Newsletter Nº314

Newsletter Nº314
News­let­ter Nº314

Faz hoje anos que nas­cia, em 1871, o quí­mi­co fran­cês Vic­tor Grig­nard. Ele rece­beu o Pré­mio Nobel de Quí­mi­ca em 1912, pelo seu desen­vol­vi­men­to da reac­ção de Grig­nard. Ele des­co­briu os halo­ge­ne­tos de alquil­mag­né­sio (1901), que são pre­pa­ra­dos pela reac­ção de mag­né­sio com um halo­ge­ne­to orgâ­ni­co em éter seco, pro­du­zin­do com­pos­tos do tipo RMgX, onde X é um halo­gé­neo (Cl, Br, I) e R um gru­po orgâ­ni­co. Esses rea­gen­tes de Grig­nard são extre­ma­men­te impor­tan­tes em sín­te­ses orgâ­ni­cas. Eles são mui­to ver­sá­teis e per­mi­tem a sín­te­se de um gran­de núme­ro de dife­ren­tes clas­ses de com­pos­tos, par­ti­cu­lar­men­te álco­ois secun­dá­ri­os e ter­ciá­ri­os, hidro­car­bo­ne­tos e áci­dos car­bo­xí­li­cos faci­li­tam uma série de reac­ções quí­mi­cas e Grig­nard pas­sou gran­de par­te de sua vida a tra­ba­lhar neles.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1872, o Mate­má­ti­co, astró­no­mo e cos­mó­lo­go holan­dês Wil­lem de Sit­ter. Ele desen­vol­veu mode­los teó­ri­cos do uni­ver­so com base na teo­ria geral da rela­ti­vi­da­de de Albert Eins­tein. Ele tra­ba­lhou exten­si­va­men­te nos movi­men­tos dos saté­li­tes de Júpi­ter, deter­mi­nan­do as suas mas­sas e órbi­tas a par­tir de déca­das de obser­va­ções. Ele deter­mi­nou as cons­tan­tes fun­da­men­tais da astro­no­mia e deter­mi­nou a vari­a­ção da rota­ção da Ter­ra. Ele tam­bém rea­li­zou estu­dos esta­tís­ti­cos da dis­tri­bui­ção e do movi­men­to das estre­las, mas hoje é mais conhe­ci­do pelas suas con­tri­bui­ções à cos­mo­lo­gia. A sua solu­ção de 1917 para as equa­ções de cam­po de Albert Eins­tein mos­trou que um uni­ver­so qua­se vazio se expan­di­ria. Mais tar­de, ele e Eins­tein encon­tra­ram uma solu­ção para o uni­ver­so em expan­são sem cur­va­tu­ra espacial.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1908, o físi­co cana­di­a­no John F. Allen. Ele co-des­co­briu a super-flui­dez do hélio líqui­do per­to da tem­pe­ra­tu­ra de zero abso­lu­to. Tra­ba­lhan­do no Royal Soci­ety Mond Labo­ra­tory em Cam­brid­ge, com Don Mise­ner, ele des­co­briu (1930) que abai­xo da tem­pe­ra­tu­ra de 2,17 kel­vin, o hélio líqui­do pode­ria fluir atra­vés de capi­la­res mui­to peque­nos com vis­co­si­da­de pra­ti­ca­men­te zero. Inde­pen­den­te­men­te, P. L. Kapit­za em Mos­co­vo pro­du­ziu resul­ta­dos seme­lhan­tes qua­se ao mes­mo tem­po. OS seus dois arti­gos foram publi­ca­dos jun­tos na edi­ção de 8 de Janei­ro de 1938 da revis­ta Natu­re. A super-flui­dez é uma mani­fes­ta­ção visí­vel resul­tan­te da mecâ­ni­ca quân­ti­ca da con­den­sa­ção de Bose-Eins­tein. Em 1945, a pes­qui­sa em Mos­co­vo mer­gu­lhou no aspec­to micros­có­pi­co, que Allen não investigou.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1916, o Físi­co nor­te-ame­ri­ca­no Robert H. Dic­ke. Ele tra­ba­lhou em cam­pos tão amplos como físi­ca de micro-ondas, cos­mo­lo­gia e rela­ti­vi­da­de. Como teó­ri­co ins­pi­ra­do e expe­ri­men­ta­lis­ta de suces­so, o seu tema uni­fi­ca­dor foi a apli­ca­ção de méto­dos expe­ri­men­tais pode­ro­sos e escru­pu­lo­sa­men­te con­tro­la­dos a ques­tões que real­men­te impor­tam. Ele tam­bém fez uma série de con­tri­bui­ções sig­ni­fi­ca­ti­vas para a tec­no­lo­gia de radar e para o cam­po da físi­ca ató­mi­ca. A sua visu­a­li­za­ção de um uni­ver­so osci­lan­te esti­mu­lou a des­co­ber­ta da radi­a­ção cós­mi­ca de fun­do em micro-ondas, a evi­dên­cia mais direc­ta de que nos­so uni­ver­so real­men­te se expan­diu de um esta­do den­so. Um ins­tru­men­to-cha­ve nas medi­ções des­te fós­sil do Big Bang é o radió­me­tro de micro-ondas que ele inven­tou. As suas paten­tes vari­a­vam de seca­do­res de rou­pas a laseres.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1929, o quí­mi­co nor­te-ame­ri­ca­no Paul Lau­ter­bur. Ele par­ti­lhou (com Sir Peter Mans­fi­eld) o Pré­mio Nobel de Fisi­o­lo­gia ou Medi­ci­na de 2003 “pelas suas des­co­ber­tas sobre ima­gens de res­so­nân­cia magnética”.

