Newsletter Nº292

Newsletter Nº292
News­let­ter Nº292

Faz hoje anos que nas­cia, em 1616, o mate­má­ti­co inglês John Wal­lis. Ele foi res­pon­sá­vel pela intro­du­ção do sím­bo­lo de infi­ni­to na mate­má­ti­ca. Wal­lis era habi­li­do­so em crip­to­gra­fia e des­co­di­fi­ca­va men­sa­gens monár­qui­cos para os par­la­men­ta­res duran­te a Guer­ra Civil. Pos­te­ri­or­men­te, ele foi nome­a­do para a Cadei­ra de Geo­me­tria Sal­va­dor em Oxford em 1649, uma posi­ção que ocu­pou até sua mor­te mais de 50 anos depois. Wal­lis fazia par­te de um gru­po inte­res­sa­do em ciên­cia natu­ral e expe­ri­men­tal que se tor­nou a Royal Soci­ety, então Wal­lis é um mem­bro fun­da­dor da Royal Soci­ety e um de seus pri­mei­ros Fel­lows. Wal­lis con­tri­buiu subs­tan­ci­al­men­te para as ori­gens do cál­cu­lo e foi o mate­má­ti­co inglês mais influ­en­te antes de Newton.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1753, o inven­tor bri­tâ­ni­co Samu­el Cromp­ton. Ele, duran­te a Revo­lu­ção Indus­tri­al, cri­ou a “mula gira­tó­ria”. O fio con­tí­nuo, for­te e fino que foi capaz de girar foi um bene­fí­cio para os fabri­can­tes de teci­do de algo­dão. Era cha­ma­do de “mula” por­que era um híbri­do das idei­as de Richard Ark­wright e James Har­gre­a­ves. A fia­ção tinha che­ga­do à mai­o­ri­da­de des­de a ocu­pa­ção domés­ti­ca até a pro­du­ção da fábrica.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1877, o inven­tor e pio­nei­ro da avi­a­ção neo­ze­lan­dês Richard Pear­se. Aos 21 anos, cons­truiu uma ofi­ci­na com uma for­ja e um tor­no para se tor­nar num inven­tor. A sua pri­mei­ra paten­te foi um tipo de bici­cle­ta. Em 1902, Pear­se pro­va­vel­men­te tinha cons­truí­do um motor leve de dois cilin­dros e pri­mei­ro avião a par­tir de bam­bu, aço tubu­lar, ara­me e tela. Os rela­tos das datas e deta­lhes de seus voos vari­am por­que não foram docu­men­ta­dos, mas acre­di­ta-se que a 31 de Mar­ço de 1903 ele fez pelo menos uma des­co­la­gem pro­pul­si­o­na­da, embo­ra não um voo con­tro­la­do e sus­ten­ta­do, cobrin­do tal­vez 350 metros antes de bater numa cer­ca alta. (Seria a quin­ta des­co­la­gem bem suce­di­da no mun­do.) Ele fez outras inven­ções em sua vida.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1886, o fisi­co sue­co Man­ne Sieg­bahn. Ele rece­beu o Pré­mio Nobel de Físi­ca em 1924 pelas suas des­co­ber­tas e inves­ti­ga­ções em espec­tros­co­pia de raios‑X. Em 1914 ele come­çou os seus estu­dos na nova ciên­cia da espec­tros­co­pia de raios‑X que já tinha esta­be­le­ci­do a par­tir de espec­tros de raios‑X que exis­ti­am duas ‘con­chas’ dis­tin­tas de elec­trões den­tro dos áto­mos, cada uma dan­do ori­gem a gru­pos de linhas espec­trais, rotu­la­dos de ‘K’ e ‘L’. Em 1916, Sieg­bahn des­co­briu uma ter­cei­ra série, ou “M”. (Mais foram encon­tra­dos mais tar­de em ele­men­tos mais pesa­dos.) Refi­nan­do o seu equi­pa­men­to de raio‑X e téc­ni­ca, ele foi capaz de aumen­tar sig­ni­fi­ca­ti­va­men­te a pre­ci­são de suas deter­mi­na­ções de linhas espec­trais. Isto per­mi­tiu que ele fizes­se cor­rec­ções na equa­ção de Bragg para difrac­ção de raios‑X para per­mi­tir os deta­lhes mais finos da difrac­ção de cristal.

