Newsletter Nº373

Newsletter Nº373
News­let­ter Nº373

Faz hoje anos que nas­cia, em 1775, o físi­co fran­cês Éti­en­ne-Louis Malus. Ele des­co­briu que a luz, quan­do reflec­ti­da, se pola­ri­za par­ci­al­men­te pla­na; ou seja, os seus rai­os vibram no mes­mo pla­no. Ele ser­viu no cor­po de enge­nhei­ros de Napo­leão, lutou no Egip­to, e con­traiu a pes­te duran­te a cam­pa­nha abor­ta­da de Napo­leão na Pales­ti­na. Envi­a­do para a Euro­pa depois de 1801, come­çou a inves­ti­ga­ção em ópti­ca. Em 1808, des­co­briu que os rai­os de luz podem ser pola­ri­za­dos por refle­xão, enquan­to olha­va atra­vés de um cris­tal de faís­ca da Islân­dia para as jane­las de um edi­fí­cio reflec­tin­do os rai­os do Sol. Repa­rou que ao rodar o cris­tal a luz se extin­guia em cer­tas posi­ções. Apli­can­do a teo­ria cor­pus­cu­lar, argu­men­tou que as par­tí­cu­las de luz têm lados ou pólos e cunhou a pala­vra “pola­ri­za­ção”.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1859, o indus­tri­al fran­cês Édou­ard Miche­lin. Ele, com o seu irmão mais velho André, fun­dou a Miche­lin Tyre Co. em 1888, expan­din­do a empre­sa de bor­ra­cha fun­da­da (1832) pelo seu avô, Aris­ti­de Bar­bi­er, e Nico­las Edou­ard Dau­bree. Os Miche­lins fize­ram os pri­mei­ros pneus que podi­am ser facil­men­te remo­vi­dos para repa­ra­ção, para bici­cle­tas (1891) e para auto­mó­veis (1895). Intro­du­zi­ram padrões de ban­da de roda­gem de pneus, pneus de balão de bai­xa pres­são, e pneus com cor­das de aço. A empre­sa cri­ou uma orga­ni­za­ção de gui­as turís­ti­cos que colo­cou mar­cos nas estra­das fran­ce­sas e esta­be­le­ceu um ser­vi­ço de mapa de estra­das padrão para a mai­or par­te da Euro­pa. André cri­ou gui­as Miche­lin para pro­mo­ver o turis­mo de car­ro. O pri­mei­ro Guia Ver­me­lho, com clas­si­fi­ca­ção de res­tau­ran­tes, foi publi­ca­do em 1900.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1902, o dese­nha­dor de com­pu­ta­do­res Howard T. Engs­trom. Ele pro­mo­veu o pri­mei­ro com­pu­ta­dor digi­tal dis­po­ní­vel comer­ci­al­men­te, o Uni­vac. Como pro­fes­sor de Yale tinha escri­to um tra­ba­lho sobre a base mate­má­ti­ca para téc­ni­cas de crip­to-aná­li­se. Duran­te a II Guer­ra Mun­di­al foi cha­ma­do à Mari­nha e colo­ca­do no coman­do da “Sec­ção de Pes­qui­sa” das máqui­nas auto­má­ti­cas OP-20‑G para a des­co­di­fi­ca­ção de men­sa­gens. Depois da guer­ra, foi co-fun­da­dor da Engi­ne­e­ring Rese­ar­ch Asso­ci­a­tes, uma empre­sa pri­va­da para tra­ba­lhar em tec­no­lo­gia de cir­cui­tos digi­tais elec­tró­ni­cos para a Mari­nha com base num con­tra­to, com anti­gos inves­ti­ga­do­res da Mari­nha. A ERA entre­gou o seu pri­mei­ro com­pu­ta­dor Atlas à Agên­cia Naci­o­nal de Segu­ran­ça em Dezem­bro de 1950. Como vice-pre­si­den­te para a inves­ti­ga­ção, Engs­trom tomou a ini­ci­a­ti­va de fazer uma ver­são comer­ci­al, rebap­ti­za­da Univac.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1912, o mate­má­ti­co inglês Alan Turing. Ele foi pio­nei­ro no cam­po da teo­ria infor­má­ti­ca e con­tri­buiu com impor­tan­tes aná­li­ses lógi­cas de pro­ces­sos infor­má­ti­cos. Fez impor­tan­tes con­tri­bui­ções para a mate­má­ti­ca, a crip­to-aná­li­se, a lógi­ca, a filo­so­fia e a bio­lo­gia e para as novas áre­as mais tar­de desig­na­das por infor­má­ti­ca, ciên­cia cog­ni­ti­va, inte­li­gên­cia arti­fi­ci­al, e vida arti­fi­ci­al. Ele é ampla­men­te con­si­de­ra­do como o pai da infor­má­ti­ca teó­ri­ca e da inte­li­gên­cia arti­fi­ci­al. Duran­te a Segun­da Guer­ra Mun­di­al, Turing tra­ba­lhou para o Govern­ment Code e Cypher Scho­ol (GC&CS) em Blet­ch­ley Park, o cen­tro bri­tâ­ni­co de que­bra de cifras que pro­du­ziu Ultra intel­li­gen­ce. Duran­te algum tem­po lide­rou a Hut 8, a sec­ção res­pon­sá­vel pela crip­to-aná­li­se naval ale­mã. Aqui, con­ce­beu uma série de téc­ni­cas para ace­le­rar a que­bra de cifras ale­mãs, incluin­do melho­ri­as no méto­do da bom­ba pola­ca antes da guer­ra, uma máqui­na elec­tro­me­câ­ni­ca que podia encon­trar cená­ri­os para a máqui­na Enig­ma. Turing desem­pe­nhou um papel cru­ci­al na que­bra de men­sa­gens codi­fi­ca­das inter­cep­ta­das que per­mi­ti­ram aos Ali­a­dos der­ro­tar as potên­ci­as do Eixo em mui­tos com­pro­mis­sos cru­ci­ais, incluin­do a Bata­lha do Atlântico.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1943, o cien­tis­ta da com­pu­ta­ção nor­te-ame­ri­ca­no Vint Cerf. Ele é con­si­de­ra­do um dos pais da Inter­net. Ele co-dese­nhou a arqui­tec­tu­ra do fun­ci­o­na­men­to da Inter­net com os pro­to­co­los TCP/IP. Cerf foi tam­bém pio­nei­ro no esta­be­le­ci­men­to do pri­mei­ro ser­vi­ço comer­ci­al de cor­reio elec­tró­ni­co, enquan­to vice-pre­si­den­te da MCI Digi­tal Infor­ma­ti­on Ser­vi­ces (1982–1986). Jun­tou-se à Goo­gle como vice-pre­si­den­te em 2005.

