Newsletter Nº302

Newsletter Nº302
News­let­ter Nº302

Faz hoje anos que nas­cia, em 1800, o inven­tor, mate­má­ti­co, quí­mi­co, físi­co, filó­lo­go e egip­tó­lo­go inglês Henry Fox Tal­bot. Ele inven­tou o pro­ces­so foto­grá­fi­co nega­ti­vo-posi­ti­vo. Ele melho­rou a des­co­ber­ta de Tho­mas Wedgwo­od (1802) de que esco­var uma solu­ção de nitra­to de pra­ta no papel pro­duz um meio sen­sí­vel à luz capaz de regis­tar ima­gens nega­ti­vas, mas Wed­gewo­od não foi capaz de con­tro­lar o escu­re­ci­men­to. Em Feve­rei­ro de 1835, Tal­bot des­co­briu que uma solu­ção for­te de sal fixa a ima­gem. Usan­do uma câma­ra obs­cu­ra para focar uma ima­gem no seu papel para pro­du­zir um nega­ti­vo, e ao expor uma segun­da folha de papel à luz do sol trans­mi­ti­da pelo nega­ti­vo — ele foi o pri­mei­ro a pro­du­zir uma ima­gem posi­ti­va da qual foi capaz de fazer mais cópi­as à von­ta­de. Seu Pen­cil of Natu­re (1844) foi o pri­mei­ro livro ilus­tra­do fotograficamente.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1839, o físi­co mate­má­ti­co e quí­mi­co nor­te-ame­ri­ca­no Josi­ah Wil­lard Gibbs. Ele ficou conhe­ci­do pelas suas con­tri­bui­ções à aná­li­se vec­to­ri­al e como um dos fun­da­do­res da físi­co-quí­mi­ca. Em 1863, ele rece­beu o pri­mei­ro dou­to­ra­men­to em enge­nha­ria da Uni­ver­si­da­de de Yale. O seu prin­ci­pal tra­ba­lho foi no desen­vol­vi­men­to da teo­ria ter­mo­di­nâ­mi­ca, que trou­xe a físi­co-quí­mi­ca de uma inves­ti­ga­ção empí­ri­ca para uma ciên­cia dedu­ti­va. Em 1873, ele publi­cou dois arti­gos sobre a natu­re­za fun­da­men­tal da entro­pia de um sis­te­ma, e esta­be­le­ceu a “super­fí­cie ter­mo­di­nâ­mi­ca”, um méto­do geo­mé­tri­co e grá­fi­co para a aná­li­se das pro­pri­e­da­des ter­mo­di­nâ­mi­cas das subs­tân­ci­as. O seu famo­so “On the Equi­li­brium of Homo­ge­ne­ous Subs­tan­ces”, publi­ca­do em 1876, esta­be­le­ceu o uso de “poten­ci­al quí­mi­co”, ago­ra um con­cei­to impor­tan­te em físico-química.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1847, o inven­tor nor­te-ame­ri­ca­no Tho­mas Edi­son. Ele deti­nha um recor­de mun­di­al de 1.093 paten­tes (incluin­do as deti­das em con­jun­to) e cri­ou o pri­mei­ro labo­ra­tó­rio de pes­qui­sa indus­tri­al do mun­do. Ele mos­trou des­de cedo uma curi­o­si­da­de por expli­ca­ções de como tudo fun­ci­o­na­va e esta­va espe­ci­al­men­te inte­res­sa­do em quí­mi­ca. Ele come­çou a ven­der jor­nais na fer­ro­via aos 12 anos e apren­deu a ope­rar um telé­gra­fo. Em 1868, sua pri­mei­ra inven­ção foi uma máqui­na eléc­tri­ca de regis­to de votos. Em 1869, ele fez melho­ri­as no tic­ker da bol­sa. Em 1876 ele mudou o seu labo­ra­tó­rio para Men­lo Park, N.J., onde inven­tou seu fonó­gra­fo (1877) e o pri­mei­ro pro­tó­ti­po de uma lâm­pa­da eléc­tri­ca incan­des­cen­te comer­ci­al­men­te prá­ti­ca (1879). Outras inven­ções incluí­ram bate­ri­as de arma­ze­na­men­to, um dita­fo­ne e um mimeó­gra­fo. No final da déca­da de 1880, ele fez fil­mes e, em 1912, esta­va a fazer expe­ri­ên­ci­as com fil­mes fala­dos. Edi­son desen­vol­veu ener­gia eléc­tri­ca a par­tir de esta­ções gera­do­ras cen­trais. Ele se tor­nou conhe­ci­do inter­na­ci­o­nal­men­te como “o Mági­co de Men­lo Park”.