Faz igual­men­te hoje anos que nas­cia, em 1924, o cien­tis­ta da com­pu­ta­ção nor­te-ame­ri­ca­no John Bac­kus. Ele foi res­pon­sá­vel pela inven­ção da lin­gua­gem de pro­gra­ma­ção FORTRAN (FOR­mu­la TRANs­la­ti­on) em mea­dos da déca­da de 1950. Ele já tinha desen­vol­vi­do uma lin­gua­gem assem­bly para o com­pu­ta­dor 701 da IBM quan­do suge­riu o desen­vol­vi­men­to de um com­pi­la­dor e lin­gua­gem de mais alto nível para o IBM 704. Como a pri­mei­ra lin­gua­gem de pro­gra­ma­ção de com­pu­ta­dor de alto nível, o FORTRAN foi capaz de con­ver­ter fór­mu­las e expres­sões mate­má­ti­cas padrão no códi­go biná­rio usa­do pelos com­pu­ta­do­res. Assim, um não-espe­ci­a­lis­ta pode­ria escre­ver um pro­gra­ma em pala­vras e sím­bo­los fami­li­a­res, e dife­ren­tes com­pu­ta­do­res pode­ri­am usar pro­gra­mas gera­dos na mes­ma lín­gua. Isto abriu cami­nho para outras lin­gua­gens de com­pu­ta­dor, como o COBOL, o ALGOL e o BASIC.

Faz tam­bém hoje anos que nas­cia, em 1933, o quí­mi­co holan­dês Paul J. Crut­zen. Ele rece­beu o Pré­mio Nobel da Quí­mi­ca de 1995 por demons­trar, em 1970, que com­pos­tos quí­mi­cos de óxi­do de nitro­gé­nio ace­le­ram a des­trui­ção do ozo­no estra­tos­fé­ri­co, que pro­te­ge a Ter­ra da radi­a­ção ultra­vi­o­le­ta do Sol. O seu tra­ba­lho, publi­ca­do em 1970, mos­trou que os óxi­dos de nitro­gé­nio NO e NO2 rea­gem de for­ma cata­lí­ti­ca com ozo­no, ace­le­ran­do assim a taxa de que­bra de ozo­no para O2 na estra­tos­fe­ra. Estes óxi­dos de nitro­gé­nio são for­ma­dos prin­ci­pal­men­te pela decom­po­si­ção do óxi­do nitro­so (N2O) que se ori­gi­na de trans­for­ma­ções micro­bi­o­ló­gi­cas no solo. Ele divi­diu o pré­mio com os quí­mi­cos Mario Moli­na e F.Sherwood Rowland, que des­co­bri­ram em 1974 que gases fabri­ca­dos clo­ro­flu­or­car­bo­ne­tos (CFC) tam­bém con­tri­buíam para o esgo­ta­men­to do ozono.

