Newsletter Nº297

Newsletter Nº297
News­let­ter Nº297

Faz hoje anos que nas­cia, em 1794, o quí­mi­co ale­mão Eilhard Mits­cher­li­ch. Ele foi res­pon­sá­vel por ter difun­di­do o prin­cí­pio do iso­mor­fis­mo, após no iní­cio da sua car­rei­ra (por vol­ta de 1820) des­co­briu a impor­tân­cia da seme­lhan­ça da for­ma cris­ta­li­na entre os com­pos­tos quí­mi­cos. Ele come­çou a sua edu­ca­ção estu­dan­do medi­ci­na, mas o seu inte­res­se mudou para a quí­mi­ca e, em par­ti­cu­lar, a cris­ta­lo­gra­fia. Ele tra­ba­lhou no labo­ra­tó­rio de Ber­ze­lius (1820–22). Mits­cher­li­ch desen­vol­veu ain­da mais a sua teo­ria do iso­mor­fis­mo. Em 1834, ele des­ti­lou a seco o sal de cál­cio do áci­do ben­zói­co para obter ben­ze­no, entre outras pes­qui­sas notá­veis sobre os deri­va­dos do ben­ze­no. Seguin­do um inte­res­se em geo­lo­gia e mine­ra­lo­gia, ele pro­du­ziu mine­rais arti­fi­ci­ais. A indús­tria ale­mã de celu­lo­se cres­ceu a par­tir do pro­ces­so Mits­cher­li­ch para extrair celu­lo­se da madeira.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1827, o topó­gra­fo e enge­nhei­ro esco­cês Sand­ford Fle­ming. Ele emi­grou aos 17 anos para Que­bec, Cana­dá, em 24 de Abril de 1845, como agri­men­sor. Mais tar­de, ele tor­nou-se um dos mais impor­tan­tes enge­nhei­ros fer­ro­viá­ri­os do seu tem­po. Enquan­to era res­pon­sá­vel pelo levan­ta­men­to ini­ci­al da Cana­di­an Paci­fic Railway, a pri­mei­ra fer­ro­via cana­di­a­na a cru­zar o con­ti­nen­te, ele per­ce­beu os pro­ble­mas de coor­de­nar uma fer­ro­via tão lon­ga. Isso o levou à ideia de fusos horá­ri­os, cuja con­tri­bui­ção para a adop­ção do actu­al sis­te­ma de fusos horá­ri­os lhe ren­deu o títu­lo de “Pai do Horá­rio Padrão”. Fle­ming tam­bém dese­nhou o pri­mei­ro selo pos­tal cana­di­a­no. Lan­ça­do em 1851, cus­ta­va três cen­ta­vos e repre­sen­ta­va o cas­tor, ago­ra o ani­mal naci­o­nal do Canadá.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1871, o mate­má­ti­co fran­cês Émi­le Borel. Ele, jun­ta­men­te com René Bai­re e Hen­ri Lebes­gue, este­ve entre os pio­nei­ros da teo­ria da medi­da e sua apli­ca­ção à teo­ria da pro­ba­bi­li­da­de. Num de seus livros sobre pro­ba­bi­li­da­de, ele propôs a expe­ri­ên­cia de pen­sa­men­to de que um maca­co car­re­gan­do em teclas ao aca­so numa máqui­na de escre­ver irá — com cer­te­za abso­lu­ta — escre­ver todos os livros da Bibli­othè­que nati­o­na­le de Fran­ce (Bibli­o­te­ca Naci­o­nal) da Fran­ça. Isto ago­ra é popu­lar­men­te conhe­ci­do como teo­re­ma do maca­co infi­ni­to. Ele foi o pri­mei­ro a desen­vol­ver (1899) uma teo­ria sis­te­má­ti­ca para uma série diver­gen­te. Ele tam­bém publi­cou (1921–27) uma série de arti­gos de pes­qui­sa sobre a teo­ria dos jogos e se tor­nou o pri­mei­ro a defi­nir jogos de estratégia.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1920, o indus­tri­al e inven­tor bri­tâ­ni­co Alas­tair Pil­king­ton. Ele inven­tou o pro­ces­so de vidro cris­tal “flo­at”, prá­ti­co para a indús­tria, que subs­ti­tuiu o anti­go méto­do de fabri­ca­ção de vidro pla­no. Ele desen­vol­veu a sua ideia em mea­dos da déca­da de 1950 e a anun­ci­ou ao públi­co em 1959. Demo­rou três anos a mais para atin­gir uma pro­du­ção con­sis­ten­te e lucra­ti­va. Em 1962, o pro­ces­so foi licen­ci­a­do para uso nos EUA, segui­do em bre­ve pelo res­to do mun­do. O vidro pla­no com super­fí­ci­es para­le­las e bri­lhan­tes era fabri­ca­do a par­tir de uma fita con­tí­nua de vidro der­re­ti­do sain­do do for­no e flu­tu­an­do numa lon­ga cama­da de esta­nho der­re­ti­do. Nes­ta mesa, o vidro per­ma­ne­cia quen­te por tem­po sufi­ci­en­te para que as irre­gu­la­ri­da­des se ali­sas­sem, dis­pen­san­do a neces­si­da­de de poli­men­to posterior.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1941, o quí­mi­co bri­tâ­ni­co John E. Wal­ker. Ele par­ti­lhou o Pré­mio Nobel de Quí­mi­ca em 1997 pelo seu tra­ba­lho pio­nei­ro sobre como a enzi­ma ATP sin­ta­se cata­li­sa a for­ma­ção do com­pos­to de ade­no­si­na tri­fos­fa­to de “alta ener­gia” (ATP). Estas molé­cu­las de ATP fun­ci­o­nam como por­ta­do­ras de ener­gia em todos os orga­nis­mos vivos, sejam bac­té­ri­as sim­ples, fun­gos ou plan­tas, ou ain­da em ani­mais supe­ri­o­res e huma­nos. O ATP absor­ve a ener­gia quí­mi­ca liber­ta­da quan­do os nutri­en­tes são meta­bo­li­za­dos e trans­por­ta essa ener­gia para as vári­as reac­ções que reque­rem ener­gia. Estas reac­ções inclu­em a cons­tru­ção de célu­las, a con­trac­ção das fibras mus­cu­la­res ou sinais nervosos.

