Newsletter Nº363

Newsletter Nº363
News­let­ter Nº363

Faz hoje anos que nas­cia, em 1629, o físi­co e astró­no­mo holan­dês Chris­ti­a­an Huy­gens. Ele fun­dou a teo­ria das ondas da luz, des­co­briu a ver­da­dei­ra for­ma dos anéis de Satur­no, e con­tri­buiu para a ciên­cia da dinâ­mi­ca — o estu­do da acção das for­ças sobre os cor­pos. Usan­do uma len­te que ele mes­mo moeu, a 25 de Mar­ço de 1655, des­co­briu a pri­mei­ra lua de Satur­no, mais tar­de deno­mi­na­da Titã. Em 1656, paten­te­ou o pri­mei­ro reló­gio pen­du­lar, que desen­vol­veu para per­mi­tir a medi­ção exac­ta do tem­po enquan­to obser­va­va os céus. Cris­ti­a­an Huy­gens estu­dou a rela­ção do com­pri­men­to de um pên­du­lo com o seu perío­do de osci­la­ção (1673) e decla­rou teo­ri­as sobre a for­ça cen­trí­fu­ga em movi­men­to cir­cu­lar que influ­en­ci­a­ram Sir Isa­ac New­ton na for­mu­la­ção da sua Lei da Gra­vi­da­de. Huy­gens tam­bém estu­dou e dese­nhou os pri­mei­ros mapas de Mar­te. A 14 de Janei­ro de 2005, uma son­da espa­ci­al da NASA, com o nome de Huy­gens, ater­rou em Titan.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1898, o Enge­nhei­ro elec­tro­téc­ni­co nor­te-ame­ri­ca­no Harold Stephen Black. Ele des­co­briu e desen­vol­veu o prin­cí­pio do feed­back nega­ti­vo, no qual a saí­da de ampli­fi­ca­ção é intro­du­zi­da de novo na entra­da, pro­du­zin­do assim uma ampli­fi­ca­ção qua­se sem dis­tor­ções e cons­tan­te. Em 1921, Black jun­tou-se ao pre­cur­sor dos Labo­ra­tó­ri­os Bell, na cida­de de Nova Ior­que, tra­ba­lhan­do na eli­mi­na­ção da dis­tor­ção. Depois de seis anos de per­sis­tên­cia, Black con­ce­beu o seu ampli­fi­ca­dor de feed­back nega­ti­vo num des­lo­ca­men­to pen­du­lar para tra­ba­lhar a bor­do do fer­ry. Basi­ca­men­te, o con­cei­to envol­via a saí­da dos sis­te­mas de ali­men­ta­ção para a entra­da como um méto­do de con­tro­lo do sis­te­ma. O prin­cí­pio encon­trou apli­ca­ções gene­ra­li­za­das na elec­tró­ni­ca, incluin­do elec­tró­ni­ca indus­tri­al, mili­tar, e de con­su­mo, arma­men­to, com­pu­ta­do­res ana­ló­gi­cos, e dis­po­si­ti­vos bio­me­câ­ni­cos tais como pacemakers.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1927, o quí­mi­co neo­ze­lan­dês-ame­ri­ca­no Alan G. Mac­Di­ar­mid. Ele par­ti­lhou o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 2000 (com Alan Hee­ger e Hide­ki Shi­ra­kawa) “para a des­co­ber­ta e desen­vol­vi­men­to de polí­me­ros con­du­to­res”. Os plás­ti­cos (for­ma­dos de uni­da­des repe­ti­das em molé­cu­las de polí­me­ros de cadeia lon­ga) na mai­o­ria das vezes não con­du­zem elec­tri­ci­da­de, e são uti­li­za­dos para iso­la­men­to. No final dos anos 70, estes cien­tis­tas con­ce­be­ram mate­ri­ais de polí­me­ros que eram semi-con­du­to­res, capa­zes de con­du­zir elec­tri­ci­da­de. As apli­ca­ções prá­ti­cas inclu­em ago­ra polí­me­ros con­du­to­res em jane­las “inte­li­gen­tes” capa­zes de excluir a luz solar, dío­dos emis­so­res de luz, célu­las sola­res e ecrãs para tele­mó­veis e peque­nos ecrãs de tele­vi­são. A inves­ti­ga­ção tem sido esti­mu­la­da para ten­tar pro­du­zir tran­sís­to­res cons­ti­tuí­dos por molé­cu­las indi­vi­du­ais com as quais se pode redu­zir dras­ti­ca­men­te o tama­nho dos computadores.

