Newsletter Nº344

Newsletter Nº344
News­let­ter Nº344

Faz hoje anos que nas­cia, em 1761, o inven­tor fran­cês Nico­las Louis Robert. Ele foi res­pon­sá­vel pela inven­ção da máqui­na de papel con­tí­nua, enquan­to tra­ba­lha­va na Esson­nes, Fran­ça, fábri­ca de papel da famí­lia Didot de impres­so­ras e edi­to­res. Fez o seu pri­mei­ro mode­lo para o pro­ces­so em 1797, um pro­tó­ti­po em 1798, e obte­ve uma paten­te em 18 de Janei­ro de 1799. O papel foi for­ma­do e trans­por­ta­do numa cin­ta móvel de gaze de ara­me. Didot foi no iní­cio cép­ti­co, depois enco­ra­jou Robert a melho­rar a inven­ção, ain­da imper­fei­ta. Depois de Robert ter fica­do insa­tis­fei­to com o acor­do finan­cei­ro dos seus esfor­ços, par­tiu e ten­tou mon­tar a sua pró­pria fábri­ca de papel. Quan­do este empre­en­di­men­to falhou por fal­ta de capi­tal, ele ven­deu os direi­tos de paten­te à Didot. A sua ideia aca­bou por ser desen­vol­vi­da com mais suces­so em Ingla­ter­ra pelos irmãos Four­dri­ni­er, assis­ti­dos pelo mecâ­ni­co Bryan Donkin.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1881, o físi­co ale­mão Hein­ri­ch Barkhau­sen. Ele des­co­briu o efei­to Barkhau­sen (1919), um prin­cí­pio rela­ti­vo às alte­ra­ções das pro­pri­e­da­des mag­né­ti­cas do metal. O seu tra­ba­lho em acús­ti­ca e mag­ne­tis­mo levou à des­co­ber­ta de que a mag­ne­ti­za­ção afec­ta domí­ni­os intei­ros de um mate­ri­al fer­ro­mag­né­ti­co, e não ape­nas os áto­mos indi­vi­du­ais. Des­co­briu que um aumen­to len­to e sua­ve de um cam­po mag­né­ti­co apli­ca­do a uma peça de mate­ri­al fer­ro­mag­né­ti­co, como o fer­ro, pro­vo­ca a sua mag­ne­ti­za­ção, não con­tí­nua mas em pas­sos minús­cu­los. Com Karl Kurz, desen­vol­veu o osci­la­dor Barkhau­sen- Kurz (1920) para frequên­ci­as ultra-altas (pre­cur­sor do tubo de micro-ondas), levan­do à com­pre­en­são do prin­cí­pio da modu­la­ção da velo­ci­da­de. É tam­bém conhe­ci­do por expe­ri­ên­ci­as em trans­mis­sões de rádio de ondas curtas.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1905, o inven­tor ger­ma­no-ame­ri­ca­no Semi Joseph Begun. Ele cons­truiu o pri­mei­ro gra­va­dor para radi­o­di­fu­são (1934), que mais tar­de foi uti­li­za­do nos Jogos Olím­pi­cos de 1936. Após a II Guer­ra Mun­di­al, con­ti­nu­ou a tra­ba­lhar em supor­tes de gra­va­ção mag­né­ti­cos base­a­dos no reves­ti­men­to de papel e fita plás­ti­ca com sus­pen­sões fer­ro­mag­né­ti­cas em pó. Begun desen­vol­veu o pri­mei­ro gra­va­dor de fita de con­su­mo nos Esta­dos Uni­dos sob o nome comer­ci­al Sound Mir­ror. Tam­bém nego­ci­ou o pri­mei­ro acor­do de for­ne­ci­men­to de fita mag­né­ti­ca com a 3M — que se tor­nou uma impor­tan­te linha de pro­du­tos. Tam­bém inven­tou o Mail-A-Voi­ce, que gra­vou mag­ne­ti­ca­men­te num dos lados de um dis­co de papel para cor­res­pon­dên­cia postal.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1906, o enge­nhei­ro hún­ga­ro-ame­ri­ca­no Peter Carl Gold­mark. Ele, enquan­to tra­ba­lha­va para a Colum­bia Bro­ad­cas­ting Sys­tem (CBS), desen­vol­veu o pri­mei­ro sis­te­ma comer­ci­al de tele­vi­são a cores (1936), que uti­li­za­va um dis­co de três cores rota­ti­vo. Embo­ra ini­ci­al­men­te apro­va­do pela Comis­são Fede­ral de Comu­ni­ca­ções, foi pos­te­ri­or­men­te subs­ti­tuí­do por um sis­te­ma de cor total­men­te elec­tró­ni­co que era com­pa­tí­vel com con­jun­tos a pre­to e bran­co. A Gold­mark tam­bém desen­vol­veu o fonó­gra­fo LP 33–1/3 que aumen­tou gran­de­men­te o tem­po de repro­du­ção de dis­cos, o que revo­lu­ci­o­nou a indús­tria fono­grá­fi­ca. Foi tam­bém pio­nei­ro na gra­va­ção de cas­se­tes de vídeo, e desen­vol­veu um sis­te­ma de digi­ta­li­za­ção uti­li­za­do pela nave espa­ci­al Lunar Orbi­ter em 1966 para trans­mi­tir foto­gra­fi­as à ter­ra a par­tir da lua.

