Newsletter Nº408

Newsletter Nº408
News­let­ter Nº408

Faz hoje anos que nas­cia, em 1884, o bioquí­mi­co pola­co-ame­ri­ca­no Casi­mir Funk. Ele cunhou o ter­mo “vita­mi­na”. Em 1912, como tinha sido ante­ri­or­men­te pro­pos­to por Sir Fre­de­rick Hop­kins, Funk insis­tiu na ideia de que doen­ças como o beri­be­ri, escor­bu­to, raqui­tis­mo e pela­gra eram cau­sa­das pela fal­ta de subs­tân­ci­as vitais na die­ta. A sua inves­ti­ga­ção do fac­tor anti-beri­be­ri de Chris­ti­a­an Eijk­man tinha mos­tra­do que se tra­ta­va de uma ami­na (uma subs­tân­cia orgâ­ni­ca com molé­cu­las con­ten­do o gru­po ‑NH2 ami­na). Funk assu­miu (embo­ra incor­rec­ta­men­te) que todas as subs­tân­ci­as seme­lhan­tes eram tam­bém ami­nas, e nome­ou tais fac­to­res como vita­mi­nas (“ami­nas vivas”). Quan­do mais tar­de se des­co­briu que nem todos os fac­to­res eram ami­nas, a orto­gra­fia da pala­vra foi alte­ra­da para “vita­mi­na”. O áci­do nico­tí­ni­co iso­la­do por funk do poli­men­to do arroz, mais tar­de uti­li­za­do con­tra pela­gra por War­burgh e Elvehjem.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1924, o físi­co ame­ri­ca­no Allan MacLe­od Cor­mack. Nas­ci­do na Áfri­ca do Sul, ele for­mu­lou os algo­rit­mos mate­má­ti­cos que tor­na­ram pos­sí­vel o desen­vol­vi­men­to de uma nova e pode­ro­sa téc­ni­ca de diag­nós­ti­co, o pro­ces­so de ima­gem de rai­os X trans­ver­sal conhe­ci­do como tomo­gra­fia axi­al com­pu­to­ri­za­da (CAT) scan­ning. Descreveu‑o pela pri­mei­ra vez em dois arti­gos em 1963 e 1964. A tomo­gra­fia de rai­os X é um pro­ces­so pelo qual uma ima­gem de uma fatia ima­gi­ná­ria atra­vés de um objec­to (ou do cor­po huma­no) é cons­truí­da a par­tir de infor­ma­ção de detec­to­res que giram à vol­ta do cor­po. Por este tra­ba­lho, foi-lhe atri­buí­da uma par­te (com Sir Gre­gory Houns­fi­eld) do Pré­mio Nobel de 1979. Cor­mack foi invul­gar no cam­po dos lau­re­a­dos com o Nobel por­que nun­ca obte­ve o grau de dou­tor em medi­ci­na ou qual­quer outro cam­po da ciência.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1951, o mate­má­ti­co japo­nês Shi­ge­fu­mi Mori. Ele fez impor­tan­tes con­tri­bui­ções no cam­po da geo­me­tria algé­bri­ca. O seu prin­ci­pal tra­ba­lho, no qual pro­vou a exis­tên­cia de mode­los míni­mos para todas as vari­e­da­des algé­bri­cas tri­di­men­si­o­nais (Janei­ro de 1988), foi ape­li­da­do de Pro­gra­ma de Mori. No espa­ço de dez anos des­de o seu pri­mei­ro tra­ba­lho publi­ca­do, Mori tinha assim com­ple­ta­do o que mui­tos dis­se­ram nun­ca poder ser fei­to. Em 1979, Mori publi­cou os seus pri­mei­ros resul­ta­dos prin­ci­pais, uma pro­va da con­jec­tu­ra Hartshor­ne, que afir­ma­va que uma cer­ta clas­se de vari­e­da­des algé­bri­cas são pro­jec­ti­vas por natu­re­za. Por outras pala­vras, estas vari­e­da­des ou con­jun­tos de solu­ções para deter­mi­na­das equa­ções poli­no­mi­ais pode­ri­am ser des­cri­tas uti­li­zan­do a geo­me­tria pro­jec­ti­va. Rece­beu a Meda­lha Fields em 1990 pelo seu tra­ba­lho em geo­me­tria algébrica.