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1866, o quí­mi­co ale­mão Fritz Hof­mann. Ele poli­me­ri­zou o iso­pre­no para cri­ar bor­ra­cha sin­té­ti­ca (1909) enquan­to tra­ba­lha­va como quí­mi­co séni­or para o vorm Elber­fel­der Far­ben­fa­bri­ken. Fri­e­dr. Bayer & Co. O pro­ces­so rece­beu a pri­mei­ra paten­te mun­di­al para um “Méto­do para pro­du­zir bor­ra­cha sin­té­ti­ca” (núme­ro ale­mão 250690 em 12 de Setem­bro de 1909). Come­çou a resol­ver o pro­ble­ma do alto cus­to da bor­ra­cha natu­ral con­for­me a neces­si­da­de aumen­ta­va na era do trans­por­te moto­ri­za­do. Hof­mann seguiu a lide­ran­ça reve­la­da por Carl Die­tri­ch Har­ri­es, que em 1905 que­brou a bor­ra­cha natu­ral usan­do ozó­nio para reve­lar que ela era for­ma­da por lon­gas cadei­as nas quais cen­te­nas de molé­cu­las de iso­pre­no estão liga­das. Hof­mann tam­bém estu­dou a poli­me­ri­za­ção de buta­di­e­no e 2,3‑dimetil butadieno.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1898, o físi­co hún­ga­ro-ame­ri­ca­no Leo Szi­lard. Ele con­jun­ta­men­te com Enri­co Fer­mi, pro­jec­tou o pri­mei­ro reac­tor nucle­ar que sus­ten­tou a reac­ção nucle­ar em cadeia (2 de Dezem­bro de 1942). Em 1933, Szi­lard tro­cou a Ale­ma­nha nazi pela Ingla­ter­ra. No mes­mo ano, ele con­ce­beu a reac­ção em cadeia de neu­trões. Depois da mudan­ça para Nova Ior­que, em 1938, ele con­du­ziu expe­ri­ên­ci­as de fis­são na Uni­ver­si­da­de de Colum­bia. Cien­te do peri­go da fis­são nucle­ar nas mãos do gover­no ale­mão, ele per­su­a­diu Albert Eins­tein a escre­ver ao pre­si­den­te Roo­se­velt, instando‑o a enco­men­dar o desen­vol­vi­men­to ame­ri­ca­no de armas ató­mi­cas. Em 1943, o Major Gene­ral Les­lie Gro­ves, líder do Pro­jec­to Manhat­tan que pro­jec­tou a bom­ba ató­mi­ca, for­çou Szi­lard a ven­der seus direi­tos de paten­te de ener­gia ató­mi­ca ao gover­no dos Esta­dos Unidos.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1915, o cien­tis­ta da com­pu­ta­ção e mate­má­ti­co nor­te-ame­ri­ca­no Richard Ham­ming. Ele desen­vol­veu códi­gos de Ham­ming para com­pu­ta­do­res — códi­gos de detec­ção e cor­rec­ção de erros (1947). Eles adi­ci­o­nam um ou mais bits à trans­mis­são de blo­cos de dados, usa­dos para uma veri­fi­ca­ção de pari­da­de, para que os erros pos­sam ser detec­ta­dos e cor­ri­gi­dos auto­ma­ti­ca­men­te. Ao tor­nar des­ne­ces­sá­rio o reen­vio de dados com erros, a efi­ci­ên­cia melho­rou para modems, dis­cos com­pac­tos e comu­ni­ca­ções por saté­li­te. Ele tam­bém tra­ba­lhou em lin­gua­gens de pro­gra­ma­ção, aná­li­se numé­ri­ca e a jane­la espec­tral de Ham­ming (usa­da para sua­vi­zar dados antes da aná­li­se de Fou­ri­er ser rea­li­za­da). Ele ensi­nou na Uni­ver­si­da­de de Louis­vil­le, então duran­te a Segun­da Guer­ra Mun­di­al tra­ba­lhou (1945) em com­pu­ta­do­res com o Pro­jec­to Manhat­tan para a cri­a­ção da bom­ba atómica.