E nes­ta pri­mei­ra sema­na de 2021 fica­mos a saber os tra­ba­lhos para a liga­ção via cabo sub­ma­ri­no da Ella­Link entre a Amé­ri­ca do Sul e Por­tu­gal foram con­cluí­dos. O cabo de fibra ópti­ca de últi­ma gera­ção que liga Por­tu­gal à Amé­ri­ca Lati­na já che­gou a Sines. O sis­te­ma deve­rá estar total­men­te ope­ra­ci­o­nal no segun­do tri­mes­tre de 2021, tor­nan­do Por­tu­gal a nova por­ta de aces­so à Euro­pa para um nível de conec­ti­vi­da­de inter­na­ci­o­nal sem pre­ce­den­tes. Ao cri­ar a rota direc­ta mais cur­ta entre a Euro­pa e a Amé­ri­ca Lati­na, evi­tan­do a pas­sa­gem por paí­ses ter­cei­ros, a Ella­Link reduz a latên­cia em 50% em rela­ção à infra­es­tru­tu­ra actu­al, atin­gin­do um valor real infe­ri­or a 60ms entre Por­tu­gal e o Brasil.

Tam­bém nes­ta sema­na um estu­do reve­lou que os 28 dias mais rápi­dos (cur­tos) de que há regis­to des­de 1960 ocor­re­ram todos em 2020. Isto sig­ni­fi­ca que a Ter­ra está a girar a um velo­ci­da­de supe­ri­or ao nor­mal. Se esta cir­cuns­tân­cia não é alar­man­te, por­que o pla­ne­ta, devi­do a diver­sos fenó­me­nos físi­cos, varia ligei­ra­men­te o tem­po total de rota­ção, é no entan­to uma pre­o­cu­pa­ção para o ali­nha­men­to com os sis­te­mas de manu­ten­ção de tem­po que se basei­am nos sis­te­mas que usam os ultra-pre­ci­sos reló­gi­os ató­mi­cos. Até ago­ra, estes ajus­tes con­sis­ti­am em adi­ci­o­nar um “segun­do de sal­to” ao ano no final de Junho ou Dezem­bro, colo­can­do o tem­po astro­nó­mi­co e o tem­po ató­mi­co de vol­ta à sin­to­nia. Esses segun­dos de sal­to foram acres­cen­ta­dos por­que a ten­dên­cia geral da rota­ção da Ter­ra tem dimi­nuí­do des­de o iní­cio da medi­ção pre­ci­sa dos saté­li­tes no final dos anos 1960 e iní­cio dos anos 1970. Des­de 1972, os cien­tis­tas adi­ci­o­na­ram segun­dos de sal­to a cada ano e meio, em média, de acor­do com o NIST. A últi­ma adi­ção foi em 2016, quan­do na vés­pe­ra de Ano Novo às 23 horas, 59 minu­tos e 59 segun­dos, um “segun­do de sal­to” extra foi adi­ci­o­na­do. No entan­to, de acor­do com a Time and Date, a recen­te ace­le­ra­ção na rota­ção da Ter­ra fez com que os cien­tis­tas falas­sem pela pri­mei­ra vez sobre um segun­do de sal­to nega­ti­vo. Em vez de adi­ci­o­nar um segun­do, eles podem pre­ci­sar de sub­trair um. Isto por­que a dura­ção média de um dia é de 86.400 segun­dos, mas um dia astro­nó­mi­co em 2021 será 0,05 milis­se­gun­dos mais cur­to, em média. Ao lon­go do ano, isso repre­sen­ta­rá um atra­so de 19 milis­se­gun­dos no tem­po atómico.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos assim como pro­je­tos de maker.
Apro­vei­to para dese­jar a todos um exce­len­te 2021.

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