Nes­ta sema­na que pas­sou a Spa­ceX lan­çou o fogue­tão Starship SN15, o quin­to da sua famí­lia, num voo de tes­te que o ele­vou a uma alti­tu­de de 10 Km e que per­mi­tiu, des­ta vez com suces­so, ater­rar o mes­mo. O lan­ça­men­to ocor­reu no 60º ani­ver­sá­rio do pri­mei­ro voo sub-orbi­tal nor­te-ame­ri­ca­no tri­pu­la­do. O SN15 de aço ino­xi­dá­vel (“Seri­al No. 15”) des­co­lou do local de tes­te Star­ba­se da Spa­ceX, per­to da vila de Boca Chi­ca no sul do Texas, às 18h24. EST (22:24 GMT) da pas­sa­da quar­ta-fei­ra. O veí­cu­lo subiu cer­ca de 10 qui­ló­me­tros no céu, rea­li­zou uma série de mano­bras e des­ceu para um toque segu­ro na sua área de pou­so de betão desig­na­da, seis minu­tos após a des­co­la­gem. A Spa­ceX está a desen­vol­ver a Starship para levar pes­so­as e car­gas à Lua, Mar­te e outros des­ti­nos dis­tan­tes. O sis­te­ma con­sis­te em dois ele­men­tos, ambos pro­jec­ta­dos para serem total e rapi­da­men­te reu­ti­li­zá­veis: uma nave espa­ci­al cha­ma­da Starship e um impul­si­o­na­dor gigan­te de pri­mei­ro está­gio cha­ma­do Super Heavy.

Tam­bém nes­ta sema­na que pas­sou a IBM anun­ci­ou o desen­vol­vi­men­to do pri­mei­ro chip do mun­do com tec­no­lo­gia de 2 nm. A exi­gên­cia por mai­or desem­pe­nho e efi­ci­ên­cia ener­gé­ti­ca dos chips con­ti­nua a cres­cer, espe­ci­al­men­te na era da “cloud” híbri­da, IA e IoT. A nova tec­no­lo­gia de chip de 2 nm da IBM aju­da a avan­çar o esta­do da arte na indús­tria de semi­con­du­to­res, aten­den­do a essa neces­si­da­de cres­cen­te. O Chip foi pro­jec­ta­do para atin­gir um desem­pe­nho 45% mai­or e um con­su­mo de ener­gia 75% menor do que os chips de 7 nm mais avan­ça­dos de hoje.

Hoje a News­let­ter faz seis anos! Sem­pre, de for­ma, inin­ter­rup­ta tenho tra­zi­do aqui a esta audi­ên­cia noti­ci­as e pro­jec­tos do que acon­te­ce em todo o mun­do. Ao lon­go des­tes 6 anos já foram publi­ca­dos mais de dez mil pro­jec­tos, qua­se oito mil noti­ci­as e per­to de sete­cen­tos EBo­oks e Revistas.

Nes­ta 314º News­let­ter faço uma refle­xão sobre o ulti­mo ano que foi bas­tan­te ani­ma­do em ter­mos do mun­do vol­tar a olhar para a explo­ra­ção espa­ci­al como for­ma de expan­dir-mos o conhe­ci­men­to do mun­do que nos rodeia e de poder­mos con­cre­ti­zar desa­fi­os ain­da mai­o­res que os que nos leva­ram na 1ª cor­ri­da ao espa­ço. A che­ga­da de inú­me­ros veí­cu­los de explo­ra­ção espa­ci­al a Mar­te é dis­so um refle­xo. Tam­bém a inten­ção, em alguns casos já con­cre­ti­za­da, de vol­tar à Lua é dis­so uma realidade.
Tam­bém nes­te ulti­mo ano e meio vive­mos envol­tos numa pan­de­mia que nos fez pen­sar e que­brar cer­tos dog­mas e dados adqui­ri­dos que tínha­mos, como a liber­da­de (que por diver­sas altu­ras nos foi con­di­ci­o­na­da), a dis­po­ni­bi­li­da­de de bens essen­ci­ais (com a exis­tên­cia de quo­tas para se entrar em lojas e super­mer­ca­dos), o tra­ba­lho que desa­pa­re­ceu e que afec­tou uma par­te sig­ni­fi­ca­ti­va da nos­sa sociedade.

Sin­to no entan­to que vive­mos tem­pos de algu­ma espe­ran­ça, espe­ran­ça de que as coi­sas melho­rem, seja por ultra­pas­sar­mos esta situ­a­ção pan­dé­mi­ca, seja por estar­mos mais cons­ci­en­tes de que os recur­sos do pla­ne­ta não são ili­mi­ta­dos e que cabe a todos ter­mos um papel acti­vo na defe­sa e pre­ser­va­ção do mes­mo. A uti­li­za­ção de ener­gi­as reno­vá­veis e o cada vez menor recur­so a com­bus­tí­veis fos­seis nas nos­sas des­lo­ca­ções (seja por uso de veí­cu­los eléc­tri­cos ou de veí­cu­los sem motor) é outra das evo­lu­ções que se tem observado.

Haja espe­ran­ça!

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker assim como alguns vide­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­do o livro “Com­pu­ter Sci­en­ce from the Bot­tom Up”.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.