Newsletter Nº312

Newsletter Nº312
News­let­ter Nº312

Faz hoje anos que nas­cia, em 1724, o filó­so­fo ale­mão, for­ma­do em mate­má­ti­ca e físi­ca Imma­nu­el Kant. Ele publi­cou a sua His­tó­ria geral da natu­re­za e teo­ria dos céus em 1755. Esta visão físi­ca do uni­ver­so con­ti­nha três ante­ci­pa­ções impor­tan­tes para os astró­no­mos. 1) Ele fez a hipó­te­se da nebu­lo­sa antes de Lapla­ce. 2) Ele des­cre­veu a Via Lác­tea como uma colec­ção de estre­las em for­ma de len­te que repre­sen­ta­va ape­nas um dos mui­tos “uni­ver­sos-ilha”, mais tar­de mos­tra­do por Hers­chel. 3) Ele suge­riu que o atri­to das marés dimi­nuiu a rota­ção da Ter­ra, o que foi con­fir­ma­do um sécu­lo depois. Em 1770 tor­nou-se pro­fes­sor de mate­má­ti­ca, mas vol­tou-se para a meta­fí­si­ca e a lógi­ca em 1797, o cam­po em que é mais conhecido.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1789, o enge­nhei­ro mecâ­ni­co e inven­tor galês Richard Roberts. Ele foi res­pon­sá­vel pela inven­ção do pri­mei­ro medi­dor de gás bem-suce­di­do. Ele foi um dos inven­to­res das pri­mei­ras aplai­na­do­ras de metal (1817). Roberts tam­bém desen­vol­veu um tor­no de ros­que­a­men­to e máqui­nas para cor­te de engre­na­gens e ranhu­ras. A mula gira­tó­ria auto-gui­a­da (1825) que ele inven­tou foi sua con­tri­bui­ção mais impor­tan­te para a indús­tria têx­til, que tam­bém fun­dou na Fran­ça. Na déca­da de 1830, a sua empre­sa cons­truiu loco­mo­ti­vas fer­ro­viá­ri­as numa das pri­mei­ras apli­ca­ções do uso de peças tro­cá­veis. Na déca­da de 1840, ele desen­vol­veu máqui­nas para fazer padrões de ori­fí­ci­os em pon­tes e pla­cas de cal­dei­ra, auto­ma­ti­za­das com car­tões per­fu­ra­dos seme­lhan­tes ao tear Jacquard.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1834, o físi­co fran­cês Gas­ton Plan­té. Ele cons­truiu a pri­mei­ra bate­ria de arma­ze­na­men­to (1859), que era capaz de for­ne­cer elec­tri­ci­da­de e ser recar­re­ga­da vári­as vezes. Até esta inven­ção, as bate­ri­as exis­ti­am des­de a des­co­ber­ta de Ales­san­dro Vol­ta, numa for­ma que podia ser usa­da e des­car­re­ga­da ape­nas uma vez. Plan­té fez o seu acu­mu­la­dor com uma pla­ca de chum­bo, enro­la­da com um sepa­ra­dor de pano de linho, imer­so em áci­do sul­fú­ri­co. Ele tinha ape­nas um gera­dor de mani­ve­la. A sua bate­ria teve de espe­rar que a inven­ção pos­te­ri­or de dína­mos satis­fa­tó­ri­os se tor­nas­se útil. A célu­la foi melho­ra­da por Camil­le Fau­re, Sir Joseph Swan e outros. A bate­ria recar­re­gá­vel teve um uso impor­tan­te para o telé­gra­fo. Des­de que foi adop­ta­da pela pri­mei­ra vez para uso em auto­mó­veis, a bate­ria de chum­bo-áci­do con­ti­nua a ser usa­da com o mes­mo dese­nho fun­da­men­tal. Mais tar­de, ele inves­ti­gou a elec­tri­ci­da­de atmosférica.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1904, o físi­co teó­ri­co nor­te-ame­ri­ca­no J. Robert Oppe­nhei­mer. Ele foi direc­tor do labo­ra­tó­rio de Los Ala­mos duran­te o desen­vol­vi­men­to da bom­ba ató­mi­ca (1943–45) e direc­tor do Ins­ti­tu­to de Estu­dos Avan­ça­dos de Prin­ce­ton (1947–66). As des­co­ber­tas de Oppe­nhei­mer na físi­ca incluí­ram a apro­xi­ma­ção de Born-Oppe­nhei­mer para fun­ções de ondas mole­cu­la­res, tra­ba­lho na teo­ria dos elec­trões e posi­trons, o pro­ces­so Oppe­nhei­mer-Phil­lips na fusão nucle­ar e a pri­mei­ra pre­vi­são de tune­la­men­to quân­ti­co. Com seus alu­nos, ele tam­bém fez con­tri­bui­ções impor­tan­tes para a teo­ria moder­na de estre­las de neu­trões e bura­cos negros, bem como para a mecâ­ni­ca quân­ti­ca, teo­ria de cam­po quân­ti­co e as inte­rac­ções dos rai­os cós­mi­cos. Como pro­fes­sor e pro­mo­tor da ciên­cia, ele é lem­bra­do como o pai fun­da­dor da esco­la ame­ri­ca­na de físi­ca teó­ri­ca que ganhou des­ta­que mun­di­al na déca­da de 1930.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1919, o quí­mi­co nor­te-ame­ri­ca­no Donald J. Cram. Ele par­ti­lhou o Pré­mio Nobel de Quí­mi­ca de 1987 (com Char­les J. Peder­sen e Jean-Marie Lehn) pela sua cri­a­ção de molé­cu­las que imi­tam o com­por­ta­men­to quí­mi­co de molé­cu­las encon­tra­das em sis­te­mas vivos.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1929, o mate­má­ti­co bri­tâ­ni­co de ori­gem liba­ne­sa Micha­el Atiyah. Ele rece­beu a Meda­lha Fields em 1966 prin­ci­pal­men­te por seu tra­ba­lho em topo­lo­gia. Jun­ta­men­te com Hir­ze­bru­ch, ele lan­çou as bases para a teoria‑K topo­ló­gi­ca, uma fer­ra­men­ta impor­tan­te na topo­lo­gia algé­bri­ca, que, infor­mal­men­te, des­cre­ve as manei­ras pelas quais os espa­ços podem ser tor­ci­dos. O seu resul­ta­do mais conhe­ci­do, o teo­re­ma do índi­ce Atiyah – Sin­ger, foi pro­va­do com Sin­ger em 1963 e é usa­do na con­ta­gem do núme­ro de solu­ções inde­pen­den­tes para equa­ções dife­ren­ci­ais. Alguns dos seus tra­ba­lhos mais recen­tes foram ins­pi­ra­dos pela físi­ca teó­ri­ca, em par­ti­cu­lar ins­tan­tons e mono­po­les, que são res­pon­sá­veis por algu­mas cor­rec­ções sub­tis na teo­ria quân­ti­ca de campos.

