor de moto­ci­clos de dois tem­pos, ampla­men­te uti­li­za­do em moto­ci­clos ligei­ros e outras peque­nas máqui­nas. Em 1881 paten­te­ou um motor que cons­truiu em 1876 para fun­ci­o­nar com vapor de hidro­car­bo­ne­to que uti­li­za­va uma explo­são a cada dois tem­pos do pis­tão em vez de uma explo­são a cada dois tem­pos do ciclo Otto mais comum uti­li­za­do pela mai­o­ria dos moto­res de auto­mó­veis. Numa outra direc­ção de inves­ti­ga­ção impor­tan­te, estu­dou as pro­pri­e­da­des do com­bus­tí­vel gaso­so e as suas apli­ca­ções de aque­ci­men­to e ilu­mi­na­ção. O Almi­ran­ta­do bri­tâ­ni­co nomeou‑o direc­tor da inves­ti­ga­ção de enge­nha­ria em 1916, segui­do do seu cava­lei­ro em 1917. O seu tra­ba­lho apa­re­ce nos dois volu­mes de The Gas, Petrol, e Oil Engine.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1890, o físi­co aus­tra­li­a­no-inglês Wil­li­am Lawren­ce Bragg. Ele, aos 25 anos de ida­de, par­ti­lhou o Pré­mio Nobel da Físi­ca em 1915 (com o seu pai, Sir Wil­li­am Bragg). Lawren­ce Bragg for­mu­lou a lei Bragg da difrac­ção de rai­os X, que é fun­da­men­tal para a deter­mi­na­ção da estru­tu­ra cris­ta­li­na: nλ = 2dsinθ que rela­ci­o­na o com­pri­men­to de onda dos rai­os X, λ, o ângu­lo de inci­dên­cia num cris­tal, θ, e o espa­ça­men­to dos pla­nos de cris­tal, d, para a difrac­ção de rai­os X, onde n é um núme­ro intei­ro (1, 2, 3, etc.). Em con­jun­to, os Braggs tra­ba­lha­ram as estru­tu­ras cris­ta­li­nas de uma série de subs­tân­ci­as. No iní­cio des­te tra­ba­lho, mos­tra­ram que o clo­re­to de sódio não tem molé­cu­las indi­vi­du­ais no sóli­do, mas é um con­jun­to de iões de sódio e cloreto.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1906, o físi­co japo­nês Shin’i­chirō Tomo­na­ga. Ele par­ti­lhou o Pré­mio Nobel da Físi­ca em 1965 (com Richard P. Feyn­man e Juli­an S. Schwin­ger dos EUA) por desen­vol­ver inde­pen­den­te­men­te prin­cí­pi­os bási­cos de elec­tro­di­nâ­mi­ca quân­ti­ca. Foi um dos pri­mei­ros a apli­car a teo­ria quân­ti­ca às par­tí­cu­las suba­tó­mi­cas com ener­gi­as mui­to ele­va­das. Tomo­na­ga come­çou com uma aná­li­se do aco­pla­men­to inter­mé­dio — a ideia de que as inte­rac­ções entre duas par­tí­cu­las ocor­rem atra­vés da tro­ca de uma ter­cei­ra (par­tí­cu­la vir­tu­al), como um navio que afec­ta o outro ao dis­pa­rar uma bala de canhão. Ele uti­li­zou este con­cei­to para desen­vol­ver uma teo­ria quân­ti­ca de cam­po (1941–43) que era con­sis­ten­te com a teo­ria da rela­ti­vi­da­de espe­ci­al. A Segun­da Guer­ra Mun­di­al atra­sou as notí­ci­as do seu tra­ba­lho. Entre­tan­to, Feyn­man e Schwin­ger publi­ca­ram as suas pró­pri­as solu­ções independentes.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1934, o físi­co ita­li­a­no Car­lo Rub­bia. Ele foi res­pon­sá­vel pela des­co­ber­ta da par­tí­cu­la W suba­tó­mi­ca maci­ça e de cur­ta dura­ção e da par­tí­cu­la Z. Por vol­ta de 1960, jun­tou-se ao recém fun­da­do CERN, onde inves­ti­gou a estru­tu­ra das inte­rac­ções fra­cas. Em 1976, suge­riu a adap­ta­ção do Super Pro­ton Syn­ch­ro­tron (SPS) do CERN para coli­dir pro­tões e anti­pro­tões no mes­mo anel e a pri­mei­ra fábri­ca mun­di­al de anti­pro­tões foi cons­truí­da, e come­çou a fun­ci­o­nar em 1981. Em Janei­ro de 1983, veio o anún­cio, pri­mei­ro a par­tir do detec­tor UA1, de que as par­tí­cu­las W tinham sido cri­a­das. Alguns meses mais tar­de, as par­tí­cu­las Z ain­da mais esqui­vas foram tam­bém obser­va­das. Estas par­tí­cu­las são os por­ta­do­res da cha­ma­da for­ça fra­ca envol­vi­da na deca­dên­cia radi­o­ac­ti­va dos núcle­os atómicos.

Em 1889, a Tor­re Eif­fel, Paris, Fran­ça, foi inau­gu­ra­da, tor­nan­do-se a tor­re mais alta do mun­do da sua épo­ca. Com uma altu­ra de 300 m, con­ti­nu­ou a ser a estru­tu­ra mais alta do mun­do até ser ultra­pas­sa­da pelo Empi­re Sta­te Buil­ding, 40 anos mais tar­de. O desig­ner Gus­ta­ve Eif­fel, 56 anos, cele­brou des­fral­dan­do uma ban­dei­ra fran­ce­sa no topo da tor­re. O imen­so dese­nho das tre­li­ças de fer­ro foi esco­lhi­do por una­ni­mi­da­de entre 700 pro­pos­tas apre­sen­ta­das num con­cur­so. A cons­tru­ção decor­reu entre 26 de Janei­ro de 1887 e 31 de Mar­ço de 1889, uti­li­zan­do 300 tra­ba­lha­do­res side­rúr­gi­cos. Foi ergui­da para a Expo­si­ção de Paris de 1889, que con­tou com 1.968.287 visi­tan­tes. Os ele­va­do­res eram ali­men­ta­dos por maqui­na­ria nos porões dos pila­res ori­en­tal e ocidental.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­da a revis­ta Mag­PI nº116 de Abril.

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