Nes­ta sema­na que pas­sou ficá­mos a saber que che­ga­ram à órbi­ta de Mar­te, não uma mas duas son­das. A pri­mei­ra que che­gou “Amal” que sig­ni­fi­ca espe­ran­ça em ára­be foi lan­ça­da à sete meses atrás e entrou no pas­sa­do dia 9 de Feve­rei­ro. Via­jan­do a cer­ca de 120.000 Km/h (em rela­ção ao Sol) a son­da pre­ci­sou de exe­cu­tar uma quei­ma duran­te 27 minu­tos para abran­dar a velo­ci­da­de. A mano­bra, rea­li­za­da por seis pro­pul­so­res da son­da, come­çou por vol­ta das 19:30 GST (15:30 GMT), com con­fir­ma­ção rece­bi­da na Ter­ra cer­ca de 11 minu­tos depois — sen­do o atra­so rela­ci­o­na­do com o tem­po que os sinais de rádio leva­ram para atra­ves­sar o 190 milhões de qui­ló­me­tros entre Mar­te e a Ter­ra. Esta son­da foi envi­a­da pelo Emi­ra­dos Ára­bes Uni­dos é con­si­de­ra­da um triun­fo para uma peque­na nação do gol­fo que ousou pen­sar, sete anos atrás, que pode­ria ins­pi­rar a pró­xi­ma gera­ção ao lan­çar a pri­mei­ra mis­são espa­ci­al inter­pla­ne­tá­ria árabe.

A segun­da son­da, a Tianwen‑1, foi lan­ça­da pela Chi­na em Julho do ano pas­sa­do, e che­gou à órbi­ta de Mar­te no pas­sa­do dia 10 de Feve­rei­ro. Os enge­nhei­ros pla­ne­a­ram uma quei­ma de 14 minu­tos no pro­pul­sor de 3.000 new­tons do orbi­ta­dor, com a expec­ta­ti­va de que isso redu­zi­ria sua velo­ci­da­de de 23 km/s o sufi­ci­en­te para per­mi­tir a cap­tu­ra da son­da pela gra­vi­da­de de Mar­te. Esta son­da tem cer­ca de 5 tone­la­das e é com­pos­ta por por um orbi­ta­dor e por um rover solar. A ideia é lar­ga o rover solar de cer­ca de 250 Kg numa região cha­ma­da Uto­pia Pla­ni­tia, uma cra­te­ra gigan­te de 3300 km de diâ­me­tro na super­fí­cie de Marte.

Para con­cluir, ain­da é espe­ra­do que che­gue mais uma son­da a Mar­te ain­da este mês. Esta pla­ne­a­do para a pró­xi­ma sema­na che­gar a son­da Per­se­ve­ran­ce da NASA.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos assim como pro­je­tos de maker. É apre­sen­ta­da a revis­ta newe­lec­tro­nics de 9 de Fevereiro.

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