Newsletter Nº360

Newsletter Nº360
News­let­ter Nº360

Faz hoje anos que nas­cia, em 1693, o horó­lo­go inglês John Har­ri­son. Ele inven­tou o pri­mei­ro cro­nó­me­tro mari­nho prá­ti­co, que per­mi­tiu aos nave­ga­do­res cal­cu­lar com pre­ci­são a sua lon­gi­tu­de no mar. Ele foi leva­do a ini­ci­ar este tra­ba­lho após uma enor­me recom­pen­sa ofe­re­ci­da pelo gover­no bri­tâ­ni­co por novos ins­tru­men­tos de nave­ga­ção para evi­tar mais desas­tres no mar. John Har­ri­son assu­miu o esta­be­le­ci­men­to cien­tí­fi­co e aca­dé­mi­co do seu tem­po e ganhou o pré­mio da lon­gi­tu­de atra­vés de extra­or­di­ná­ria pers­pi­cá­cia mecâ­ni­ca, talen­to e determinação.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1809, o mate­má­ti­co fran­cês Joseph Liou­vil­le. Ele des­co­briu núme­ros trans­cen­den­tais (aque­les que não são as raí­zes das equa­ções algé­bri­cas com coe­fi­ci­en­tes raci­o­nais), e que há infi­ni­ta­men­te mui­tos deles. Tam­bém tra­ba­lhou em aná­li­se real e com­ple­xa, teo­ria dos núme­ros e geo­me­tria dife­ren­ci­al. O seu nome é recor­da­do na teo­ria de Sturm-Liou­vil­le das equa­ções dife­ren­ci­ais que gene­ra­li­za as idei­as de Joseph Fou­ri­er, e são impor­tan­tes na físi­ca mate­má­ti­ca. Ele estu­dou mecâ­ni­ca celes­ti­al. Liou­vil­le fun­dou em 1836, e edi­tou duran­te qua­se qua­tro déca­das, o Jour­nal de Mathé­ma­ti­que, que con­ti­nua a ser uma impor­tan­te publi­ca­ção mate­má­ti­ca fran­ce­sa. Edi­tou e publi­cou (1843) os manus­cri­tos dei­xa­dos para trás após a mor­te pre­ma­tu­ra de Eva­ris­te Galois 22 anos antes.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1820, o físi­co fran­cês Edmond Bec­que­rel. Ele era filho do quí­mi­co Antoi­ne-César Bec­que­rel e pai do físi­co Hen­ri Bec­que­rel (que des­co­briu a radi­o­ac­ti­vi­da­de). O seu pró­prio tra­ba­lho expe­ri­men­tal foi fei­to em elec­tri­ci­da­de, óti­ca e mag­ne­tis­mo. Mediu as pro­pri­e­da­des das cor­ren­tes eléc­tri­cas, como estas sur­gem, e des­co­briu (1840) cor­ren­tes eléc­tri­cas em cer­tas reac­ções quí­mi­cas ini­ci­a­das pela luz. Estu­dou o dia­mag­ne­tis­mo (1845–46). Em 1855, des­co­briu que o sim­ples des­lo­ca­men­to de um con­du­tor metá­li­co num líqui­do pro­du­zi­ria algu­ma cor­ren­te eléc­tri­ca. Inven­tou o fos­fo­ros­có­pio para medir a cur­ta dura­ção da fos­fo­res­cên­cia dos mate­ri­ais após expo­si­ção à luz bri­lhan­te, e foi tam­bém capaz de exa­mi­nar o espec­tro da luz que ema­na­va dos cor­pos luminescentes.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1835, o físi­co aus­tría­co Josef Ste­fan. Ele propôs uma lei de radi­a­ção (1879) afir­man­do que a quan­ti­da­de de ener­gia radi­a­da por segun­do de um cor­po negro é pro­por­ci­o­nal à quar­ta potên­cia da sua tem­pe­ra­tu­ra abso­lu­ta. (Um cor­po negro é um objec­to teó­ri­co que absor­ve toda a radi­a­ção que cai sobre ele). Esta lei é conhe­ci­da como a lei de Ste­fan ou a lei de Ste­fan-Bolz­mann. Ele tam­bém estu­dou a elec­tri­ci­da­de, a teo­ria ciné­ti­ca dos gases e a hidrodinâmica.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1884, o quí­mi­co físi­co holan­dês-ame­ri­ca­no Peter Debye. Ele rece­beu o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 1936 pelas suas inves­ti­ga­ções de momen­tos dipo­lo, rai­os X, e dis­per­são de luz em gases. A mai­or par­te do seu tra­ba­lho foi em quí­mi­ca-físi­ca com espe­ci­al inte­res­se na aná­li­se de elec­tró­li­tos e de momen­tos dipo­la­res. Ele esta­be­le­ceu uma teo­ria de calor espe­cí­fi­co com algu­mas melho­ri­as em rela­ção à pro­pos­ta por Eins­tein. Debye rea­li­zou um tra­ba­lho impor­tan­te na aná­li­se de pós cris­ta­li­nos uti­li­zan­do téc­ni­cas de difrac­ção de rai­os X. Ele tam­bém deter­mi­nou as dimen­sões das molé­cu­las gaso­sas e as dis­tân­ci­as inte­ra­tó­mi­cas usan­do rai­os X.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1893, o astró­no­mo ger­ma­no-ame­ri­ca­no Wal­ter Baa­de. Ele, com Fritz Zwicky, propôs que as super­no­vas pudes­sem pro­du­zir rai­os cós­mi­cos e estre­las de neu­trões (1934), e Baa­de fez exten­sos estu­dos sobre a Nebu­lo­sa do Caran­gue­jo e a sua estre­la cen­tral. Duran­te os apa­gões da II Guer­ra Mun­di­al na área de Los Ange­les, Baa­de uti­li­zou pela pri­mei­ra vez o teles­có­pio Hoo­ker de 100 pole­ga­das para resol­ver estre­las na região cen­tral da Galá­xia de Andró­me­da. Isto levou à sua defi­ni­ção de duas popu­la­ções este­la­res, à per­cep­ção de que exis­ti­am dois tipos de estre­las variá­veis do Cepheid, e a par­tir daí a uma dupli­ca­ção da esca­la assu­mi­da do uni­ver­so. Baa­de e Rudolph Min­kows­ki iden­ti­fi­ca­ram e toma­ram espec­tro­gra­mas de con­tra­par­ti­das ópti­cas de mui­tas das pri­mei­ras fon­tes de rádio des­co­ber­tas, incluin­do Cyg­nus A e Cas­si­o­peia A.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1903, o bioquí­mi­co ale­mão Adolf Bute­nandt. Ele rece­beu (com Leo­pold Ruzic­ka) o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 1939 pelo tra­ba­lho pio­nei­ro (1929–34) sobre as hor­mo­nas sexu­ais, prin­ci­pal­men­te o iso­la­men­to do estro­ne (uma hor­mo­na que influ­en­cia o desen­vol­vi­men­to do trac­to repro­du­ti­vo femi­ni­no). Embo­ra for­ça­do pelo gover­no nazi a recu­sar o pré­mio, pôde acei­tar a hon­ra em 1949.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1917, o bioquí­mi­co inglês John Ken­drew. Ele par­ti­lhou o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 1962 (com o cole­ga Max Fer­di­nand Perutz) “pelos seus estu­dos sobre as estru­tu­ras das pro­teí­nas glo­bu­la­res”. Perutz tinha deter­mi­na­do a estru­tu­ra da hemo­glo­bi­na. Ken­drew deter­mi­nou a estru­tu­ra da mio­glo­bi­na da pro­teí­na mus­cu­lar, que arma­ze­na oxi­gé­nio e o dá às célu­las mus­cu­la­res quan­do necessário.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1941, o radi­o­as­tró­no­mo e físi­co ame­ri­ca­no Joseph Hoo­ton Tay­lor Jr. Ele par­ti­lhou (com Rus­sell A. Hul­se) o Pré­mio Nobel da Físi­ca de 1993 pela sua des­co­ber­ta con­jun­ta do pri­mei­ro pul­sar biná­rio (1974). Este fenó­me­no úni­co, duas estre­las orbi­tan­do-se uma à outra — uma delas emi­tin­do regu­lar­men­te “bipes” de radi­o­frequên­cia — tem sido impor­tan­te como cam­po de pro­va do espa­ço pro­fun­do para a teo­ria geral da rela­ti­vi­da­de de Eins­tein. O seu gru­po de inves­ti­ga­ção em Prin­ce­ton uti­li­zou o radi­o­te­les­có­pio de 1000 pés em Are­ci­bo, Por­to Rico, o mai­or e mais sen­sí­vel do mun­do para cap­tar ondas de rádio do espaço.

Nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­da a ver­são 5.17 do Ker­nel de Linux. Che­ga uma sema­na mais tar­de do que ini­ci­al­men­te pre­vis­to, e apre­sen­ta uma gran­de colec­ção de alte­ra­ções, melho­ri­as, melho­ri­as de desem­pe­nho, e todas as cor­rec­ções de segu­ran­ça impor­tan­tes. Entre as carac­te­rís­ti­cas do ker­nel do Linux 5.17 está um novo dri­ver AMD P‑State (para hard­ware com­pa­tí­vel, ou seja, Zen 2 e mais recen­te, basi­ca­men­te). Foi intro­du­zi­do o Uni­ver­sal Sty­lus Ini­ti­a­ti­ve (USI), supor­te para vari­os tecla­dos Apple Magic 2021 e para dis­po­si­ti­vos NZXT. OS filesys­tems BTRFS e EXT4 ganha­ram desem­pe­nho e ain­da foram acres­cen­ta­dos supor­te de sani­ti­za­ção para o ARM64, supor­te de vir­tu­a­li­za­ção KVM para o Intel AMX e supor­te vir­tu­al Xen USB para guests Xen. Final­men­te foi adi­ci­o­na­do supor­te para o PFRUT (plat­form firmwa­re run­ti­me upda­te) que per­mi­ti­rá fazer upda­tes de firmwa­re de alguns dis­po­si­ti­vos sem rei­ni­ci­ar o sistema.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­do o livro “ANALOG SEE­Krets” e a revis­ta Hacks­pa­ce Maga­zi­ne nº53 de Abril.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.