Newsletter Nº187

Newsletter Nº187
News­let­ter Nº187

Faz hoje anos que nas­cia, em 1803, Chris­ti­an Dop­pler. Este físi­co aus­tría­co des­cre­veu pela pri­mei­ra vez como a frequên­cia obser­va­da de luz e ondas sono­ras é afe­ta­da pelo movi­men­to rela­ti­vo da fon­te e do detec­tor, conhe­ci­do como efei­to Dop­pler. Em 1845, para tes­tar sua hipó­te­se, Dop­pler usou dois con­jun­tos de trom­pe­tis­tas: um con­jun­to esta­ci­o­ná­rio numa com­po­si­ção de com­boio e um con­jun­to em movi­men­to num vagão aber­to, todos com a mes­ma nota. Quan­do o com­boio pas­sou pela esta­ção, era óbvio que a frequên­cia das notas dos dois gru­pos não cor­res­pon­dia. As ondas sono­ras teri­am uma frequên­cia mais alta se a fon­te esti­ves­se se moves­se em direc­ção ao obser­va­dor e uma frequên­cia menor se a fon­te esti­ves­se a afas­tar-se do obser­va­dor. Edwin Hub­ble usou o efei­to Dop­pler da luz de estre­las dis­tan­tes para deter­mi­nar que o uni­ver­so está a expandir-se.

Faz tam­bém anos hoje que nas­cia, em 1849, John Ambro­se Fle­ming. Este enge­nhei­ro inglês fez inú­me­ras con­tri­bui­ções para ele­tró­ni­ca, foto­me­tria, medi­ções eléc­tri­cas e tele­gra­fia sem fio. Em 1904, ele des­co­briu o efei­to de uma cor­ren­te direc­ci­o­nal entre um eléc­tro­do posi­ti­va­men­te pola­ri­za­do, que ele cha­mou de âno­do, e o fila­men­to aque­ci­do num tubo de vidro em vácuo; os elec­trões fluí­ram ape­nas do fila­men­to para o âno­do. Fle­ming cha­mou o dis­po­si­ti­vo de dío­do por­que con­ti­nha dois eléc­tro­dos, o âno­do e o fila­men­to aque­ci­do. Ele notou que quan­do uma cor­ren­te alter­na era apli­ca­da, ape­nas as meta­des posi­ti­vas das ondas eram pas­sa­das — isto é, a onda era rec­ti­fi­ca­da (de AC para DC). Tam­bém era pos­sí­vel usar uma onda de frequên­cia de rádio e pro­du­zir cor­ren­te DC cor­res­pon­den­te ao ligar e des­li­gar os sinais trans­mi­ti­dos pelo códi­go Morse.

Faz igual­men­te anos hoje que nas­cia, em 1874, Antó­nio Egas Moniz. Este médi­co neu­ro­lo­gis­ta Por­tu­guês foi o fun­da­dor da neu­ro­ci­rur­gia moder­na. Na déca­da de 1920, ele foi pio­nei­ro na téc­ni­ca da angi­o­gra­fia cere­bral, per­mi­tin­do o exa­me de rai­os X das arté­ri­as no cére­bro. Na déca­da de 1930, ele desen­vol­veu a for­ma ori­gi­nal de leu­co­to­mia pré-fron­tal (lobo­to­mia), uma ope­ra­ção para ali­vi­ar sin­to­mas gra­ves de doen­ça psi­quiá­tri­ca. A ope­ra­ção con­sis­tia em inse­rir uma faca afi­a­da no lobo pré-fron­tal do cére­bro, apro­xi­ma­da­men­te a área aci­ma e entre os olhos; exi­gia o míni­mo de equi­pa­men­to e dura­va menos de cin­co minu­tos. Devi­do a este desen­vol­vi­men­to, ele foi pre­mi­a­do com o Pré­mio Nobel de Fisi­o­lo­gia ou Medi­ci­na de 1949 con­jun­ta­men­te com Wal­ter Hess.

Por fim, faz anos hoje que nas­cia, em 1959, Richard Ewen Bor­cherds. Este mate­má­ti­co bri­tâ­ni­co ganhou a Meda­lha Fields em 1998 pelo seu tra­ba­lho nos cam­pos de álge­bra e geo­me­tria, em par­ti­cu­lar pela sua pro­va da cha­ma­da con­jec­tu­ra de Moonshi­ne. Esta con­jec­tu­ra foi for­mu­la­da no final dos anos 70 pelos mate­má­ti­cos bri­tâ­ni­cos John Conway e Simon Nor­ton e apre­sen­ta duas estru­tu­ras mate­má­ti­cas numa rela­ção tão ines­pe­ra­da que os espe­ci­a­lis­tas lhe deram o nome de “Moonshi­ne”. Em 1989, Bor­cherds foi capaz de lan­çar um pou­co mais de luz sobre o con­tex­to mate­má­ti­co des­te tópi­co e pro­du­zir uma pro­va para a con­jec­tu­ra. A con­jec­tu­ra Moonshi­ne for­ne­ce uma inter-rela­ção entre o cha­ma­do “gru­po de mons­tros” e fun­ções elípticas.

Esta sema­na ficá­mos a saber que a son­da Insight da NASA depois de ater­rar envi­ou sinais para a Ter­ra, indi­can­do que seus pai­néis sola­res estão aber­tos e a rece­ber luz solar na super­fí­cie de Mar­te. A son­da Mars Odys­sey da NASA retrans­mi­tiu os sinais, que foram rece­bi­dos na Ter­ra por vol­ta das 17h30. PST (20h30 EST). A implan­ta­ção de pai­néis sola­res garan­te que a son­da pos­sa recar­re­gar suas bate­ri­as todos os dias. A Odys­sey tam­bém trans­mi­tiu um par de ima­gens mos­tran­do o local de pou­so da InSight. Os pai­néis sola­res géme­os da InSight têm 2,2 metros de lar­gu­ra cada; quan­do estão aber­tos, a super­fí­cie intei­ra é do tama­nho de um car­ro da déca­da de 1960. Mar­te tem luz solar mais fra­ca do que a Ter­ra por­que está mui­to mais dis­tan­te do Sol. Mas a son­da não pre­ci­sa de mui­to para ope­rar: os pai­néis for­ne­cem 600 a 700 watts num dia cla­ro, o sufi­ci­en­te para ali­men­tar um liqui­di­fi­ca­dor domés­ti­co e mui­to para man­ter seus ins­tru­men­tos con­du­zin­do ciên­cia no Pla­ne­ta Ver­me­lho. Mes­mo quan­do a poei­ra cobre os pai­néis — o que pro­va­vel­men­te é uma ocor­rên­cia comum em Mar­te — eles devem ser capa­zes de for­ne­cer pelo menos 200 a 300 watts.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sos pro­je­tos de maker. São apre­sen­ta­das as revs­tas Mag­PI 76, a newe­lec­tro­nics de 27 Novem­bro 2018, a His­pa­Brick Nº31 e a HackS­pa­ce Nº13 de Dezembro.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.