Em 1611, a pala­vra “teles­có­pio” foi uti­li­za­da pela pri­mei­ra vez em públi­co pelo Prín­ci­pe Fede­ri­co Cesi num ban­que­te rea­li­za­do pela soci­e­da­de cien­tí­fi­ca pio­nei­ra, a Aca­de­mia de Lin­ce­a­nos (ou Luchs, da qual foi fun­da­dor). Foi rea­li­za­da para home­na­ge­ar Gali­leu, numa gran­de pro­pri­e­da­de na encos­ta de uma coli­na. Depois de Gali­leu ter mos­tra­do aos con­vi­da­dos os saté­li­tes de Júpi­ter, outras mara­vi­lhas celes­ti­ais, e até uma ins­cri­ção num edi­fí­cio a três milhas de dis­tân­cia. Embo­ra o nome tenha sido anun­ci­a­do por Cesi para bap­ti­zar o ins­tru­men­to de Gali­leu, a pala­vra teles­có­pio (em ita­li­a­no) foi tal­vez con­ce­bi­da por um poe­ta-teó­lo­go gre­go, que por aca­so esta­va pre­sen­te, a par­tir de pala­vras gre­gas* (tele = lon­gín­quo e sco­peo = ver).

Em 1932, o áto­mo foi divi­di­do por um fei­xe de pró­tons sobre um alvo de lítio. Dois físi­cos, o inglês Sir John Dou­glas Cock­croft e o irlan­dês Err­nest Wal­ton tinham desen­vol­vi­do o pri­mei­ro ace­le­ra­dor de par­tí­cu­las nucle­a­res (o gera­dor Cock­croft-Wal­ton, pelo qual par­ti­lha­ram o Pré­mio Nobel da Físi­ca de 1951. O ace­le­ra­dor foi cons­truí­do numa sala em desu­so no Labo­ra­tó­rio Caven­dish. Com este equi­pa­men­to, Wal­ton con­se­guiu ser o pri­mei­ro a divi­dir o áto­mo (o seu núcleo). Quan­do um pro­tão do fei­xe for­ne­ci­do pelo ace­le­ra­dor atin­giu um núcleo de lítio, a sua com­bi­na­ção ins­tá­vel desin­te­grou-se em duas par­tí­cu­las alfa (núcle­os de hélio). Wal­ton obser­vou as cin­ti­la­ções carac­te­rís­ti­cas das par­tí­cu­las alfa numa tela de sul­fu­re­to de zinco.

E nes­ta sema­na que pas­sou foi lan­ça­da a pri­mei­ra mis­são tri­pu­la­da total­men­te pri­va­da para a esta­ção espa­ci­al inter­na­ci­o­nal. Um fogue­tão Spa­ceX Fal­con 9 lan­çou o Ax‑1, uma mis­são da empre­sa Axi­om Spa­ce, com sede em Hous­ton, no dia 8 de Abril às 11:17 EDT (1517 GMT) do Cen­tro Espa­ci­al Ken­nedy da NASA, na Cos­ta Espa­ci­al da Flo­ri­da. Nenhum dos qua­tro tri­pu­lan­tes do Ax‑1 é um pas­sa­gei­ro espa­ci­al do gover­no. Micha­el López-Ale­gría (coman­dan­te da mis­são e ex-astro­nau­ta da NASA), Eytan Stib­be (ex-pilo­to da avi­a­ção isra­e­li­ta), Lar­ry Con­nor (inves­ti­dor e pilo­to par­ti­cu­lar nor­te-ame­ri­ca­no) e Mark Pathy (empre­sá­rio cana­di­a­no) vão estar na EEI duran­te nove dias a fazer expe­ri­ên­ci­as cien­tí­fi­cas e acti­vi­da­des de cariz edu­ca­ti­vo e comercial.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker e alguns víde­os interessantes.

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