Newsletter Nº383

Newsletter Nº383
News­let­ter Nº383

Faz hoje anos que nas­cia, em 1826, o inven­tor nor­te-ame­ri­ca­no Alfred Ely Bea­ch. Ele ficou conhe­ci­do por ser o edi­tor ame­ri­ca­no da revis­ta Sci­en­ti­fic Ame­ri­can que noti­ci­ou os desen­vol­vi­men­tos tec­no­ló­gi­cos e paten­tes no sécu­lo XIX. É ain­da hoje publi­ca­da, uma das prin­ci­pais revis­tas cien­tí­fi­cas do mun­do. O pró­prio Bea­ch inven­tou um escu­do de túnel e cons­truiu o metro de tubo pneu­má­ti­co que impul­si­o­na­va uma car­ru­a­gem atra­vés da pres­são de ar gera­da por enor­mes ven­ti­la­do­res. O túnel era cur­to — um blo­co — por isso fun­ci­o­na­va como uma demons­tra­ção (1870–73), com uma esta­ção e um vagão de com­boio. Em 1856 ganhou o Pri­mei­ro Pré­mio e uma meda­lha de ouro na Expo­si­ção do Palá­cio de Cris­tal, em Nova Ior­que. Bea­ch tinha inven­ta­do uma máqui­na de escre­ver para cegos, pare­ci­da com a máqui­na de escre­ver moder­na na dis­po­si­ção das suas cha­ves e bar­ras de escre­ver, mas estam­pou as suas letras numa tira de papel estrei­ta em vez de uma folha.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1858, o quí­mi­co, físi­co e enge­nhei­ro aus­tría­co Carl Auer von Wels­ba­ch. Ele inven­tou o man­to de gás que melho­rou mui­to o bri­lho da luz que podia ser obti­da a par­tir de lâm­pa­das a gás. Enquan­to fazia tes­tes de cha­ma para exa­mi­nar o espec­tro de cer­tos com­pos­tos de ter­ras raras, ele obser­vou que as peque­nas con­tas de mate­ri­al de tes­te num fio de pla­ti­na se tor­na­ram bran­cas e incan­des­cen­tes. Teve então a ideia de mer­gu­lhar as tei­as de algo­dão com uma solu­ção dos sais, depois quei­mar o algo­dão dei­xan­do uma matriz do com­pos­to. As suas expe­ri­ên­ci­as come­ça­ram com resul­ta­dos ligei­ra­men­te pro­mis­so­res com óxi­do de lan­tâ­nio, depois uma mis­tu­ra com mag­né­sia. Tam­bém expe­ri­men­tou óxi­dos de zir­có­nio e outros antes de adi­ci­o­nar óxi­do de tório, o que tor­nou os man­tos comer­ci­al­men­te viá­veis. A sua inven­ção foi adop­ta­da em todo o mun­do onde quer que hou­ves­se gás pro­du­zi­do, o que sig­ni­fi­ca­va que tinha um negó­cio lucra­ti­vo a melho­rar e a fabricá-los.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1877, o físi­co e quí­mi­co inglês Fran­cis Wil­li­am Aston. Ele rece­beu o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 1922 pelo seu desen­vol­vi­men­to do espec­tró­gra­fo de mas­sa, um dis­po­si­ti­vo que sepa­ra áto­mos ou frag­men­tos mole­cu­la­res de dife­ren­tes mas­sas e mede essas mas­sas com notá­vel pre­ci­são. Em 1910 tor­nou-se assis­ten­te de Sir J.J. Thom­son em Cam­brid­ge, que inves­ti­ga­va os rai­os de car­ga posi­ti­va que ema­na­vam das des­car­gas gaso­sas. Aston inven­tou o seu espec­tró­gra­fo de mas­sa (um novo tipo de apa­re­lho de rai­os posi­ti­vos) após a Pri­mei­ra Guer­ra Mun­di­al, com o qual mos­trou que mui­tos ele­men­tos são mis­tu­ras de isó­to­pos. De fac­to, des­co­briu 212 dos 287 nuclí­de­os que ocor­rem natu­ral­men­te. O espec­tró­gra­fo de mas­sa é ago­ra ampla­men­te uti­li­za­do em geo­lo­gia, quí­mi­ca, bio­lo­gia, e físi­ca nuclear.

Na manhã de 1 de Setem­bro de 1859, o astró­no­mo ama­dor Richard Car­ring­ton ascen­deu ao obser­va­tó­rio pri­va­do liga­do à sua pro­pri­e­da­de rural nos arre­do­res de Lon­dres. Depois de ter aber­to o obtu­ra­dor da cúpu­la para reve­lar o céu azul cla­ro, apon­tou o seu teles­có­pio de latão em direc­ção ao sol e come­çou a esbo­çar um aglo­me­ra­do de enor­mes man­chas escu­ras que lhe apa­re­ci­am na super­fí­cie. De repen­te, Car­ring­ton viu o que des­cre­veu como “duas man­chas de luz inten­sa­men­te bri­lhan­te e bran­ca” que irrom­pi­am das man­chas sola­res. Cin­co minu­tos mais tar­de as bolas de fogo desa­pa­re­ce­ram, mas em pou­cas horas o seu impac­to seria sen­ti­do em todo o glo­bo. Nes­sa noi­te, as comu­ni­ca­ções tele­grá­fi­cas em todo o mun­do come­ça­ram a falhar; hou­ve rela­tos de fagu­lhas de máqui­nas tele­grá­fi­cas, ope­ra­do­res cho­can­tes e papéis de ajus­te em cha­mas. Por todo o pla­ne­ta, auro­ras colo­ri­das ilu­mi­na­vam os céus noc­tur­nos, bri­lhan­do tão inten­sa­men­te que as aves come­ça­ram a chil­re­ar e os tra­ba­lha­do­res come­ça­ram as suas tare­fas diá­ri­as, acre­di­tan­do que o sol tinha come­ça­do a nas­cer. Alguns pen­sa­vam que o fim do mun­do esta­va pró­xi­mo, mas os olhos nus de Car­ring­ton tinham des­co­ber­to a ver­da­dei­ra cau­sa dos acon­te­ci­men­tos bizar­ros: uma enor­me erup­ção solar com a ener­gia de 10 mil milhões de bom­bas ató­mi­cas. A cha­ma lan­çou gás elec­tri­fi­ca­do e par­tí­cu­las suba­tó­mi­cas em direc­ção à Ter­ra, e a tem­pes­ta­de geo­mag­né­ti­ca resul­tan­te — ape­li­da­da de “Even­to Car­ring­ton” — foi a mai­or de que há regis­to a ter atin­gi­do o planeta.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os interessantes.

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