Nes­ta sema­na que pas­sou ficá­mos a saber que as son­das Voya­ger lan­ça­das em 1977 estão a mor­rer. Após qua­se 45 anos no espa­ço, ain­da estão a fun­ci­o­nar, envi­an­do dia­ri­a­men­te dados para a Ter­ra a par­tir dos pla­ne­tas mais dis­tan­tes conhe­ci­dos do sis­te­ma solar. Via­ja­ram mais lon­ge e dura­ram mais tem­po do que qual­quer outra nave espa­ci­al na his­tó­ria. E atra­ves­sa­ram para o espa­ço inte­res­te­lar, de acor­do com a nos­sa melhor com­pre­en­são da fron­tei­ra entre a esfe­ra de influên­cia do Sol e o res­to da galá­xia. São os pri­mei­ros objec­tos fei­tos pelo homem a fazê-lo, uma dis­tin­ção que man­te­rão pelo menos por mais algu­mas déca­das. Estas son­das via­ja­ram por todos os pla­ne­tas exte­ri­o­res (com excep­ção de Plu­tão) e alte­ra­ram para sem­pre a nos­sa com­pre­en­são do sis­te­ma solar e da sua ori­gem. De lem­brar que a bor­do des­tas son­das, a NASA colo­cou uma men­sa­gem, uma espé­cie de cáp­su­la do tem­po, des­ti­na­da a comu­ni­car uma his­tó­ria do nos­so mun­do aos extra­ter­res­tres. A men­sa­gem da Voya­ger é leva­da por um dis­co fonó­gra­fo, um dis­co de cobre dou­ra­do de 12 pole­ga­das con­ten­do sons e ima­gens selec­ci­o­na­dos para retra­tar a diver­si­da­de da vida e da cul­tu­ra na Terra.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­da a revis­ta Hacks­pa­ce nº56 de Julho.

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