E nes­ta sema­na que pas­sou o Dro­ne Inge­nuity Mars da NASA é bem-suce­di­do no pri­mei­ro voo his­tó­ri­co. Na pas­sa­da segun­da-fei­ra, o Dro­ne tor­nou-se a pri­mei­ra aero­na­ve da his­tó­ria a fazer um voo moto­ri­za­do e con­tro­la­do nou­tro pla­ne­ta. A equi­pa Inge­nuity do Jet Pro­pul­si­on Labo­ra­tory da agên­cia no sul da Cali­fór­nia con­fir­mou o suces­so do voo após rece­ber dados do dro­ne via Per­se­ve­ran­ce Mars rover da NASA às 6:46 am EDT (3:46 am PDT). A demons­tra­ção de voo ini­ci­al do Inge­nuity foi autó­no­ma — pilo­ta­da por sis­te­mas de ori­en­ta­ção, nave­ga­ção e con­tro­le a bor­do, exe­cu­tan­do algo­rit­mos desen­vol­vi­dos pela equi­pa do JPL. Como os dados devem ser envi­a­dos e devol­vi­dos do Pla­ne­ta Ver­me­lho ao lon­go de cen­te­nas de milhões de qui­ló­me­tros usan­do saté­li­tes em órbi­ta e a Deep Spa­ce Network da NASA, o Inge­nuity não pode ser pilo­ta­do com um joys­tick e seu voo não foi obser­va­do da Ter­ra em tem­po real. Entre­tan­to o dro­ne já cum­priu com suces­so uma segun­da mis­são de voo.

Tam­bém esta sema­na foi lan­ça­da a nova ver­são do Sis­te­ma Ope­ra­ti­vo da Cano­ni­cal, o Ubun­tu 21.04. Este sis­te­ma baseia-se no ker­nel Linux e na dis­tro Debi­an. As gran­de novi­da­des des­ta ver­são são a inte­gra­ção nati­va com a AD e a cer­ti­fi­ca­ção do Micro­soft SQL Ser­ver para ser usa­do nes­ta dis­tri­bui­ção de Linux. Adi­ci­o­nal­men­te foram actu­a­li­za­dos os mais diver­sos paco­tes de soft­ware. Não foi incluí­do ain­da o GNOME 40 nem o GTK4 por­que estes são mui­to recen­tes e não foi pos­sí­vel na jane­la de tem­po inclui-los sem impac­to nas res­tan­tes apli­ca­ções. Esta ver­são inclui o Ker­nel Linux 5.11, um tema “dark” melho­ra­do, uti­li­za­ção do Way­land por omis­são e o Python 3.9.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos, pro­je­tos de maker assim como alguns vide­os inte­res­san­tes. É apre­sen­ta­da a revis­ta Hacks­pa­ce Maga­zi­ne nº43 de Maio.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.