Newsletter Nº162

Newsletter Nº162
News­let­ter Nº162

Faz hoje anos que nas­cia, em 1862, Phi­lipp Lenard. Este físi­co hún­ga­ro-ale­mão rece­beu o Pré­mio Nobel de Físi­ca de 1905 pela sua pes­qui­sa sobre rai­os cató­di­cos. Ele des­co­briu que eles pode­ri­am dei­xar um tubo de rai­os cató­di­cos, pene­trar em finas cha­pas metá­li­cas e per­cor­rer uma peque­na dis­tân­cia no ar, que se tor­na­ria con­du­tor. Em 1902, ele obser­vou que um elec­trão livre (como num raio cató­di­co) deve­ria ter pelo menos uma cer­ta ener­gia para ioni­zar um gás, der­ru­ban­do um elec­trão liga­do de um áto­mo. A sua esti­ma­ti­va da ener­gia de ioni­za­ção neces­sá­ria para o hidro­gé­nio foi nota­vel­men­te pre­ci­sa. Tam­bém em 1902, ele mos­trou que o efei­to foto­e­léc­tri­co pro­duz os mes­mos elec­trões encon­tra­dos nos rai­os cató­di­cos, que os foto-elec­trões não são ape­nas desa­lo­ja­dos da super­fí­cie do metal, mas ejec­ta­dos com uma cer­ta quan­ti­da­de de energia.

Faz tam­bém anos hoje que nas­cia, em 1868, John Sealy Town­send. Este físi­co bri­tâ­ni­co foi pio­nei­ro no estu­do da con­du­ção eléc­tri­ca em gases. Em 1898 ele fez a pri­mei­ra medi­ção dire­ta da car­ga eléc­tri­ca da uni­da­de (e). Como pós-gra­du­a­do, ele era um estu­dan­te de pes­qui­sa de J.J. Thom­son. Em 1897, Town­send desen­vol­veu o méto­do drop-drop para medir e, usan­do nuvens satu­ra­das de gotí­cu­las de água car­re­ga­das (esten­di­das pelo méto­do alta­men­te pre­ci­so da gota de óleo de Robert Mil­li­kan). Ele foi o pri­mei­ro a expli­car como as des­car­gas eléc­tri­cas pas­sam pelos gases (Elec­tri­city in Gases, 1915), pelo que o movi­men­to de elec­trões num cam­po eléc­tri­co liber­ta mais elec­trões por coli­são. Estes, por sua vez, coli­dem liber­tan­do ain­da mais elec­trões numa mul­ti­pli­ca­ção de car­gas conhe­ci­da como uma avalanche.

Faz igual­men­te anos hoje que nas­cia, em 1877, Char­les Glo­ver Bar­kla. Este físi­co inglês rece­beu o Pré­mio Nobel da Físi­ca em 1917 pelo seu tra­ba­lho na dis­per­são de raios‑X. Esta téc­ni­ca é apli­ca­da à inves­ti­ga­ção de estru­tu­ras ató­mi­cas, estu­dan­do como os rai­os X pas­sam atra­vés de um mate­ri­al e são des­vi­a­dos pelos elec­trões ató­mi­cos. Em 1903, ele mos­trou que a dis­per­são dos rai­os X pelos gases depen­de do peso mole­cu­lar do gás. As suas expe­ri­ên­ci­as sobre a pola­ri­za­ção de raios‑x (1904) e a direc­ção do espa­lha­men­to de um fei­xe de raios‑x (1907) mos­tra­ram que os rai­os X são radi­a­ção elec­tro­mag­né­ti­ca como a luz (enquan­to, na épo­ca, Wil­li­am Henry Bragg afir­ma­va que Os rai­os X eram par­tí­cu­las.) Bar­kla des­co­briu ain­da que cada ele­men­to tem seu pró­prio espec­tro de rai­os X característico.