Em 1877, Louis-Paul Cail­le­tet (1832–1913) tor­nou-se o pri­mei­ro a lique­fa­zer oxi­gé­nio. Pou­co tem­po depois, foi tam­bém o pri­mei­ro a lique­fa­zer azo­to, hidro­gé­nio, dió­xi­do de azo­to, monó­xi­do de car­bo­no, e ace­ti­le­no. Cail­le­tet per­ce­beu que o fra­cas­so de outros em lique­fa­zer os gases per­ma­nen­tes, mes­mo sob enor­mes pres­sões, foi expli­ca­do pelo con­cei­to de tem­pe­ra­tu­ra crí­ti­ca de Tho­mas Andrews. Ele con­se­guiu pro­du­zir oxi­gé­nio líqui­do ao per­mi­tir que o gás frio e com­pri­mi­do se expan­dis­se, depen­den­do do efei­to des­co­ber­to por Jou­le e Thom­son, que arre­fe­ceu o gás até abai­xo da sua tem­pe­ra­tu­ra crí­ti­ca. Em expe­ri­ên­ci­as pos­te­ri­o­res, lique­fez nitro­gé­nio e ar. Raoul Pic­tet, tra­ba­lhan­do de for­ma inde­pen­den­te, uti­li­zou uma téc­ni­ca semelhante.

Faz hoje 50 anos que os rus­sos con­se­gui­am entrar na atmos­fe­ra de Mar­te com as naves géme­as Mars 2 e 3. “A Mars 2 sobre-cor­ri­giu, e colo­cou a nave espa­ci­al num ângu­lo de des­ci­da dema­si­a­do incli­na­do para a atmos­fe­ra”, diz Shin­dell, e o “lan­der” bateu com for­ça em Mar­te antes mes­mo de poder lan­çar o seu pára-que­das. “Quan­do atin­giu a atmos­fe­ra, pen­so que esta­va a via­jar algo como seis qui­ló­me­tros por segun­do”. Mar­te 3, no entan­to, con­se­guiu fazer tudo bem. Entrou na atmos­fe­ra mar­ci­a­na a 5,7 qui­ló­me­tros por segun­do, diz Shin­dell, mas foi capaz de tra­var no ar, lan­çar o seu pára-que­das, e tocar sua­ve­men­te numa almo­fa­da de retro­roc­ket thrust. Abriu as suas péta­las, ligou as suas câma­ras, e tirou uma ima­gem cin­zen­ta par­ci­al e difu­sa antes de mor­rer, a mai­o­ria dos dados que reco­lheu nun­ca che­ga­ram ao orbi­ta­dor da Mars 3 para trans­mis­são para a Terra.

Em 1942, o físi­co Enri­co Fer­mi pro­duz a pri­mei­ra reac­ção nucle­ar em cadeia. Foi no Chi­ca­go Pile‑1 (CP‑1), o pri­mei­ro reac­tor nucle­ar arti­fi­ci­al do mun­do, que foi fei­ta a pri­mei­ra reac­ção em cadeia nucle­ar auto-sus­ten­ta­da de ori­gem huma­na. Foi um esfor­ço pro­di­gi­o­so. Físi­cos e fun­ci­o­ná­ri­os, tra­ba­lhan­do 24 horas por dia, cons­truí­ram uma malha de 57 cama­das de metal de urâ­nio e óxi­do de urâ­nio incrus­ta­das em blo­cos de gra­fi­te. Uma estru­tu­ra de madei­ra supor­ta­va a pilha de gra­fi­te. A reac­ção em cadeia fazia par­te do Pro­jec­to Manhat­tan, um pro­jec­to secre­to em tem­po de guer­ra para desen­vol­ver armas nucle­a­res, que ini­ci­ou a era nucle­ar moder­na. Esta foi uma des­co­ber­ta que mudou o mundo.

Em 1982, era fei­to usa­do o pri­mei­ro cora­ção arti­fi­ci­al (o Jarvik‑7) num paci­en­te. Numa ope­ra­ção que durou mais de sete horas, o Dr. Wil­li­am C. DeVri­es subs­ti­tuiu o cora­ção doen­te de Bar­ney Clark. Este foi o pri­mei­ro de uma série de cin­co implan­tes do cora­ção arti­fi­ci­al total do Jar­vik duran­te os três anos seguin­tes. O pri­mei­ro paci­en­te, Bar­ney Clark de 61 anos de ida­de, sobre­vi­veu duran­te 112 dias. Ape­nas outros qua­tro rece­be­ram o Jar­vik como um cora­ção subs­ti­tu­to per­ma­nen­te. O segun­do, Wil­li­am Sch­ro­e­der, viveu 620 dias, mor­ren­do em Agos­to de 1986 aos 54 anos de ida­de. Outros paci­en­tes rece­be­ram o cora­ção arti­fi­ci­al con­ce­bi­do por Robert K. Jar­vik ape­nas como um dis­po­si­ti­vo tem­po­rá­rio enquan­to aguar­da­vam trans­plan­tes cardíacos.

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