Por fim, faz hoje anos que nas­cia, em 1942, o cera­mis­ta nor­te-ame­ri­ca­no Peter C. Schultz. Ele, tra­ba­lhan­do com os inves­ti­ga­do­res da Cor­ning Glass Robert Mau­rer e Donald Keck, desen­vol­veu a fibra ópti­ca, capaz de trans­por­tar 65.000 vezes mais infor­ma­ções do que o fio de cobre con­ven­ci­o­nal, uma rea­li­da­de prá­ti­ca. Em 1970, Mau­rer, Keck e Schultz pro­jec­ta­ram e pro­du­zi­ram a pri­mei­ra fibra ópti­ca com per­das ópti­cas bai­xas o sufi­ci­en­te para amplo uso em tele­co­mu­ni­ca­ções. A fibra ópti­ca é fei­ta de dió­xi­do de silí­cio (areia pura) e pó de quart­zo para fazer uma has­te oca. Um gás aque­ci­do é então sopra­do atra­vés da has­te oca para dei­xar um fino depó­si­to de vidro ultra-puro no inte­ri­or da has­te. O tubo é então aque­ci­do e colap­sa­do numa has­te sóli­da com núcleo de vidro ultra-puro. Estas “has­tes” de vidro são mais finas que um cabe­lo e podem dobrar, elas são mui­to resistentes.

Faz hoje 110 anos que as luzes de Néon desen­vol­vi­das pelo físi­co fran­cês Geor­ges Clau­de, fize­ram a sua estreia públi­ca no Paris Motor Show. A luz colo­ri­da é pro­du­zi­da atra­vés da pas­sa­gem da cor­ren­te eléc­tri­ca atra­vés de gases iner­tes num tubo de vácuo. Este efei­to foi pro­du­zi­do após déca­das de expe­ri­ên­ci­as para cri­ar uma alter­na­ti­va prá­ti­ca à ilu­mi­na­ção incan­des­cen­te. A sina­li­za­ção de néon che­gou à Amé­ri­ca quan­do Ear­le C.Anthony com­prou dois car­ta­zes por US$ 2.400 em Paris e as ins­ta­lou na sua con­ces­si­o­ná­ria Pac­kard em Los Ange­les. O gás néon bri­lha um ver­me­lho-laran­ja arden­te; árgon é lavan­da macia; gás árgon melho­ra­do com mer­cú­rio é azul bri­lhan­te. Mais de 150 cores podem ser alcan­ça­das com­bi­nan­do dife­ren­tes gases (incluin­do críp­ton, xénon e hélio) e fós­fo­ros que reves­tem o inte­ri­or do tubo de vidro.

Nes­ta sema­na que pas­sou o Teles­có­pio do Obser­va­tó­rio de Are­ci­bo em Por­to Rico entra em colap­so meses após cabos que­bra­rem. O enor­me e já dani­fi­ca­do radi­o­te­les­có­pio Are­ci­bo entrou em colap­so com­ple­ta­men­te depois da sua pla­ta­for­ma recep­to­ra de 900 tone­la­das cair sobre o pra­to do reflec­tor abai­xo. O teles­có­pio desem­pe­nhou um papel fun­da­men­tal em des­co­ber­tas astro­nó­mi­cas por mais de meio sécu­lo e entrou na cul­tu­ra popu­lar com apa­ri­ções em fil­mes de Hollywo­od como Gol­de­nEye e Con­tact. A Fun­da­ção Naci­o­nal de Ciên­cia dos EUA (NSF) já tinha anun­ci­a­do ante­ri­or­men­te que o Obser­va­tó­rio de Are­ci­bo seria fechado.

Tam­bém nes­ta sema­na que pas­sou a son­da Chang’e‑5, lan­ça­da na pas­sa­da sema­na, com­ple­ta a reco­lha de amos­tras da super­fí­cie Lunar, onde ater­rou com suces­so. As amos­tras foram emba­la­das e arma­ze­na­das no dis­po­si­ti­vo de arma­ze­na­men­to. Pos­te­ri­or­men­te a son­da já saiu da super­fí­cie lunar estan­do nes­te momen­to a cami­nho da Ter­ra. Pas­sa­ram mais de 40 anos des­de que amos­tras luna­res foram tra­zi­das pela últi­ma vez de vol­ta à Terra.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sas noti­ci­as, arti­gos cien­tí­fi­cos assim como pro­je­tos de maker. É apre­sen­ta­do o livro The Offi­ci­al Rasp­ber­ry Pi Hand­bo­ok 2021.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.