Por fim, faz anos hoje que nas­cia, em 1896, Robert San­der­son Mul­li­ken. Este quí­mi­co e físi­co rece­beu o Pré­mio Nobel de Quí­mi­ca de 1966 pelo “tra­ba­lho fun­da­men­tal sobre liga­ções quí­mi­cas e estru­tu­ra elec­tró­ni­ca de molé­cu­las”. Em 1922, ele suge­riu pela pri­mei­ra vez um méto­do de sepa­ra­ção de isó­to­pos por cen­tri­fu­ga­ção por eva­po­ra­ção. Pos­te­ri­or­men­te, a mai­or par­te de sua car­rei­ra de pes­qui­sa foi dedi­ca­da à inter­pre­ta­ção dos espec­tros mole­cu­la­res e com a apli­ca­ção da teo­ria quân­ti­ca aos esta­dos elec­tró­ni­cos das molé­cu­las. Com Fri­e­dri­ch Hund, ele desen­vol­veu a teo­ria mole­cu­lar-orbi­tal da liga­ção quí­mi­ca, base­a­da na ideia de que orbi­tais ató­mi­cos de áto­mos iso­la­dos tor­nam-se orbi­tais mole­cu­la­res, esten­den­do-se por dois ou mais áto­mos na molé­cu­la. Ele tam­bém fez impor­tan­tes con­tri­bui­ções para a teo­ria e inter­pre­ta­ção de espec­tros moleculares.

Nes­ta sema­na que pas­sou ficá­mos a saber que a Micro­soft afun­da cen­tro de dados no mar, em Ork­ney para inves­ti­gar se pode aumen­tar a efi­ci­ên­cia ener­gé­ti­ca. O data cen­ter, um cilin­dro bran­co con­ten­do com­pu­ta­do­res, pode ficar no fun­do do mar por até cin­co anos. Um cabo sub­ma­ri­no leva a ener­gia para o data cen­ter e leva seus dados para a cos­ta e para a Inter­net — no entan­to se hou­ver ava­ri­as nos equi­pa­men­tos elas não pode­rão ser repa­ra­das. Ork­ney foi esco­lhi­do por­que é um gran­de cen­tro de pes­qui­sa em ener­gia renovável.

Tam­bém esta sema­na, Linus Tor­valds anun­ci­ou o lan­ça­men­to do Linux 4.17. O lan­ça­men­to vem alguns meses após a pri­mei­ra rele­a­se can­di­da­te, e na sua men­sa­gem Tor­valds tam­bém fala sobre a ver­são 5.0 do ker­nel do Linux. Ten­do dito ante­ri­or­men­te que o ker­nel Linux v5.0 “seria sem sen­ti­do”, ele dis­se que este pró­xi­mo gran­de mar­co numé­ri­co virá em tor­no “no futu­ro não mui­to dis­tan­te”. Por enquan­to, porém, é a ver­são 4.17 — ou Mer­ci­less Moray.

Ain­da esta sema­na a NASA anun­ci­ou ter encon­tra­do mate­ri­al orgâ­ni­co anti­go, meta­no mis­te­ri­o­so em Mar­te. O rover Curi­o­sity da NASA encon­trou novas evi­dên­ci­as pre­ser­va­das em rochas em Mar­te que suge­rem que o pla­ne­ta pode­ria ter sus­ten­ta­do a vida anti­ga, bem como novas evi­dên­ci­as na atmos­fe­ra mar­ci­a­na que se rela­ci­o­nam com a bus­ca pela vida actu­al no Pla­ne­ta Ver­me­lho. Embo­ra não sejam neces­sa­ri­a­men­te evi­dên­ci­as da pró­pria vida, essas des­co­ber­tas são um bom sinal para futu­ras mis­sões para explo­rar a super­fí­cie e a sub-super­fí­cie do pla­ne­ta. As novas des­co­ber­tas — molé­cu­las orgâ­ni­cas “duras” em rochas sedi­men­ta­res de 3 mil milhões de anos per­to da super­fí­cie, bem como vari­a­ções sazo­nais nos níveis de meta­no na atmos­fe­ra — apa­re­cem na edi­ção de 8 de Junho da revis­ta Science.

Na News­let­ter des­ta sema­na apre­sen­ta­mos diver­sos pro­je­tos de maker assim como alguns mode­los 3D que pode­rão ser úteis.

Esta News­let­ter encon­tra-se mais uma vez dis­po­ní­vel no sis­te­ma docu­men­ta do altLab. Todas as News­let­ters encon­tram-se inde­xa­das no link.