Em 1947 era fun­da­da a ISO — Inter­na­ti­o­nal Orga­ni­za­ti­on for Stan­dar­di­za­ti­on. Publi­cou mais de 24.500 nor­mas inter­na­ci­o­nais que cobrem qua­se todos os aspec­tos da tec­no­lo­gia e do fabri­co. Tem 811 comi­tés téc­ni­cos e sub-comi­tés para cui­dar do desen­vol­vi­men­to de nor­mas. A orga­ni­za­ção desen­vol­ve e publi­ca nor­ma­li­za­ção em todos os cam­pos téc­ni­cos e não téc­ni­cos, à excep­ção da enge­nha­ria eléc­tri­ca e elec­tró­ni­ca, que é tra­ta­da pela IEC.

Nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­da mais uma ver­são do Ker­nel Linux. A ver­são 6.2 ser­ve um con­jun­to subs­tan­ci­al de novas capa­ci­da­des de hard­ware, nome­a­da­men­te o apoio out-of-the-box para grá­fi­cos Intel Arc e, man­ten­do-se com a Intel, o apoio ao dri­ver On-Demand da Intel (a sua fun­ci­o­na­li­da­de “in-app pur­cha­ses for extra CPU fea­tu­res”) nas CPUs de 4ª gera­ção Xeon. Os CPUs mais anti­gas da Intel Sky­la­ke ganham um aumen­to de desem­pe­nho com o Call Depth Trac­king, uma carac­te­rís­ti­ca que a Pho­ro­nix des­cre­ve como uma “ate­nu­a­ção menos dis­pen­di­o­sa” do que a Espe­cu­la­ção Res­tri­ta Indi­rec­ta (IBRS) tam­bém con­ce­bi­da para lidar com a vul­ne­ra­bi­li­da­de de exe­cu­ção espe­cu­la­ti­va Ret­ble­ed CPU nes­tes chips. O dri­ver de de filesys­tem de NTFS3 e SquashFS têm mais opções, foi adi­ci­o­na­do supor­te para os coman­dos DualShock 4 da Sony, o Rasp­ber­ry Pi pas­sa a supor­tar 4K @ 60Hz e foram intro­du­zi­das mais um con­jun­to diver­so de melho­ri­as em diver­sas outras par­tes do kernel.

De assi­na­lar tam­bém que este mês o lan­ça­men­to do KiCad 7. Este soft­ware para dese­nho de PCBs tem ganho popu­la­ri­da­de não só por ser uma fer­ra­men­ta open-sour­ce mas tam­bém por­que tem vin­do a dar res­pos­ta às soli­ci­ta­ções da comu­ni­da­de em ter­mos de fun­ci­o­na­li­da­des e cor­re­ção de pro­ble­mas. Esta nova ver­são tem cer­ca de 6000 modi­fi­ca­ções, que cor­ri­gi­ram cer­ca de 1200 pro­ble­mas e acres­cen­tam mui­tas outras novi­da­des. De entre as novi­da­des des­ta­ca-se a pos­si­bi­li­da­de de uti­li­za­ção de Fon­tes cus­to­mi­za­das, cai­xa de tex­to, ges­tão auto­ma­ti­za­da de atu­a­li­za­ção de plu­gins, intro­du­ção de uma cli, arras­ta­men­to orto­go­nal, liga­ções a 45º, modo de simu­la­ção, melho­ri­as no rote­a­men­to de pis­tas entre outros.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. São apre­sen­ta­das as revis­tas Hacks­pa­ce Mag nº64 e a Mag­PI nº127 de Março.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.